domingo, 31 de dezembro de 2006

Parabéns Blog!

Faz exactamente hoje 1 ano que o nosso blog entrou oficialmente em actividade.
Estive a recolher alguns elementos que nos permitem conhecer um pouco melhor a vida do blog.




Em Março deste ano instalamos um contador de visitas que, até às 15:20h do dia de hoje, recebeu um total de 5484 visitas.
Neste gráfico podemos ver a variação de visitas ao longo do ano:




Deixando os visitantes de lado, vamos verificar o quanto se escreveu por aqui. Foram 228 post's e 819 comentarios, distribuidos mensalmente assim :

Para o final deixei um gráfico sobre os "postadores" do Blog. Estão ordenados alfabeticamente, mas julgo que há algumas surpresas. Uns, afinal de contas não terão escrito tantas vezes quantas poderiamos supor, outros, embora discretos, até escreveram muito:

Parabéns a todos quanto contribuiram para este ano de existência do Blog, e muito em especial ao Tó pelo nº de post's que nos dedicou.

A todos, um Excelente 2007!

P.S. Como se nota tenho uma enorme dificudade em colocar os gráficos abaixo do texto para facilitar a compreensão. Se alguém perceber como alterar isso, esteja à vontade para editar este post.

sábado, 30 de dezembro de 2006

A próxima sessão?

Imagino que não seja este encontro que o MosquiTTo nos vai trazer. Ver mais.
Boas entradas

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Encontro de Lateiros

Hoje, I encontro internacional de lateiros.

O «Jantar de Natal» do Clube está marcado para as 20h, acho que no Pink, mas não tenho a certeza porque os primos maravilha (ou não!) são uns incompetentes!

Tudo a atacar em S.Lázaro a partir dessa hora (mas de uma forma legal)!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

"Planeta dos Macacos" como exemplo da paixão por filmes de ficção científica


Quando a determinada altura um dos personagens do filme reprime o humano porque este lhe chama chimpanzé, em vez de macaco, dizendo que os chimpanzés estão abaixo na escala da evolução logo a seguir aos humanos, percebemos a quase displicência, própria dos que se acham superiores, da forma como definimos – e tratamos - os animais não humanos no nosso dia a dia. A mesma superioridade, esta ficcionada, que está patente na forma como aquele macaco reprimiu o humano. Mas ainda antes disso, logo no início do filme “Planeta dos macacos” – versão 2001 de Tim Burton - que a Helena escolheu como símbolo da sua paixão pelos filmes de ficção científica na sessão 26/12 – está bem patente essa superioridade: Num futuro eventual, uma nave espacial realiza experiências com símios para que estes substituam os humanos em missões exploratórias mais arriscadas, como a que dá origem à trama do filme, macacos “construídos” geneticamente para ter a capacidade de fazer esse papel.

“Planeta dos macacos” tem por base um livro de Pierre Boule, publicado em 1963 (conta a wikipedia), e foi passado ao écrã inicialmente em 1968, com Charlon Heston no principal papel. Houve vários sequelas, segundo a wikipedia, que fugiram demasiado do texto original de Boulle – embora seja claro que há algumas diferenças entre o argumento original e o filme que vimos esta madrugada –, além de séries de televisão e mesmo um jogo de vídeo, que surgiu por alturas do filme de Tim Burton.

Foi esse que a Helena escolheu. No final da sessão conversamos sobre as diferentes leituras que ele permite, as metáforas que esconde, os universos paralelos. A forma como o tempo se nos vai, a forma como tratamos o outro e como nos vimos no papel do outro – e o Spranger lembrou as viagens de Gulliver –, a forma como o poder corrompe, a forma como as ditaduras tomam conta de nós e como podem ser derrotadas. A Helena destacou outro ponto, a modificação genética, o caminho para a caixa de pandora.

Esperemos que quando se abra ela não seja, como o romance e o filme, a revelação de uma sociedade de distopia, como acontece com outras obras de ficção científica como o "Triunfo dos Porcos" ou "1984".

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

DJ Binny Jam

este é o verdadeiro nome do dj da ultima sessão.
quanto às sessões que se avizinham não vou estar presente nem sequer no perú de natal.
combinem á vossa maneira e felicidades para o clube.
quanto aos amigos do reggaeclub estamos em Alijó para purificar o lixo que nos consome.
Feliz Natal e Óptimo ano novo e também uma páscoa feliz,aleluia,aleluia!!!!!

A Man's World

Mr. James Brown
(1933 - 2006)

domingo, 24 de dezembro de 2006

Feliz Natal!

Notícia de última hora: anda tudo louco! Filas de trânsito intermináveis, centros comerciais a implodir de pessoas, famílias aos berros por causa das prendas que faltam, as mulheres, e os homens, os filhos embirrentos....SOCORRO!

Existem campanhas de todos os tipos em defesa do ambiente....porque nós o destruímos continuamente a cada gesto despreocupado; Manifestações pela Paz Mundial e campanhas de recolha de alimentos, porque natais com mesas repletas de comida e famílias unidas são uma minoria.; Mas então porque não montar uma banca em cada centro comercial com uma campanha de esclarecimento dedicada ao tema: Abra o coração mas feche a carteira: a sua família e amigos precisam é de Amor...e esse é de graça!

Quando foi a última vez que dissemos à nossa mãe, ou pai , ou irmãos, no meio de um abraço dado pelo coração, “estou muito feliz por seres quem és e por partilhares a minha vida.”? E será que temos coragem de dizer aos nossos amigos “obrigado por estares presente em todos momentos deste caminho, por me sorrires quando estou feliz, por me apertares a mão quanto a tristeza me ofusca o olhar, pelas palavras duras de cada vez que perco o norte.”? Com certeza que as palavras se escapam da nossa boca menos vezes do que aquelas em que sentimos as emoções que as despertam! Este é o grande desafio: em vez de embrulharmos livros e bombons, gravatas e Cd’s, em papeis com pinheirinhos e flocos de neve, vamos embrulhar a dedicação e amizade, a alegria, a gratidão, enfim, o amor incondicional que sentimos por essas pessoas que nos fazem viver em vez de sobreviver, e embrulhar com os nossos braços decorados com o coração e com um bonito laço de sorriso. Este é o presente que espero que todos vocês encontrem debaixo do pinheiro esta noite!

O meu presente deixo vos aqui hoje. Mesmo sem braços para o embrulhar, ofereço vos a alegria imensa e a gratidão de vos poder chamar de amigos. Nos vossos sorrisos encontro o conforto de poder partilhar o que sou e de receber nos meus braços abertos os pedaços de alma que generosamente oferecem. É a amizade que cresce por vós a cada dia que me faz perceber que, afinal, vale a pena acordar cada manhã e lutar mais um pouco neste mundo de loucos. Porque, contra todas as probabilidades, ainda é possível ter amigos de verdade!

Feliz Natal Clube dos Pinguins!

Feliz Natal

O meu postal de Natal, não podia deixar de ter música. Enquanto procurava o tema perfeito consultei o blog do meu amigo Nuno e lá estava : Christmas Song, por Nat King Cole.
Para todos os membros do Clube, e também para os que não sendo membros, costumam fazer-nos uma visita aqui no Blog, um Feliz Natal.



O vídeo fica aqui a rodar até amanhã, depois pode ser consultado aqui.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

As sessões do Vitor nunca são fáceis de resumir, é dificil por vezes transmitir as paixões e as viagens que o Vitor nos proporciona e quem não esteve presente fica sempre com uma pequeníssima ideia do que por lá se passou. Desta vez calhou-me a mim a árdua tarefa de fazer o post da sessão.
Findas as habituais (interessantes e interrogativas) farpas (apesar do Vitor querer fazer uma sessão sem farpas, devido ao caractér especial da sua sessão) a sessão começou sem grandes comentários, arrancando automáticamente com música, apenas com uma pequena apresentação dos "colaboradores" que o Vitor convidou para a sessão. Sim, engane-se quem pensa que o Vitor apresentou uma sessão normal. Não! Além de se apresentar com um visual a rigor, ele contou com a participação de um DJ, o Dja, que se encarregou de nos conduzir musicalmente durante a noite. O Vitor acabou, sem palavras e apenas com um livro (um Guia de Música Reggae) que foi rolando pelas mãos dos mais curiosos, por nos dar uma "injecção" de musica reggae, transmitindo assim a sua paixão por este estilo de música e subtilmente passar uma mensagem de liberdade e, talvez, de paz.
Sob luz ténue (que foi diminuindo gradualmente durante a noite...) os pinguins foram confraternizando entre si, acompanhados por um vídeo de fundo sobre Bob Marley, que ia dando ao espaço as tonalidades Jamaicanas, juntamente com a decoração do espaço, cuidadosamente preparada pelo Vitor.
Foi uma "sessão" diferente, talvez um pouco ousada, daquelas que estavamos habituados. A(s) mensagem(s) do Vitor foram subtis, muito ao seu estilo (com a sua doce e saudável loucura): "Quem quiser que entenda...", mas no fundo, talvez (talvez...) seja pelo aproximar da época natalícia, subtilmente ficou no ar um "Paz e Amor" que rege também o espírito reggae. E um pouco de loucura também, ou não fosse uma sessão do Vitor.... (De génio e de louco...)

Um abraço a todos e um Bom Natal.

Have yourself a Merry Little X-Mas

Aproveitando a deixa do Flinto deixo aqui a minha mensagem de Natal.

Este Natal não dêem prendas. Dêem um abraço forte e digam aos outros que gostam deles.
Este Natal não dêem prendas. Dêem amor, bondade, verdade.

Como não pude ir à sessão do Vitor, com muita pena minha (mas o Influenza apanhou-me desprevenido), aproveito este nosso espaço para desejar um Feliz Natal a todos e que façam para que o natal seja todos os dias.

Abraços e beijinhos.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

A Magia das Palavras

No passado dia 05 de Dezembro, a Cláudia levou o Clube dos Pinguins numa incursão pelo mundo mágico da poesia. Como bússola, usou os recantos da sua alma onde habitam palavras, às quais emprestou a emoção e o encanto da sua voz de mel e canela.

A descoberta do encantamento lançado pelo feitiço de um poema começou quando tinha 11 anos, provavelmente enquanto ainda a inocência deixava que os olhos do coração vissem para lá do que está escrito e sentissem o ritmo criado pelo confronto entre os significados e significantes.

E como todo o momento mágico tem o seu ritual, também a nossa anfitriã tem o seu para destrancar a porta secreta: sentir o livro nas mãos e deixar que o destino as guie na busca da expressão perfeita para o sentimento perdido nas brumas da razão. Porque os nossos poetas são tantas vezes a corda a que nos agarramos para fazer sair o pensamento da areia movediça das emoções.

