quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um pinguim generoso!

No passado dia 6 de Outubro, o Rui Spranger decidiu dar-nos a provar uma das suas paixões: o Vinho Carcavellos.

Pretendemos alertar, no entanto, que este vinho provoca ataques momentâneos de loucura, ao ponto do Rui Spranger ter trazido um exemplar raro do Carcavellos com mais de 50 anos!! (e ao que parece, às escondidas de um amigo, também apreciador deste néctar, que nunca lhe iria perdoar ter cometido tal infâmia!).

Por mais que tivéssemos tentado demover o Rui desta loucura, ele prosseguiu com a abertura da garrafa e encheu os copos aos pinguins, ávidos de curiosidade para provar um vinho generoso de tal raridade.

Enquanto o líquido repousava nos copos, o Rui contou-nos então a história deste vinho famoso, mas que curiosamente todos (sem excepção) desconheciam:


A fama dos vinhos de Carcavelos já vem desde os tempos de D. José I (séc. XVIII) e eram produzidos pelo Marquês de Pombal na sua quinta de Oeiras. O seu nome secular, qualidade e tipicidade foram também reconhecidos por Carta de Lei em 1908.

Características do vinho: licoroso, delicado, de cor topázio, aveludado, com um certo aroma amendoado, adquirindo um perfume acentuado e característico com o envelhecimento.

O vinho deixou praticamente de ser produzido, devido ao grande crescimento urbano da Costa do Estoril e de Carcavelos em particular e só em 2001 recomeçou novamente a sua produção, com 3.500 litros.

A Câmara Municipal de Oeiras tem vindo a investir no aumento de produção do vinho Carcavelos, sob a marca "Conde de Oeiras".

Nós cheirámos, brindámos e degustámos este "Lisbon Wine", tal qual a personagem do célebre romance "Crime e Castigo", de Dostoievsky, que também era apreciador do Carcavellos. E podemos garantir que é, de facto, um verdadeiro néctar!!

Finda a noite, ficámos mais sábios, mais espirituosos... e mais ébrios.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Visita íntima a Passos Manuel

No passado dia 22 de Setembro, o Hugo Valter levou-nos ao Cinema Passos Manuel para assistirmos a uma curta de Luís Vieira Campos, intitulada "Dia de Visita".

A ação principal da curta desenrola-se no Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo e foca uma regalia alargada a todos os reclusos portugueses (homens e mulheres) pelo novo Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais - a visita íntima. Não, não é o que estão a pensar! Todos os pormenores pornográficos (e até os eróticos) foram propositadamente omitidos!

O filme, a preto e branco e com uma cadência lenta, ao som de uma música a condizer ("Quem sabe", de Manuel Cruz), acompanha a vida de um casal de ex-toxicodependentes, que se encontra uma vez por mês, durante duas horas, num quarto de uma prisão onde ela cumpre pena. Para quê, perguntam vocês? Ora, não vou dizer, se não estragava o filme por completo... mas podem dar uma olhada ao trailer ("letes luque a tetreila"):


No final da película, foram mostrados vários depoimentos reais de reclusas, em que falam abertamente sobre o impacto da visita íntima nas suas vidas. E esta parte final é que foi verdadeiramente interessante!! Todos concordámos que o filme transparecia uma espécie de artificialidade, quer nos movimentos dos atores, quer nos diálogos, portanto a parte dos depoimentos foi uma lufada de ar fresco (e real...).

A mensagem transmitida pelas declarações das reclusas foi mesmo bastante forte e ficámos com a sensação que toda a vida delas na prisão passou a ter como objetivo a espera por aquelas duas horas mensais, em que se podem sentir livres e imaginarem-se no quarto de sua casa.


Bem, como "bom pinguim à casa torna", no final fomos todos beber para o Pinguim e debater a interpretação de cada um sobre o filme e ficámos na amena cavaqueira até às tantas, como já é apanágio das sessões do clube.