Assim começamos a nossa viagem na companhia de Cesariny para percebermos que “Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura” mas “é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício”

Fomos depois levados á presença da “Princesa de Braços Cruzados”, que nos falou de todos os que se sentam debaixo da árvore do presente à espera que lhes caia no colo o fruto perfeito oferecido pela sorte. E no meio de um sorriso e de uma gargalhada abafada, imagens cortadas à memória obrigaram-me a olhar os meus braços e interrogar-me se não estariam também cruzados. Nesse instante, fui princesa. Será que fui só eu?

A viagem continuou e visitamos Herberto Helder, Sofia de Mello Breyner, entre outros, até à grande surpresa da noite!

Mais do que a sua paixão, a Cláudia quis partilhar connosco o lugar onde cada um de nós se senta confortavelmente no seu coração. E esse lugar eram poemas, esses poemas palavras e essas palavras as nossas imagens reflectidas no espelho dos seus olhos verdes de ternura...

A nossa jornada terminou em grande! Com toda a emoção e energia a jorrar do fundo da alma, a Cláudia embriagou-nos ao ritmo do “Fado Falado”, empurrando e afagando as palavras que ecoaram em nós muito para além do poema.

Obrigada Cláudia, por todas as emoções que ousaste partilhar connosco! E muito, muito obrigada pelo presente, pois mais do que pintados com palavras, as folhas trouxeram a magia da amizade!

Obrigada e parabéns, Amiga!

A mesma palavra que no vernáculo portuense se poderia referir ao PC, versão Carolina

Venho com uma proposta de farpa para a sessão de hoje: os jantares de Natal.

Nas duas últimas semanas antes do Natal terei, no todo, direito a quatro manjares e, também por isso, a minha farpa seria não contra os jantares mas contra os que protestam por terem tantos jantares. Numa altura em que há tantas formas de nos "desocializarmos", há tanta falta de tempo para tudo, tanta falta de paciência, não serão pelos menos estes encontros uma forma de mantermos uns laços?

Com a excepção dos jantares de empresa - que são obrigatórios e nefastos, mas até acabam por ser divertidos, quase parecem casamentos tantas são as personagens-tipo que por lá aparecem -, os jantares que amigos organizam nesta altura permitem-nos manter laços que não fosse a época - e o esforço que todos nesta altura fazemos - se iam perdendo.

Por isso a minha farpa seria para os que dizem mal dos jantares de Natal. E este post seria uma desculpa antecipada porque hoje não posso ir à sessão. Porque tenho um jantar de Natal.

A quem não vir, Bom Natal!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

TERÇA,19 DEZEMBRO-REGGAECLUB

Convido para a tribuna vip todos os nobres membros do clube.
Apelo à participação numa terapia de raiz popular.
Desafio a imaginação de todos.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

O Precedente

Ao longo dos meses as sessões no clube têm-se vindo a modificar.
Alguns precedentes são abertos e têm sido essenciais no bom ambiente que se tem vivido em cada sessão.
Porém, não posso deixar de chamar à atenção de determinada situação que a mim, pelo menos, me chateia um bocado.

Quando alguém apresenta uma sessão, o princípio mais evidente que o resto do clube deve seguir é o respeito. Saber ouvir dizia na carta de princípios. E saber ouvir pressupõe olharmos para o apresentador e tentar perceber que tipo de sessão quer ele fazer. É claro que não precisamos de nos portar como meninos do coro, mas em sessões com o mesmo espaço para conversar situações como a de 3ª passada não aconteceram. Depende do interesse de cada um. Eu sei que é muito complicado, mas se queremos que as nossas sessões corram bem, devemos fazer para que a dos outros também corram.

O que pode acontecer é desvirtuar-se a estabilidade das sessões, com novos membros que possam aparecer correndo-se o risco de se começar a achar que conversar a meio de uma sessão é uma coisa normal, que no meu entender está completamente errado.

O motivo para que fiz este post foi para deixar a minha opinião e para afastar os comentários àcerca disto no post da Marta cujo motivo é a Grande Sessão do Filinto.

Um abraço a todos e boas sessões!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

A Música do Mundo

Que o tabaco faz mal todo sabemos. Mas foi devido aos seus malefícios que na última sessão giramos à volta do Mundo, conduzidos pelo Filinto, embalados por agradáveis ritmos. Foi ao som da “World Music” que ouvimos, mexemos e sentimos diferentes culturas, línguas e instrumentos musicais. Neste post não me atrevo, por não estar preparada para, a lançar nomes sobre aquilo que ouvimos. Mas garanto honestidade e verdade no seu conteúdo.

Foi a primeira sessão do Fil e, digo eu, foi muito bem. Confessou que desde cedo teve curiosidade por descobrir o outro e de imediato se apercebeu que a música é um excelente veículo para o efeito. Através dela, conseguimos obter informação sobre diferentes povos, culturas, línguas, hábitos, etc...

Com 11 ou 12 anos – desculpem a imprecisão mas o próprio não se lembra bem – fumou, na instituição de ensino que frequentava, aquele que foi o seu primeiro cigarro. Imediatamente depois dessa sua aventura foi invadido por uma enorme – ou mesmo gigante - sensação de medo. Em causa estava a possibilidade de os seus pais se aperceberem do sucedido.

Sem muito tempo para dar asas ao seu receio teve, logo de seguida, de se dirigir para a sua próxima aula: educação musical. Durante aquela aula, garante o próprio, conseguiu esquecer-se se tudo. Do cigarro que tinha fumado. Da possível descoberta dos seus encarregados de educação. Daquilo que acontecesse quando chegasse a casa. No final da aula o Fil estava “preparado para tudo. O que tivesse de acontecer que acontecesse”.

E assim foi. Pormenores de parte – porque de facto há coisas que não interessam nada – a chegada ao doce lar foi um pouco amarga mas valeu a pena. E valeu a pena porque percebeu que aquilo que estranho e de menos agradável que acontece nas nossas vidas dá sempre frutos. Aprendemos sempre alguma coisa. Aqui o fruto foi o elo de ligação que conseguiu fazer entre a sua vontade de conhecer o outro – quiçá era já o seu espírito jornalístico a dar sinais – e o seu gosto pela música.

A partir daquele momento nasceu a sua paixão pela música. Principalmente pela “World Music”. Pelo tabaco também...é certo mas o Fil ficou sempre a ganhar. Ele e nós porque tivemos o privilégio, pelo menos eu, de conhecer novos ritmos, línguas, povos e instrumentos musicais.

Na última terça-feira ficamos a saber que existe um instrumento musical que se chama, e não sei se é assim que se escreve, “triquiticha” e que, entre muitas mas mesmo muitas outras coisas, que dois castelhanos e um andaluz cantavam algo parecido com árabe mas que, na verdade, não era.

Obrigada Fil pela sessão! Tenho que confessar que já sabia que ia gostar porque as pessoas fantásticas só podem ser apaixonados igualmente por algo fantástico. Desculpa o post estar “despido” de informação relativa aos nomes daqueles que foram os teus convidados. Mas é certo que podes sempre fazer, a segui, um post com essa informação. Como dizia a Cláudia outro dia: “dizer que gostei muito é pouco”.
Mais uma vez obrigada pela partilha.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Pode ou não falar-se o fado?

Fado Triste
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar
Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar

Mãos doloridas na guitarra
que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando há traição, ciúme e morte
E um coração a bater forte

Uma história bem singela
Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
No dia de procissão
Da Senhora da Saúde

Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama

Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.
E lá em casa:

Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar

Mas um dia,
Mas um dia santo Deus, ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas
O luar bate na rua
Mas não marca
Mas não marca
a sombra dele
Procurou como doida
E ao voltar duma esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele
E então
E o ciúme chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar
Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Ah
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha
Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua

Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreendem
e entendem sua dor
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar

E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris
Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir

Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar
Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os dois
Lá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado.


Começo pelo fim e pela derradeira questão, digam lá se pode ou não falar-se o fado?
Se o fado é poesia, como a Cláudia nos explicou e demonstrou a resposta é óbvia!

A última sessão já vai um pouco longe mas as palavras fincaram-se em mim. Podemos viver uma vida passando ao largo da Poesia, mas quando escutamos quem ama a Poesia é impossivel sermos-lhe indiferente.
Dizia-nos a Cláudia que “nasceu” para a poesia com João Villaret e a sua forma apaixonada de dizer a poesia. Com ele aprendeu o ritmo da frase, a intensidade da palavra, o falsete da sílaba. E graças a ele nos fez percorrer uma viagem pela grande lingua mátria. Herberto Helder, Adília Lopes, Mário Cesariny, Eugénio de Andrade, Sophia Mello Breyner foram alguns dos autores que seleccionou para demonstrar o seu amor.
Mas fez mais do que isso. Disse-nos que a poesia é para ser sentida, e então decidiu vestir-nos a alma com alguns poemas. A mim coube-me Pablo Neruda, e assim de relance lembro-me que o Granel foi vestido por Mário Henrique-Leiria, o Spranger por Craveirinha, o Vitor por Boris Vian, a Ana e a Helena por Cecília Meireles. Cada um dos presenteados foi seguramente bem vestido, pois cada um (com uma ou outra excepção perfeitamente justificada) foi capaz de a ajustar à sua alma e transmitir-nos pela sua voz as palavras que recebeu. E o seu digno propósito foi plenamente atingido. Vi nos olhos da Marta, ouvi nos tambores do Rui, senti na incredulidade do Granel.
E a poesia dita pela Cláudia voltou a inundar a sala. Tempo de sonhar com um verso em branco à espera de um futuro roubado de “No teu poema” de José Luís Tinoco, e de experimentar a fúria da paixão, o descontrole do amor no “Fado falado” de Aníbal Nazaré.

A minha resposta à questão já cá está, agora digam vocês se pode ou não falar-se o fado?

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006


quarta-feira, 29 de novembro de 2006

por mares nunca dantes navegados...

Afinal… há mundo para lá do Algarve. Um mundo fascinante e pronto a ser descoberto. Vimo-lo ontem, através de uma pequena janela que o António nos abriu.
São viagens desprovidas de banhos quentes, ar condicionado e de um tecto até… mas são plenas de emoção, riqueza cultural e porque não, de adrenalina. São as viagens em autonomia. “Com quem quero, para onde quero e quando quero”. São um modo de férias mas acima de tudo, uma paixão. E a paixão é sempre crescente; mesmo sabendo que o carro pode não voltar, que podemos ser detidos só por ter as luzes acesas (esta é só para quem foi), feitos reféns, andar perdidos, ou outras peripécias ainda mais improváveis. E isto, em viagens planeadas ao milímetro.
Passámos por estórias de festas com a população local, por manjares em barracas feitas com redes de arrasto, por tempestades de areia, por percalços na fronteira, pelo pescado da Mauritânia e por trilhos do Dakar. Sempre pela voz do António e com uma frase no pensamento… “um dia vou ter coragem de o fazer”.
Podia dizer que a água é um bem precioso, que devemos ficar no carro em caso de tempestade, que as vacinas são obrigatórias ou mesmo que o telefone satélite é bastante útil mas acho que a mensagem de ontem é maior, – existe um mundo à nossa espera e é acessível a todos… “basta” determinação.

DESLUMBRANTE – SUBLIME – GENIAL


Para informações mais detalhadas consultem o site do António em http://www.mosquitto.org/

A sessão teve a banda sonora de Ali Farka Toure. Citando o Público – “o agricultor que criava blues no Mali”. Para consulta da bibliografia http://africanmusic.org/artists/alifarka.html ou para espreitarem uma faixa http://www.artistdirect.com/nad/music/artist/card/0,,502675,00.html basta seguirem os links.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

1 Ano


«Nobody does it better! Makes me feel sad for the rest! Nobody does it half the way you do! Baby, you're The Best!!!!!!»

(Fica aqui a minha homenagem a uma verdadeira estrela de rock'n'roll um ano depois da sua morte. Long live George Best)

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Sempre existe uma Republica das Bananas

Emanuel Jardim Fernandes defendeu garantias para rendimentos dos produtores de bananas



Foram aprovadas em Estrasburgo, na passada semana, várias propostas de alteração que o Deputado Emanuel Jardim Fernandes apresentou a um Parecer do PE sobre a reforma da organização comum de mercado (OCM) no sector das bananas. Através das soluções defendidas, o eurodeputado socialista procurou "garantir a existência de condições que assegurem no futuro os rendimentos dos produtores europeus de bananas", tendo em conta a recente proposta da Comissão Europeia que prevê a eliminação do actual regime de ajudas compensatórias e a transferência dos recursos financeiros a ele adstritos para o Programa "POSEI Agricultura" – estabelecido em benefício da agricultura das Regiões Ultraperiféricas (RUP), como a Madeira e os Açores.Emanuel Jardim Fernandes negociou a aprovação de uma alteração que configura uma "cláusula de salvaguarda" destinada a assegurar a manutenção dos rendimentos dos produtores no caso da queda dos preços por efeito do novo regime de importação de bananas, em vigor na UE desde 1 de Janeiro deste ano.O actual sistema de compensações assenta na concessão de ajudas para contrariar eventuais casos de perda de receitas ao nível da produção e da comercialização. Por isso, face às intenções anunciadas pela Comissão, tornava-se necessário, segundo Jardim Fernandes, introduzir uma disposição que, na mesma linha, contemplasse a possibilidade de apreciação do regime de ajudas e a apresentação de medidas de correcção antes da data prevista para a avaliação do POSEI Agricultura (até 31 de Dezembro de 2009), tendo assim em conta o impacto da reforma dos regimes interno e externo da OCM das bananas, nomeadamente a possibilidade de se verificar uma degradação dos rendimentos ou da situação económica no sector.O Programa POSEI Agricultura, recorde-se, foi considerado pela Comissão Europeia como "o instrumento mais adequado" para apoiar a produção de bananas em cada uma das RUP da UE. De modo a integrar as ajudas aos produtores destas regiões, a Comissão propôs um aumento da dotação orçamental do Programa em 278,8 milhões de euros anuais, cabendo aos Açores e à Madeira mais de 8 milhões de euros por ano a partir de 2008.

in "InfoEuropa - Socialistas Portugueses no Parlamento Europeu, N.º 91 - 24 de Novembro de 2006"

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Como todos os dias, abri o nosso querido e blog e cusquei as novidades... episódios tristes à parte, deparei-me com a seguinte frase:

"Não se faz nada de grande sem fanatismo"

atribuida a um tal Gustave Flaubert (o autor de Madame Bovary). Chegou via citador, o site que todos os dias nos dá uma nova citação. Confesso que lhes presto muito pouca atenção e por isso nunca comentei mas esta é mais uma das contribuições ao blog que tem muito que se lhe diga. É que frases destas são infelizes até em retretes públicas...

Liberdade

Há cerca de um ano atrás, na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, apareceu, por obra e graça do Espírito Santo, um folheto anónimo do tipo contra-informação. Na altura pertendia escrever um artigo para o Critério (o jornal da faculdade), mas depois entendi que não o deveria fazer, porque ía entrar em defesa de um professor e de um funcionário que foram insultados, e para que não parecesse que havia segunda intenção na minha atitude, preferi não fazer nada.

Contudo, é com muita tristeza que tenho de voltar a pegar neste tema e partilhar convosco uma das coisas que mais impressão me faz na sociedade democrática.

Quando os homens têm uma ideia, uma convicção ou o que quer que seja, devem defendê-la com unhas e dentes. Mas acima de tudo, devem assumir o que defendem - uma opinião, um estudo, um juízo de valor que seja. Não deve, pois, o homem esconder-se por trás do anonimato.
O anonimato era compreensivel há 35 anos devido a um medo qualquer que pudesse existir. Não nos dias de hoje. Nos dias de hoje adquirimos, sem duvida, liberdade de expressão. E se conquistámos este direito tão legitimo, não é certamente com o anonimato que o vamos defender.

É importante compreender o conceito de responsabilidade, em primeiro lugar. Só um incapaz não entende que a partir do momento em que passa a ser responsável por si mesmo tem de se responsabilizar pelas suas atitudes, assumindo cada acção, cada palavra, cada gesto. A Honra do homem está na assunção de toda a atitude e conduta humanas. De resto, se todos formos a pensar, os nossos erros devem ser por nós assumidos para não prejudicar os que nos rodeiam. Só assim é possível um convívio saudável em comunidade.

Em segundo lugar, penso que só alguém com muito pouco espaço ocupado no cérebro se usa do anonimato para injuriar, insultar ou difamar terceiros. Ora, neste caso o anonimato ganha outro alcance que é o da quebra das regras de liberdade. Segundo o que nos é ensinado desde cedo, a nossa liberdade acaba onde a dos outros começa. Ser livre na expressão não é usar conquistas como jornais, internet, ou outros meios de comunicação disfarçado, tecendo críticas aos outros. Não! A isto a sociedade concede o nome de cobardia, desonestidade intelectual. Assim, cobardia significa pusilanimidade, que por sua vez significa fraqueza de ânimo. Esta fraqueza de ânimo é, acima de tudo, a atitude leviana com que se age perante qualquer situação, seja ela por acção ou omissão.

Em suma, é claro que isto não acontece no nosso Clube dos Pinguins, porque, felizmente, somos incansáveis guerreiros da democracia em que cada um de nós acredita, partilhamos valores e convicções. Todavia, é com muita tristeza que vejo que nem todos os que pertencem às nossas gerações foram tão bem educados como nós e, como tal, não têm capacidade de discutir assumindo frente a frente os seus ideiais, de cabeça erguida e nem sequer de partilhar aquilo que de positivo retiram do mundo.

Como diz o Grande Palma: «Pois é... pois é! Há quem viva escondido a vida inteira! Domingo sabe de cor o que vai ser Segunda-Feira»

P.S. Continuamos lá, na Quinta-Feira (passo a publicidade)

O General

domingo, 26 de novembro de 2006

Adeus meu velho!


Mario Cesariny
(1923 - 2006)

Mário de Cesariny


poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny (Lisboa 09/08/1923-Lisboa 26/11/2006)

Foi com este poema que me apresentaram Cesariny, e assim abri uma porta para o seu mundo … Surrealista, "Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo/ à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo" .É bom poder navegar nas suas palavras e saber que esteja onde estiver, de certeza que se está a rir.


quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Imagine



Não sei se aconteceu de facto, mas julgo que sim!
Já era tarde, mas entrámos todos numa máquina do tempo e viajámos sem tempo nem espaço para um sitío onde a utopia se torna realidade!
Ao leme, Vitor Elyseu, que começou a viagem pelo melhor porto - o nosso!

Falámos da Liberdade! Sim, da Liberdade! Dessa liberdade que está dentro de cada um de nós e que ninguém nos pode tirar! Essa Liberdade divina de pensar, de criar ou simplesmente... de sentir!
Falámos nos nossos, no Redol, no Aquilino, na Natália, no Ary, no Régio, no Teixeira de Pascoaes. Lembrámos o que era a desfolhada portuguesa... a que está dentro de nós!

E continuámos o caminho! Chegámos a Hyde Park! Já lá estavam todos... TODOS!

Ao som do primeiro acorde todos se calaram! Um slide ao estilo de Robert Johnson, esse sofrimento gigante do blues, só por ser homem, sofrer por sofrer e ver sofrer.
De seguida tudo explode! Porquê?

É assim um concerto de Rock'n'Roll, uma linguagem universal, que não conhece fronteiras, que está para além de tudo, uma viagem em si e por si. Em que não há raças, nem religiões, nem fortunas, apenas nós, homens despidos.
É assim um concerto de Rock'n'Roll, algo de instintivo, de primitivo e, ao mesmo tempo, unificador.
São assim os Rolling Stones - a maior banda viva de Rock'n'Roll.

A Liberdade é o poder que nós temos de seguirmos o que somos recolhendo do mundo o que ele nos dá de melhor, diversificando sem nunca perdermos a nossa identidade!

A Paixão desta semana, do Vitor, não sei bem o que era, mas era tudo isto e que já não é pouco!
«I Know it's only rock'n'roll but i like! Yes i do!»
Não sei agradecer uma coisa que me fez tão bem!

DVD: The Stones at the Park (1969)

Ao John Lennon

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

O General-II

Não posso deixar de elogiar a grande noite que o General nos ofereceu na passada quita -feira,descontraído e inspirado levou-nos para lá do habitual e isso é digno deste post.Repito que estamos perante um entertainer habilidoso e audaz,que embriaga a assistência com uma facilidade só própria das pessoas que não querem deixar de ser felizes e porque não dizer crianças a ferver de emoção.
Obrigado General em nome de todos aqueles que comigo concordaram em fazer esta demonstração de apreço e porque a música é mais bonita quando ouvida entre amigos.

sábado, 18 de novembro de 2006

Reflexo(e)s

Na última sessão, o Jorge disse "eu tenho uma farpa boa" e destacou a nomeação de Alice para os Óscares.
Na altura, ficou-me gravado esse pensamento. Por vício contestatário, vou estando atento às "farpas más", e deixando de partilhar tudo de bom que à nossa volta se vai passando. E essa é a verdadeira farpa que não quero deixar passar. Por isso vou tentar partilhar o que me parecer merecer destaque e sugerir que todos os membros façam o mesmo.
Finda a reflexão, fica o reflexo:

Esta semana, foi lançada a biografia "U2 by U2", em versão portuguesa. Até aqui nada de mais, não fosse o facto de o trabalho original ser excelente (quer escrito, quer fotográfico), e a versão portuguesa reproduzir fielmente o original e manter o preço da edição original.

P.S. - Deixei um link no comentário ao post do Vitor que se está a revelar de dificil (para não dizer impossivel) abertura. Para simplificar a tarefe, deixo aqui o link . Sugiro clicar no link e copiar atalho, depois abrir url no media player e colar o link.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006


Ferenc Puskas
1927 - 2006

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

O que será?

O que nunca foi e nunca será.
AMOR- talvez tenha sido isso que o Jorge nos veio mostrar.Uma paixão chamada J. P. Simões.
Não entendi logo mas a voz e a música do convidado foi clarificando a escolha,um artista português com uma dimensão universal,à moda antiga claro,longe do convencional perto do coração.E o Amor é tantas vezes estranho como são também as canções dos homens e absolutamente necessários,é inquestionável o valor das letras superiormente interpretadas em inglês mas foi quando a lingua portuguesa tomou lugar que me deixei comover com a comoção do apresentador,sem dúvida igual a si próprio com a música nos lábios,sempre,e passei a conhecer o alcance das palavras que ouvi quando entrei na nossa sala- o que será?
Um escritor moderno com laivos de classicismo,um compositor audaz e um intérprete genuíno lembrando ora Joe Jackson,Sérgio Godinho,Paco Bandeira,José Mário Branco,Tom Waits e até Chico Buarque mas acima de tudo próprio e seguro deslizando das festas no Belle Chase Hotel para a íntimidade do quinteto Tati,uma noite memorável.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

«Dream my love, dream.
I'll hold you in my strings, blow you the cleanest winds for you to fly.
Ding dong, time's a song, i'll sing you all along...
A shelter of glass in the clouds, a Matisse instead of a ground.

You've seen it now, my love: World War is in the heart.
All angels from above fell on the wrong star.
Dream on, little one, we'll rent a flat next to the sun.

All for the night, the night will never care, growing in the underwear. All for the days, the days will call your name, thru the magic rain. I'll send you stars to warm your clouded heart, i'll chase away the pain. I'll kill the night, the night will never die, but i'll try just the same.

God will not pay the rent - people are not that kind -
We'll share a little tent , one smile and a double bike.
Ring, ring, urgent dream:
some man are cracking in!

All for the night, the night will never care, growing in the underwear. All for the days, the days will call your name, thru the magic rain. I'll send you stars to warm your clouded heart, i'll chase away the pain. I'll kill the night, the night will never die, but i'll try just the same.

Light up the universe for you to dance and play!»


Próxima Terça-Feira, 22h30

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Todos os dias

As palavras escritas, mesmo quando belas, podem provocar-nos mágoa.
Com lágrimas sufocadas, a Marta revelou-nos a sua paixão pelo romance de Jorge Reis-Sá, "Todos os dias", mas também a sua admiração pelo autor, o seu irmão e o seu pai.

"Todos os dias", antes de mais, é um livro para se sentir. Não é para racionalizar. E para a Marta seria de todo impossível. O conhecimento espacial da acção e dos seus intervenientes nunca lhe permitiriam tal distanciamento. Mas a Marta assume-o!
Fala-nos do livro sem nunca o abrir. Sem destacar um excerto. A Marta não quis revelar-nos o seu conteúdo, quis convidar-nos à leitura.
Porque mais uma vez, a Marta não é distante, não é isenta, e porque o tema causa-lhe dor.

"Todos os dias", fala-nos de um dia igual a todos os outros, com aurora, amanhecer, almoço ou crepúsculo... Mas este é um dia em que conhecemos a dor de perder alguém que amamos. E todas as pequenas insignificâncias ganham importância, e todas as palavras não-ditas tornam-se malditas.

A Marta quer-se sentir grata em cada sopro de vida e contagiar-nos com essa mensagem.
Com a lágrima desvanecida, ficamos a saber o objectivo da partilha da paixão. O livro não é para nos atormentar.
"Todos os dias" é para nos exorcizar. Para não esquecermos de relativizar, para não esquecermos de viver.

E eu saio sem olhar para trás, sem ver o sorriso nos lábios da Marta ao perceber que também eu fui convertido.
Obrigado, Marta.

momento lúdico

Para todos os pinguins:

Cliquem no link, escrevam o vosso nome, esperem um pouco e...
yupiiiiiiiiii!!!!!!................

sábado, 4 de novembro de 2006

This Mortal Coil

Pelas razões que a razão desconhece escrevo este post.

Peço perdão a todos pelo abuso do espaço por um objectivo bem egoísta, mas que de tempos a tempos todos sentimos ou desejamos sentir.

Ainda que a destinatária seja óbvia não a nomeio, parece-me melhor captar a atenção alimentando a curiosidade.

A Escolha não sendo tanto pela letra, mas essencialmente pela melodia e pela fantástica interpretação (infelizmente a voz não é a de Anne Clark, mas se o ouvido não me engana parece-me a Kim Deal e ficamos igualmente bem servidos), merece ainda assim que deixe a letra:

You And Your Sister
================================
by Chris Bell


Say my love aint real
They don't know how real it feels.
All I want to do is to spend some time with you.
I can hold you.

Let me whisper in your ear
Don't you worry, they won't hear.
All I want to do is to spend some time with you.
I can hold you.

Friends will fade away.
I just want to hear you say.
That your love won't be leaving.
That your eyes aint decieving.
Love you everyday.
Just want to hear you say.

Sister says that I'm no good.
Reassure her if I could.
All I want to do is to spend some time with you.
I can hold you.


Gostaria de partilhar o tema aqui no post, mas por respeito a todos que manifestam dificuldades de visualização do blog, deixo o link em mp3 .

Votos de boas inspirações e um grande beijo a quem de direito
}*{

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

De olhos em bico

Konichiwa,

A sociedade de hoje entrou num período de quebra de valores muito grande. O conjunto de valores que nos foi transmitido pelas gerações anteriores poderá não ter passado da melhor forma e ter-se subvertido no seu sentido primordial.
A melhor forma de recuperarmos esse conjunto de valores, muitas vezes, é olharmos para a história do mundo, para a cultura de outros povos e, com isso, aprendermos mais sobre nós próprios, porque é esse o caminho - a aprendizagem.

Foi com este propósito que na semana passada, o nosso co-pinguiniano Zé Tó nos apresentou a sua sessão sobre a Cultura Nipónica.
Com uma introdução brilhante sobre um grande país que é o Japão, falou-nos da língua, dos hábitos, de todo o contexto socio-cultural, passando também pelo desenvolvimento tecnológico. Numa viagem pela histótia do Japão, descobrimos um pouco mais sobre este país e sobre o caminho que seguiu ao longo dos séculos, desde a sua história de base até à influência Ocidental.

Após esta introdução, aquele Pinguim foi especificando a sua paixão e apresentou-nos, então, os conceitos de Mangas e Animées. A importância da introdução tem que ver com o entendimento do conceito destas duas formas de animação - tanto na BD (Manga) como em séries e filmes animados (Animée) - que estão relacionadas directamente com a história do país. Tivémos direito a uns episódios de duas séries e tudo (uma delas «O Batusai»).

Quando olhamos para o conjunto de valores que atravessa a sociedade Nipónica é, apenas, com admiração que podemos sentir e seguir como exemplo uma sociedade tão rica, na sua história e na tradição, e tão cosmopolita.

Foi esta a mensagem que me foi passada pelo Zé Tó (ou a forma como entendi a sessão dele), embora muito mais houvesse para dizer sobre uma sessão tão enriquecedora que perdurará nas nossas memórias.
Por tudo isto:

Arigato, Zé Tó Sensei


P.S.: Peço desculpa pelo atraso do post mas não tenho andado por casa e quando estou o meu computador chateia-se comigo!

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

AVISO

Agradecia que quando voltar a não haver sessão do Clube dos Pinguins às terças, devia-se escrever um post a avisar.

Acho que um dos objectivos do blog é o de também ser usado para informar, os membros que não podem ir sempre, acerca de algo relevante relacionado directamente com o clube, como por exemplo: o facto de não haver sessão em determinado dia.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Heróis do Mar

Após uma pergunta da Marta, na sessão passada, sobre quem era para mim o maior Português de sempre, lembrei-me de que poderíamos fazer esse inquérito aqui no nosso espaço cibernético! Pois, pois!
Embora ache a pergunta um tanto ou quanto redutora e pateta, e visto agora estarmos a ser bombardeados com ela em todo o lado, gostava que todos dessem a sua opinião escolhendo duas personalidades: uma ligada à política e outra ligada ao mundo das artes ou outro campo que achem importante (ciência, ecónomia, etc. etc.)

A minha ideia final era fazermos uma sessão sobre as personalidades vencedoras, que seria uma sessão em conjunto, mas apresentada pelos que as escolheram, claro.

Mesmo que não concordem com a sessão, façam na mesma as vossas apostas!

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Dilbert: a sátira da burocracia das empresas

Dilbert, Dogbert, Wally, Alice, Ratbert, Catbert, Bob, os "esquisos" Elbonianos, o Homem do Lixo e, claro está, o Chefe, foram os convidados especiais da última edição dos Pinguins. Não são uma família mas também não deixam de o ser. São uma equipa verdadeiramente surpreendente que nos foi apresentada pelo Granel.
Dilbert é o nome do protagonoista do "team" que faz sorrir, e até reflectir, quem os acompanha. Existem porque o sr. engenheiro Scott Adams, que começou a sua carreira na área da economia, tinha o vício de fazer pequenos desenhos nos momentos mais oportunos, como é exemplo as reuniões de trabalho. Trabalhou 30 anos numa empresa e um dia decidiu dar vida à sua veia artística e encarar mais a sério o seu gosto pelo desenho. Fazer sátira com a burocracia e o funcionamento das empresas foi a ideia-chave, empolando e caracterizando, claro está, as coisas absurdas que se passam no interior de um escritório. Um dia um impulso fez com que enviasse as suas obras de arte, em forma de tiras de banda desenhada, para uma série de editoras. Não o fez em vão. Uma das mais prestigiadas empresas da área abraçou o seu humor e ainda bem. Vamos perceber porquê:
O cenário é uma empresa de "alta tecnologia" (alta só mesmo de nome) e o elenco conta com pormenores que são autênticas pérolas, tais como um indivíduo (Dilbert) cuja gravata está sempre levantada, tem um ego do tamanho de uma noz (Dogbert) que tem corpo e, obviamente, mente própria. Dogbert tem o dom da palavra, é esperto mas cínico e, de acordo com o Granel, "usa o que quer que tenha à mão para dominar o mundo". O Chefe, esse, e para começar, tem um penteado fantástico e é tido como o pior pesadelo da empresa. Apresenta um nível de inteligência abaixo do dos seus empregados.
Wally é o engenheiro da empresa mas detesta trabalhar. "Escapa-se sempre que pode", garante o Granel. O toque feminino da empresa está a cargo de Alice. Reivindicativa é a palavra que melhor a caracteriza. Parece que quando os outros acabam de falar a voz desta "querida" ainda é ouvida. Ratbert é o optimista teste de laboratório. Só tem um desejo na vida: ser amado. Ao que parece, e amores à parte, ou talvez não, Ratbert é especialista em se envolver em esquemas diabólicos com Dogbert. A gestão dos recursos humanos está a cargo de Catbert. Atormenta toda a gente mas tem um carinho especial por Wally. É o eleito quando se trata de veicular más notícias, como é exemplo o anúncio de despedimentos.
Com esta "diabólica" equipa ficamos a saber que afinal os dinossauros ainda existem. Mais do que isso: casam-se e têm filhos. Bob é a prova disso. É verde a apresenta um ténis absolutamente "fashion". Para além da queda do mito que dava conta que este espécie não existe, Scott Adams garante-nos que o quarto mundo existe. Denominado de Elbónia, os seus habitantes, os Elbonianos, vivem cobertos de lama, andam com grandes chapéus, aprensentam longas barbas e são detentores de um medo assustador no que concerne à tecnologia. Constituem uma sátira aos países islâmicos e, como não podia deixar de ser, são clientes da empresa de Dilbert. The last but not de lest é o Homem do Lixo. "Aparece pouco", diz o Granel, acrescentando que "se sabe pouco sobre ele". Uma coisa é certa: apanha as fantásticas fórmulas do lixo de Dilbert e resolve-as convenientemente.
Como se costuma dizer: a brincar a brincar as verdades vão sendo ditas. Pela voz do Granel ficamos a conhecer estes personagens que, afinal, têm tanto de real como de ficção. Parabéns pela sessão, pelo empenho e por mais uma partilha de paixões!

NOTA: a FNAC não tem estes livros à venda...como é que é possível? E que tal se nos barricassemos lá dentro?

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A minha primeira sessão

Como é do conhecimento dos presentes na sessão de hoje, na próxima terça-feira serei eu a apresentar a minha paixão, como primeiro teaser deixarei apenas a seguinte dica.

Konichiwa!

Assim que possível desvendarei mais de mim...

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

domingo, 15 de outubro de 2006

VIDEOTECA ?

O Vitor deixou um comentário no ultimo videoteca, no qual sugeria a existência de ligações mais rápidas.
Como a ideia do Blog é torná-lo sempre e cada vez mais eficiente, peço que comentem aqui a solução adequada.
Saudações pinguinas

sábado, 14 de outubro de 2006

A Festa


Parte I


«A Festa» de Thomas Vinterberg; 1998 (Den)

Uma bomba largada. Um terramoto.
Primeiro chegam os convidados, um a um. Vão-se juntando entre abraços e beijinhos. A cerimónia está prestes a começar. Com todo o rigor, uns mais que outros lá se vão reunindo para a Grande Festa. Pais, filhos, tios e sobrinhos e afins. Mas que grande família. Sorrisos abertos. Uma festa de aniversário precedida de uma morte. Sorrisos abertos. Um passado obscuro. Sorrisos abertos. Mais um copo, mais um prato. Abusos sexuais de menores. Sorrisos abertos. Escândalo, insulto, pancada. Sorrisos descaídos e espantados. Canções racistas. Sorrisos abertos. Violência. Uma nova manhã e sorrisos abertos.

Não é fácil descrever um filme da Dogma 95. Sabemos sempre que há um problema que anda na fronteira do intimo e do social, de uma forma crua, fria e violenta.
Foi assim que o Victor Elyseu começou a sua sessão, aquilo que podemos chamar um misto de paixões. O filme, aconselhado e oferecido pela sua querida Antonieta (obrigado pelos bolinhos, já agora, e pela excelente sugestão do filme), começou por ser uma chamada de atenção. O tema central era a hipocrisía.
Como dizia Molière (há 4 séculos atrás) a Hipocrisia é um vicio que está na moda. E assim acontece, sempre. Mas, não me quero alongar neste tema, neste ponto específco.
A ideia de passar o filme, tem que ver com a paixão, desta semana, do Victor - O Clube dos Pinguins. O filme serviu de aperitivo para a sessão enriquecedora que tivémos depois.
Para quem não foi, o filme recomenda-se e muito. É um estalo na cara. Passemos à parte II da sessão.


Parte II

Tanto no início da sessão, como no fim, o Victor fez com que ficasse bem explícito o porquê da escolha de um tema como a hipocrisia para justificar uma paixão pelo Clube dos Pinguins.
A ideia do Clube dos Pinguins é a partilha de paixões. A partilha de paixões pressupõe uma ideia positiva, em que todos descem ao buraco para ouvir a paixão dos outros, mas também mostrar a sua com muito orgulho e acima de tudo, com essa disponibilidade, pois muitas vezes são coisas muito pessoais.
Há uma altura em que as coisas tem de ser repensada, e o Clube não escapa. Já muita gente abandonou, alguns por motivos justificados, outros por motivos que não convencem ainda hoje. Acredita-se então, assim, que o que aconteceu é que se começou a valorizar mais os defeitos das pessoas do que as qualidades, subvertendo-se um principio do Clube dos Pinguins.
A ideia é não sermos iguais ao mundo lá de fora, libertarmo-nos de preconceitos e encontrarmos o melhor que há nos outros, para assim nos conhecermos a nós próprios.
Se descermos desconfiados, então não vale a pena, e foi isso que o Victor quis transmitir - pelo menos no meu entender - com a sua sessão, que temos de continuar a descer com o mesmo espirito que nos fez ficar da primeira vez. É dar e receber. É saber dar e receber. Se bem se lembram foi isso que tirámos da Marcha dos Pinguins.
Da sessão também ficou uma ideia que é: não vamos ver isto de uma forma destrutiva, mas sim construtiva, reflectiva. O que não significa que tenhamos de exorcizar os nossos males lá em baixo. O que temos de fazer é ir com paz de espírito. NInguém é capitão de equipa, nem número 10. Ali não há craques! Somos uma comunidade, lembram-se?

A paixão do Victor é a paixão de todos nós. E o que quero mesmo é encarar este desabafo dele como um alerta! Não podemos cair naquilo que foi «A Festa» senão o Clube morre. Vamos todos fazer por dar um bocadinho mais todas as Terças. Vamos ser os «cozinheiros» uns dos outros.

Ao Victor, e também, à Antonieta, o nosso muito obrigado por esta magnífica sessão que nos fez pensar, discutir... ou seja, criar!

Jorge Carvalho

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Camilo e Ana Augusta

Caros amigos, ontem foi-me impossível ir à sessão do Clube pois hoje de manhã tive o primeiro contacto com público no espectáculo que estou a fazer.
É exactamente por este motivo, que este não é um comentário mas sim um post. Amanhã há a ante-estreia de "Camilo e Ana Augusta" e no sábado há a estreia.
O espectáculo estará em cena até 4 de Novembro e tenho muito gosto em convidar-vos a virem ver no dia que vos apetecer. Há bilhetes para amanhã, para sábado e para qualquer outro dia.
Portanto, conto convosco!

terça-feira, 10 de outubro de 2006

VIDEOTECA VI

As amizades têm destas coisas... e para mim que tanto gosto de música, diria: ainda bem que têm destas coisas!
Serve este prólogo para assumir que nunca deixei de escutar atentamente as sugestões que o Rui Spranger me indicou. De resto, ainda antes de eu me debruçar sobre qualquer banda indie dos 80's, já o Rui andava de vinyl debaixo do braço a caminho da Caos.
A música que trago esta semana, não me foi directamente indicada pelo Rui, mas foi graças a ele que a escutei pela 1ª vez.
Na sua última peça encenada para o SOTAO, fui surpreendido por este "L'amour a trois". Para aqueles que como eu tiveram o previlégio de assistir à representação, seguramente ficaram marcados com a força da música. "L'amour a trois", encaixa que nem uma luva na diversidade de personagens e na multi-culturalidade do texto escrito (espero que tenha sido apenas o 1º de muitos) pelo Spranger.
Sobre a banda, Stereo Total, ainda que possa induzir a uma nacionalidade francesa, trata-se na realidade de uma banda germana. Não pretendo estar aqui a fazer uma biografia da banda (ela pode ser encontrada aqui), mas apenas e tão somente partilhar o vídeo, que muito me agradou.

Ver Vídeo

P.S. - Foi-me pedido a reedição do tema "Turn into" de Yeah, Yeah, Yeah's pelo que fica aqui a rodar.


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As Noites Do General

5 Outubro 2006.
Oh sweet General!-Um doce blues do amigo General que foi fechando os olhos cada vez que interpretava um novo velho tema.Um animal de palco? Talvez sim e talvez não na certeza porém um à vontade pleno de segurança,avançando sobre os presentes,destemido e intrépido,que grande estratégia será caso para dizer!
Por momentos o Pinguimcafé pareceu levantar-se e levitar por cima das nossas cabeças mais importante que cada um de nós e completamente autónomo,que maravilha!O General foi capaz de conduzir com habilidade os tempos e prolongou o seu desempenho por quatro magníficas horas,uma delícia!
Jorge Carvalho-Mendes Cabeçadas para os amigos foi promovido a General com medalha de honra e mérito por serviços radioactivos, é um potencial grande " entertainer" graças à humildade que ainda não sabe gerir muito assertivamente mas também quem ser perfeito,quem quer ter a presunção de dominar a populaça? Eu não e concerteza que o General também não até porque ele sabe que tem amigos e quem eles são e isso é um privilégio dos eleitos.
P.S.- Quem diria que havíamos de celebrar a Républica com uma exortação à música das nossas origens???
Um grande abraço do Furiel Elyseu.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Arma descarregada

A reflexão é um ponto de partida para a manutenção da estabilidade e continuidade de qualquer prática comum. Ao olharmos para dentro, com um certo pragmatismo diga-se, estaremos sempre a construir, não podendo esta acção ser confundida com o «pôr em causa».

Assim, estou em crer que é de todo necessário estabelcer um sistema de regras e de conduta mais aprofundado para o nosso Clube dos Pinguins, correndo o risco de , se não o fizermos, perder alguma organização e, com isso, a ideia primordial deste nobre encontro de pessoas.

Em primeiro lugar, é de enorme importância o cumprimento dos horários. É prática comum, no nosso clube, o atraso excessivo da grande maioria dos membros. Este atraso tem provocado um prolongamento das sessões, o que poderá estar na génese do afastamento de alguns Pinguins e na não participação de outros que poderiam, eventualmente, acrescentar algo de positivo a esta comunidade.

Em segundo lugar, e em ligação directa com o ponto anterior, seria importante o não alongamento das farpas, situação que se tem vindo a repetir (e assumo aqui, também, a minha co-responsabilidade) e que tem contribuído para o prolongamento exagerado das sessões.
A minha sugestão é, portanto, que seja o blog o lugar de discussão das farpas. Não tirando esse lugar àquele primeiro momento da sessão, mas aliviando esse mesmo momento (um género de uma desburocratização) e criando, ao mesmo tempo, maior actividade no blog, que nos ùltimos tempos tem sentido um enorme decréscimo no que diz respeito à participação (tanto de "postadores" como de comentadores).

Outro ponto tem que ver com a assunção da sessão por parte do apresentador. É necessário que o apresentador concretize de facto o controlo da sessão. Em alguns casos isso tem acontecido, mas outros há em que não é isso que se verifica. Quero com isto dizer que o apresentador tem não só de saber gerir a sala da forma que achar mais adequada (e não ser de todo permissivo) e saber ao mesmo tempo receber quem de novo chega para evitar um afastamento dos estreantes e para que estes compreendam objectivamente qual é o fundamento de tal reunião, mesmo após uma primeira abordagem do Paulo, ou de quem quer que tenha endereçado o convite.

Parece-me, também, que se está a perder um pouco o silêncio necessário para a uma maior atenção a cada sessão. A responsabilidade é de todos, pois essa conduta funciona como um vírus (afirmo aqui também a minha co-responsabilidade em tal questão) e acaba por se tornar, a meu ver, falta de respeito. É, no sentido do ponto anterior, também da responsabilidade do apresentador controlar essa situação, esperando-se a compreensão de todos.

Em relação ao blog, como já referi, este está em queda, como poderão reparar. Embora apareçam novos atractivos, parece ter perdido a atenção da maioria dos Pinguins. É claro que nem todos têm disponibilidade para consultar o blog com frequência, mas era, no mínimo, simpático um pequeno comentário aos posts que vão sendo colocados, nem que seja para congratular quem os coloca pelo trabalho a que se deu.

Em suma, não se pretende com isto formalizar em demasia o Clube dos Pinguins, a informalidade está em cada sessão, no carinho e na paixão com que os temas vão sendo apresentados, mas também, e essencialmente, no respeito com que são recebidos. Se todos concordarem, este tipo de condutas não poderão ser como as normas de Direito Internacional, que muitos julgam ser como uma arma descarregada apontada à cabeça do infractor (até porque aqui não há infractores, mas sim distraídos).
Se esta reflexão for assumida por todos e gerar algum consenso, acredito que o Clube só poderá sair a ganhar.

Aguardo então por reacções, sugestões e indignações.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Um heroi muito discreto

O ponto de partida para a paixão desta semana foi um filme: “Um herói muito discreto”. O Zé Beça, brilhantemente trouxe um filme que a todos nos surpreendeu…
Uma mistura de realidade e ficção… O desempenho de um qualquer herói no meio de tantos outros…mas em França. Podia ser em Portugal. Destes heróis, está o mundo ávido… Os testemunhos surgem, as interpretações do filme também… Bem real a discussão que teima em se prolongar. Mais um fino para acalmar as gargantas secas. Discute-se este herói, ou será mitómano? Apropria-se de um passado que não é o seu e chama a si aventuras com que sempre sonhou e nunca teve a coragem de viver.
Acabamos por ser actores neste filme intemporal porque de oportunismo se trata. A realidade acaba por se sobrepor à ilusão de ser intocável. Afinal tratou-se de um fuzilamento. Foi um herói, dizem alguns contemporâneos… Honra à memória de quem veste o que não é seu. A bicicleta ainda estará caída? Imóvel testemunha de um salto para a glória.
Mais do que ver… vale a pena pensar nos nossos heróis! Aqueles de quem verdadeiramente gostamos e que com os seus testemunhos nos marcaram.
Um filme de Jacques Audiard, de 1996

terça-feira, 3 de outubro de 2006

7 Maravilhas do Mundo



As sete maravilhas do mundo antigo são as mais belas e majestosas obras artísticas e arquitectónicas erguidas durante a Antiguidade Clássica. Das sete maravilhas, a única que resiste até hoje quase intactas são as Pirâmides de Gizé, construídas há cinco mil anos.

As sete maravilhas
Jardins suspensos da Babilônia
Pirâmides de Gizé

Estátua de Zeus

Templo de Ártemis

Mausoléu de Halicarnasso

Colosso de Rodes

Farol de Alexandria


Pirâmides de Gizé
As três pirâmides de Gizé, Keóps, Quéfren e Miquerinos, foram construídas como tumbas reais para os reis Kufu (Keóps), Quéfren, e Menkaure (pai, filho e neto), que dão nome às pirâmides. A primeira delas, Keóps, foi construída há mais de 4.500 anos, por volta do ano 2550 a.C., chamada de Grande Pirâmide, a majestosa construção de 147 metros de altura foi a maior construção feita pelo homem durante mais de quatro mil anos, sendo superada apenas no final do século XIX (precisamente em 1900), com a construção da Torre Eiffel. O curioso é que as pirâmides de Gizé já eram as mais antigas dentre todas as maravilhas do mundo antigo (afinal, na época já fazia mais de dois mil anos que haviam sido construídas) e são justamente as únicas que se mantém até hoje.
Jardins Suspensos da Babilônia
Os Jardins Suspensos da Babilônia são as maravilhas menos conhecidas, já que até hoje encontram-se poucos relatos, e nenhum sítio arqueológico foi encontrado com qualquer vestígio do monumento.O único que pode ser considerado "suspeito" é um poço fora dos padrões que imagina-se ter sido usado para bombear água.Foram construídos pelo rei Nabucodonosor (ou Semiramis) no século VI a.C.. O monumento foi construído com seis montes de terra artificiais, terraços arborizados apoiados em colunas de 25 a 100 M de altura na antiga Babilônia, onde vivia. Foram destruídos no mesmo período da destruição do templo.
Estátua de Zeus
A estátua de Zeus foi construída em Olímpia no século V a.C. por Fídias em homenagem ao deus grego Zeus, o mais importante. A estátua, construída em ouro e marfim, e decorada com pedras preciosas, possuía 12 M de altura. Após 800 anos foi levada para Constantinopla (hoje Istambul), onde acredita-se ter sido destruída em 462 d.C. por um incêndio.
Templo de Ártemis
O templo de Artemis, construído para a deusa grega da caça e protetora dos animais selvagens, foi o maior templo do mundo antigo. Localizado em Éfeso, atual Turquia, o templo foi construído em 550 a.C. pelo arquiteto cretense Quersifrão e por seu filho, Metagenes. Após concluído virou atração turística com visitantes de diversos lugares entregando oferendas, e foi destruído em 356 a.C. por Eróstrato, que acreditava que destruindo o templo de Ártemis teria seu nome espalhado por todo o mundo. Sabendo disso, os habitantes da cidade não revelaram seu nome, só conhecido graças ao historiador Strabo. Alexandre, o Grande ofereceu-se para restaurar o templo, mas ele começou a ser reconstruído só em 323 a.C., ano da morte do macedônio. Mesmo assim, em 262 d.C., ele foi redestruído em um ataque dos godos. Com a conversão dos cidadãos da região e do mundo ao cristianismo, o templo foi perdendo importância e hoje existe apenas um pilar da construção original em suas ruínas.
Mausoléu de Halicarnasso
O mausoléu de Halicarnasso foi o sumptuoso túmulo que a rainha Artemísia mandou construir sobre os restos mortais de seu irmão e marido, o rei Mausolo, em 353 a.C.. Foi construído por quatro arquitetos gregosBriáxis, Escopas, Leocarés e Timóteo.
Colosso de Rodes
O Colosso de Rodes era uma gigantesca estátua de Hélios colocada na entrada marítima da ilha grega de Rodes. Ela foi finalizada em 280 a.C. pelo escultor Carés, da cidade rodiana de Lindos, tendo 30 metros de altura e setenta toneladas de bronze, de modo que qualquer barco que entrasse na ilha passaria entre as suas pernas, que possuía um em cada margem do canal que levava ao porto. Na sua mão direita havia um farol que guiava as embarcações à noite. Era tão imponente que um homem de estatura normal não conseguia abraçar o polegar da divindade. Foi construída para comemorar a retirada das tropas macedônias que tentavam conquistar a ilha e o material utilizado para sua construção foram armas abandonadas pelos macedônios no lugar. Apesar de imponente, ficou em pé durante apenas 55 anos, sendo abalada por um terremoto que a destruiu. Ptomoleu III ofereceu-se para reconstruí-la, mas os habitantes da ilha recusaram por achar que haviam ofendido Hélios. E no fundo do mar ainda era tão impressionante que muitos viajaram para vê-la lá embaixo, onde foi esquecida até a chegada dos árabes, que venderam-na como sucata.
Farol de Alexandria
O Farol de Alexandria foi construído a mando de Ptolomeu no ano 280 a.C. pelo arquiteto e engenheiro grego Sóstrato, de Cnido. Era uma torre de mármore sita na ilha de Faros, próxima ao porto de Alexandria, Egito. Na torre ardia uma chama que, através de espelhos, iluminava à distância (tal foi a origem do termo farol). A luz refletida chegava a 50 kM de distância, daí a grande fama e imponência daquele farol, que fizeram-no entrar na lista das sete maravilhas do mundo antigo. À excepção das pirâmides de Gizé, foi a que mais tempo durou das 7 maravilhas do mundo, sendo destruída por um terremoto em 1375. Suas ruínas foram encontradas em 1994 por mergulhadores, o que depois foi confirmado por imagens de satélite.


Tão longa introdução/exposição (ainda mais plagiada da wikipedia) tem um propósito.
A Fundação New 7 Wonders tem um projecto para designar as 7 Maravilhas do Mundo Contemporâneo, que pretende arrecadar fundos para apoiar a conservação e restauro desses objectos de Arte, imprescindiveis à compreensão da nossa história mais recente.
A designação será feita através do resultado de uma votação que decorre a nivel mundial (o que sendo democrático, suscita-me algumas duvidas quanto à credibilidade do voto) e será divulgada no próximo dia 1 de Janeiro de 2007. Na breve pesquisa que fiz para elaborar o post fiquei com algumas duvidas quanto à real existência desta Fundação, no entanto decidi publicá-lo na mesma por ter servido de motivo para abordar e homenagear as 7 Maravilhas do Mundo.

Links:
Fundação 7 Maravilhas do Mundo
Wikipedia

domingo, 1 de outubro de 2006

Um pinguim para os Pinguins


A sessão começou com uma foto da “Menina Nua “ de Henrique Moreira situada na Avenida dos Aliados. A Cláudia, a ilustre apresentadora, esboçava um sorriso de orelha a orelha e com grande orgulho, após uma breve introdução sobre a “Menina Nua”, disse que a sessão dessa noite iria ser sobre Escultura. O entusiasmo pinguinense levantou-se. Murmurinho para aqui, burburinho para ali, a Cláudia avançou segura e destemida. Não era só no Porto que se poderia encontrar esculturas, Gaia (terra que defendeu com brio) é riquíssima em escultura. De lá nasceram três grandes escultores Soares dos Reis, António Teixeira Lopes e Diogo Macedo. Seria sobre a obra destas três personalidades, que a sessão se iria debruçar.


Sobre Soares dos Reis a passagem foi curta, mas serviu de base para o resto da sessão. António Soares dos Reis nasceu em 1847 em Mafamude, Vila Nova de Gaia. Desde cedo começou a trabalhar na loja do pai, mas não lhe interessava continuar na loja, tinha jeito para o desenho e com o canivete fazia pequenos bonecos em madeira para se entreter.
O seu vizinho começou a reparar no talento no rapaz e convenceu (após algum custo) o pai deste a deixá-lo ir estudar para Belas Artes. Após cinco anos de curso e com grande reputação candidatou-se a uma bolsa em Paris. De Paris vai para Roma onde começou a trabalhar numa estátua em mármore (“O Desterrado”) para justificar a pensão que lhe era atribuída. Após algumas peripécias regressou ao Porto em 1872. Detentor de vários prémios, “O Desterrado” acabou por se tornar numa das obras mais emblemáticas de Soares dos Reis.



De seguida a Cláudia apresentou-nos António Teixeira Lopes, escultor com o qual se sentia mais à vontade, ou não trabalhasse ela no museu que alberga as suas obras.
António Teixeira Lopes nasceu em Gaia no ano de 1866. Frequentou a Academia de Belas Artes do Porto, tendo sido discípulo de Soares dos Reis e Marques de Oliveira, partindo depois para a escola de Belas Artes de Paris. Faleceu em 1942.
Grande parte da sua obra pode ser vista na Casa-Museu António Teixeira Lopes. A Cláudia quase nos fez uma visita virtual ao museu através das inúmeras fotografias que nos apresentou. Mostrou-nos a diferença entre Soares dos Reis e Teixeira Lopes, principalmente ao nível das expressões, mostrou-nos os trabalhos mais emblemáticos do escultor, quase ao pormenor e com uma grande paixão.
Vários dos seus “modelos” eram crianças, Teixeira Lopes adorava crianças e gostava de ter sempre a casa cheia de crianças. (“Não! Não era pedófilo!” - disse a Cláudia…) As esculturas de crianças deliciaram os pinguins…
Da obra de Teixeira Lopes vale a pena salientar as obras de vulto “Caim” (ver foto), “Ofélia” (foto mais abaixo) e “A Viúva”, a escultura tumular “Caridade”, as escultura monumental “Flora” e algumas imagens de carácter religioso.




A Cláudia passou depois para Diogo de Macedo, autor que também se encontra exposto na Casa-Museu António Teixeira Lopes.
Diogo de Macedo nasceu, igualmente, em Gaia no ano de 1889, vindo a falecer em 1959. Estudou Escultura na Academia de Belas-Artes do Porto onde teve como professores José de Brito, Marques Oliveira e Teixeira Lopes. Parte depois para Paris e depois para Montparnasse.
Diogo Macedo adorava História, por isso fez bastantes esculturas sobre personalidades conhecidas como Florbela Espanca, Camilo Castelo Branco, D. Sebastião, entre outros. O detalhe e a técnica nos seus trabalhos são notáveis.


A conversa voltou novamente a Teixeira Lopes (com as obras de vulto e tumulares) e finalizou com um vídeo-documentário sobre o restauro de uma escultura que tinha sido executado na Casa-Museu.

Para acabar, a Cláudia preparou um pequeno cenário interactivo, onde todos os pinguins podiam fazer as suas experiências com gesso. Havia formas de todos os tipos e tamanhos: Ursos, Peixes, Árvores, Gomos de Limão, mas a que teve mais sucesso e fez a delícia de todos os pinguinenses foi um molde para cubos de gelo em que as formas em vez de serem os tradicionais cubos eram pequenos Pinguins!
Toda a gente ficou deliciada com o gesso, de tal forma que parecíamos pequenas crianças a brincar, ansiosas para que o gesso secasse, para o tirar das formas e ver o tão esperado resultado. “Parecem os miúdos que costumam ir lá ao museu”, comentou espantada a Cláudia. E era bem verdade porque passado um pouco já se viam algumas caras desiludidas por a experiência ter corrido mal, mas o desânimo passou depressa quando se começou a “desembrulhar” os pinguins e os gomos de limão. Os pinguinenenses ficaram babados e maravilhados com aquelas pequenas relíquias e era ver quem mais “roubava”. No final, claro, toda a gente levou um pinguim em gesso para casa…


P.S.- Muito se disse e muito ficou por dizer! Isto de fazer um resumo da sessão nem sempre é fácil. Eu gostaria de ter feito um trabalho mais profundo, mas também não queria alongar muito o texto. É uma gestão muito complicada… Mas o melhor neste caso é ir aos museus e visitar as obras. Eles estão aqui a dois passos e não custa nada. E o certo é que a partir de hoje, todos nós vamos olhar com mais atenção para as estátuas e esculturas pelas quais passamos diariamente…

sábado, 30 de setembro de 2006

Videoteca V

Às vezes as coisas sabem melhor quando são feitas em conjunto. Arrisco-me a dizer que 90% das vezes, quando partilhamos o nosso trabalho com os outros. Ora, ontem quando me encontrei com o Rui Vieira no nosso tasco falou-se de uma série de videos e falou-se então de Ornatos. Eu prontifiquei-me a escrever o post por esta ser uma banda que muito me diz.

Depois de um magnífico primeiro àlbum que surpreendeu o público português, dada a sua qualidade musical e lírica, os Ornatos Violeta voltavam 2 anos depois, em 1999, com um deslumbrante «O monstro precisa de amigos». Manel Cruz e companhia, disfarçados de bonequinhos (muito parecidos com o do msn messenger, por sinal) solitários apresentam, então, um disco com 13 deliciosas canções que se encaixam em todos nós. Um desses temas é este «Capitão Romance» que conta com a colaboração de Gordon Gano (Violent Femmes).

Lembro-me de ser míudo e ver aqueles desenhos animados romenos, de plasticina, e achar, por vezes, que eram bastante tristes. Quando vi este vídeo senti exactamente o mesmo. Num mundo onde muitas vezes nos sentimos assustados com a estupidez gigantesca, a única solução é tentar manter a nossa luz acesa. É um video muito bonito e acima de tudo é de uma banda portuguesa, provavelmente uma das melhores que alguma vez tivémos.
Com um especial agradecimento ao Rui Vieira, aqui fica a nossa sugestão desta semana: Ornatos Violeta e «Capitão Romance»

Ver video

domingo, 24 de setembro de 2006

VIDEOTECA IV

De volta aos anos 80, e após vários dias de hesitação, lá consegui decidir sobre a banda a destacar.
Após vários esforços de memória sobre a ida época de 80 (como diz um amigo , aqueles loucos tempos em que chegávamos a casa quase quase às 7 da tarde), escutei atentamente diversas sonoridades que me marcaram e fui parando em Manchester. Curiosamente, não me recordei do que seria óbvio, Joy Division. Stone Roses, Happy Mondays, New Order... e pronto, faltava Ian Curtis.
Foi exactamente no ínicio da década que o vocalista pôs fim à sua vida, mas deixando um legado imprescindivel para o chamado rock gotico. Depois dele veio os Echo & Bunnymen, Siouxsie & Banshees, The Cure e muitos outros como os recentes She wants revenge.
Joy Division faz parte obrigatória de um set musical revivalista, e como tal, não podia faltar aqui. Com a promessa de um dia voltar a Joy Division, fica a rodar no blog "Love Will Tear Us Apart".

Ver Video

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

"Romani ite ad domum"

Há muito, muito tempo numa terra chamada Belém nasceu um menino!
Ora este menino foi iluminado pelos céus, literalmente, diz-se que por uma estrela que até ele conduziu 3 reis magos...

"Veneramos-te ó Brian
Que és o Senhor de todos nós
Louvado sejas, ó Brian
E o Senhor, nosso Pai, Amen"

E o menino cresceu... E cresceu e cresceu e cresceu... Cresceu até ser crescido!
Cresceu na época dourada do domínio romano, graciosos invasores...
Na época em que ficar pedrado não era contra a lei, era a lei... Só que na altura chamavam-lhes mártires e não nomes feios... Tão bom que até serviria o próprio Jeová!

Brian começou a sua formação ouvindo as palavras dos outros profetas, como João Baptista (dizem, se calhar é boato), palavras sábias...

"... E a cabeça da besta será enorme e negra e os olhos serão vermelhos do sangue das criaturas vivas!
E a pêga da Babilónia cavalgará numa serpente de 3 cabeças!
E por toda a terra haverá um grande esfreganço de orgãos!..."

Mas chegou o dia em que os felizes seguidores da sua fé, crentes no paraíso, pedem as suas palavras e bençãos:

"Não precisam de me seguir!
Não precisam de seguir ninguém!
Têm que pensar pela vossa cabeça.
Vocês são todos indivíduos!
Vocês são todos diferentes!
Têm que resolver as coisas sozinhos."

Palavras sorvidas e seguidas com afinco pelas multidões que o acompanhavam e veneravam...

E a vida de Brian foi sendo feliz, entre os romanos e as raparigas, até ao dia em que o Pai (ou os romanos, os historiadores ainda não se decidiram) lhe deu a benção da cruxificação, ficou célebre neste episódio a expressão de Pôncio Pilatos "Atilem-no pol tela, pol favol!" entre outras em co-autoria com o seu companheiro Pilas Grandus...

Em êxtase e com todo o apoio da familia e amigos, até a Frente Popular Judaica terá sido solidária com a cruxificação. O convivio entre cruzes foi salutar e extremamente positivo, como relatam testemunhos da época...

Há coisas na vida que são más
E deixam-nos furiosos
Há outras que só nos fazem praguejar
Quando os ossos estalam
Não se queixem, assobiem
E isto vai tornar tudo mais facil

E... Vejam sempre o lado positivo da vida
Vejam sempre o lado leve da vida

Se a vida parecer muito podre
Há algo que se esqueceram
E isso é de rir e sorrir
E dançar e cantar
Quando estão em baixo
Não sejam patetas
Assobiem!
Isso é que conta

Vejam sempre o lado positivo da vida
Vejam sempre o lado certo da vida

Porque a vida é bastante absurda
E a morte é a ultima palavra
Devem sempre curvar-se
Esquecer os pecados
Sorrir com os dentes todos
Aproveitem, é a vossa ultima opurtunidade

Vejam sempre o lado positivo da morte

Antes do ultimo suspiro
A vida é uma merda
Quando pensar nisso
A vida é uma risada
E a morte uma piada
Tudo não passa de um show
Aproveitem enquanto podem
Lembrem-se são os ultimos a rir

Vejam sempre o lado positivo da vida
Vejam sempre o lado certo da vida
Vejam sempre o lado positivo da vida


Vá lá companheiros, animem-se!
Que têm a perder?
Vêm do nada...
Voltam ao nada...
Que perderam?
NADA!
Anima-te meu tolo!...

Always look on the bright side of life
Always look on the light side of life
Always look on the bright side of life
Always look on the right side of life


PS - A paixão desta semana é do Vieira que nos trouxe o filme "A vida de Brian" dos Monty Phyton...
Se quiserem saber mais perguntem-lhe que eu...
Always look on the bright side of life...
Fiu fiu fiuuuu fi fi fi fiu

terça-feira, 19 de setembro de 2006

PARA QUE SERVE UM MINISTÉRIO DA CULTURA?

Por António Pedro Vasconcelos
SOL 16-09-2006


A IDEIA de dar à Cultura a nobreza de um Ministério, durante o governo de Guterres, veio de França, de onde vêm normalmente estas ideias peregrinas. Quando De Gaulle voltou ao poder, em 58, decidiu criar a pasta para o seu amigo Malraux, que queria ser Ministro da Propaganda!
Mas a França tinha, nessa altura, uma cultura para exportar. Além de ser o berço de uma grande literatura, era, no século XX, um pays d’accueil de grandes pintores, músicos de jazz e escritores de todas as nacionalidades, o que justificava uma política cultural à Luís XIV. Em Portugal, onde os artistas foram muitas vezes perseguidos e várias gerações sacrificadas pela hostilidade dos costumes, não há uma tradição cultural sólida, reconhecida e popular. Dirme-ão que é precisamente por isso que se impõe a necessidade de um Ministério da Cultura. Permito-me discordar.

HÁ LARGOS anos que não há em Portugal um debate sério sobre o papel do Estado nas actividades culturais. Depois do 25 de Abril, os artistas, que viram, durante meio século, a sua actividade abafada por um regime provinciano e clerical, exigiram, por uma reacção natural, que o Estado os protegesse e apoiasse. Ora, essa exigência, feita em nome da independência da criação, acabou por se transformar numa forma paradoxal de dependência, uma vez que os artistas, normalmente rebeldes, acabaram por achar confortável anichar-se sob a asa dos governos e reclamar a sua fatia no bolo do orçamento.

COM A criação de um MC, a tentação de impor uma política do gosto instalou-se com naturalidade; e, em vez de agir sobre as condições de acesso aos bens culturais, o Estado passou a distribuir subsídios aos artistas, com o seu cortejo de iniquidades, favoritismo e jogo de influências.
Por outro lado, a existência de um MC agrava a tendência para confundir a política do Património com a das artes vivas, o que reforça a tentação de tutelar os artistas. Ora, se ninguém discute Camões ou Eça, já não cabe ao Estado decretar quem é melhor, nem decidir quem deve ou não deve ser apoiado: se Emanuel Nunes se Jorge Palma.
A política da cultura, num país inculto, não deve privilegiar o apoio directo aos criadores, mas sim a criação de condições para que eles encontrem um mercado para as suas obras. A prioridade não deve ser o subsídio aos artistas, mas a criação de públicos: o que nos falta são leitores, ouvintes e espectadores. E isso não é tarefa do MC, mas de outros dois Ministérios: o da Educação e o das Comunicações, que tutelam, respectivamente, esses dois instrumentos decisivos para a cultura de um país, que são as escolas e a televisão.

domingo, 17 de setembro de 2006

Rodrigo Leão com Rui Reininho em "Pásion"

De uma conversa no meio dos discos no Mercado Negro em Aveiro, o Vieira falou-me desta versão de "Pásion".
E como já é costume, saíu desafio, eu queria ouvir a música, o Vieira pôs no blog e eu escrevo o post.

Julgo ser a versão ao vivo na Aula Magna no disco com o mesmo nome.
Apesar de me ser difícil soltar da voz de Lula Pena, no "Alma Mater", tenho que admitir que o Rui Reininho se desenrasca muito bem...

Continuo a achar que esta é uma das obras primas do Rodrigo Leão.
Ouçam e desfrutem...

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Relatos de um Pinguim errante

O técnico, de chave de fendas em riste, no alto de um escadote a mexer na asa do avião e a chamar um primeiro colega e ainda um segundo, enquanto no interior do avião lhe informavam do atraso na descolagem, não lhe aliviava a preocupação.
De qualquer modo, lá o gigante começou a rolar sobre o asfalto, e a contagem começou... 1,2,3,4...178, 179, 180... ufa! Estava vencido o receio, afinal de contas, os primeiros 3 minutos é que são perigosos nas viagens de avião. Pensamento que reconforta, pelo menos até sentir a ligeira pressão do avião a fazer-se à pista para a aterragem.

Assim foram as primeiras impressões que o nosso pinguim errante nos relatou sobre as suas viagens de verão.
Muitas foram as fotos que circularam e as estórias com que o Rui Spranger nos brindou. Seria impossivel aqui enumerar todas, mas tentarei abordar pelo menos algumas.

Da Polónia que o Rui narrou nos seus diários de viagem aqui publicados em Junho, foi seguindo viagem e apontando as suas impressões num caderno onde escrevia para nós. De destino a Toulouse, decidiu sair do avião em Milão e de lá apanhar o comboio para Toulouse. Tarefa que seria fácil, caso os atrasos nas ligações não surgissem. Como assim sucedeu, surgiu um passeio até Genebra, atravessando os Alpes, seguindo depois pelo caminho menos acertado possivel no Norte da França até que finalmente desceu em direcção à Costa e à festa da Luana. Notas do Rui sobre a viagem que retive: um itinerário muito bonito até aos Alpes, uma Argentina voluptuosa que teve a desfaçatez de não fazer o percurso até ao fim e ... 19 horas de viagem.

Chegado a França, foi tempo de reviver tempos passados. Em Paris assistiu ao cinema ao ar livre no Parc de la Villette, onde recordou Birdie de Alan Parker. Teve ainda tempo para ser surpreendido por um enorme falcão, de nome AIR FORCE 1, onde terá lamentado não dispor de uma fisga. Como o Rui não se prolongou muito sobre a sua estadia em Paris, sou levado a crer que Paris continua a ser cidade do Amor e para ser belo convém guardar segredo.

Agora a viagem seguiu rumo à Estónia, com visitas aos seus países vizinhos. (Como a caneta estava sempre a falhar, tenho apontado alguns destinos que nem eu próprio decifro). Mas na Estónia estaria guardada a sua melhor experiência. Uma viagem pelo encarpado Mar Báltico levou-o à Ilha de Nassairi (?) como clandestino. Esta ilha que também é conhecida pela ilha das mulheres foi uma antiga base soviética e conta com um vasta lista de recenseamento composta por 1 habitante. Soubemos que existia um outro, falecido pouco antes. Contou-nos o Rui, que após chegada à Ilha, providenciou regresso num iate comandado pelo único Estónio que já deu a volta ao Mundo de veleiro. Pousadas as provisões (parcas) num Hostal, que se encontrava em recuperação, iniciou a exploração da ilha, encontrando um antigo depósito militar e distraindo-se no tempo, perdendo assim o jantar. Como a fome e a sede apertava, obteve a preciosa informação que a 300 metros do Hostal, existiria um Bar. (Julgo que aqui termina a experiência do Rui e começa uma cena que ele terá visto num filme do Kusturika).
O Bar de grande animação reunia os trabalhadores das obras do Hostal e alguns habitués, como o providencial comandante que lhes garantira o regresso, e algumas mulheres com quem todos dançavam. A bebida era o elixir da noite, e só depois de uma demonstração de virilidade, é que o Rui foi libertado da obrigação de acompanhar cada rodada. No meio da alegria, ficou a saber que a ilha dispunha de um comboio. E com uma grande particularidade. Não tinha horário de funcionamento. Telefonava-se ao maquinista e lá vinha ele numa velha locomotiva, pronto a largar os seus viajantes ao longo dos extensos 1500 metros que compunha a via. De cabeça atordoada e cara inchada pelos mosquitos lá foi feita a despedida da Ilha das Mulheres, com a promessa, não cumprida, de regressar para a cerimónia de deposição das cinzas do saudoso co-habitante da ilha.

A noite já ia avançada, os relatos minguaram enquanto os olhos se distraiam pela muitas fotos que o Rui trouxe. Como souvenir, suponho! ... A não ser que o souvenir fosse as 2 polacas que entretanto chegaram ;)


Nota final: Perfeccionista como sempre, o Rui estava preocupado pelo modo como decorreu a sua sessão. Eu faço apenas um comentário: mesmo cansado, tu brilhas amigo!