quinta-feira, 29 de março de 2012

Max Richter


E uma quinta-feira o Águia esvoaçou até à cave para nos dar a conhecer Max Richter, este senhor aqui em baixo...

Trata-se de um compositor Britânico de origem Alemã. Estudou composição e piano na Universidade de Edimburgo e fundou, após ter terminado os estudos, o Piano Circus, com mais cinco pianistas. Participou neste projecto durante dez anos, primeiro como pianista e mais tarde como compositor.

Em 2002 lança o seu primeiro álbum a solo, Memoryhouse onde explora histórias reais e imaginárias criando um estilo de música experimental que denomina de “documentary music”. Seguiram-se The blue notebooks (2004), Songs from before (2006), 24 Postcards in Full Color (2008), From the Art of Mirrors (2009) e Infra (2010).

Max Richter foi também responsável pela banda sonora de filmes como “Valsa por Bashir”, “Shutter Island”(entre outros).

Nas suas músicas Max Richter usa samplers de origens variadas: sons de ambiente, vozes e leituras de textos (Kafka, Murakami,...).

Da (falsa) simplicidade do som do piano a solo até à sumptuosidade de uma orquestra, todas as músicas deste compositor têm uma capacidade em comum: gerar emoções.

Pois não é essa a função da arte? Oiçamos então arte!

Deixo-vos um -mui pessoal, umbiguísta e de (in)questionáveis critérios- cardápio de músicas e sensações:

“On the nature of daylight” o dia chega cheio de nostalgia e inquietação…

“Embers” transporta-me em melancólicos voos de serenidade…

O hipnótico “November” que me descompassa o coração e a respiração…

A beleza mesmerizante e sombria de “Sarajevo”

A grandiosidade esmagadora de “Last days”

Infra 5 – que me traz uma emoção que não lhe sei o nome e por isso inventei-lhe um: Soluptioso

Sr. Águia, muito grata pela partilha, sigo pela vida com o Memory House debaixo do braço e um caleidoscópio de emoções no regaço!

quarta-feira, 28 de março de 2012

J. R. R. Tolkien

No início da minha adolescência cheguei a jogar The Hobbit, que tinha sido lançado em 1982 e transpunha para o ecrã a ficção interativa, popularizada pela coleção Aventuras Fantásticas e outras. Acabou por ser o meu primeiro contacto com o mundo de J. R. R. Tolkien.


Em 1992 os GNR lançam o seu sexto álbum Rock in Rio Douro, do qual faz parte a música que ouvi vezes sem conta Sub-16, que diz:
E com dezasseis
Nunca se teve tempo de ler O Senhor dos Anéis
Só de uma vez
E durante bastante tempo cheguei a usar para fundo do ambiente de trabalho a imagem The Dark Tower, de John Howe, ignorante de que se tratava da sua conceção da torre Barad-dur. No secundário, também via o Silmarillion a circular entre os meus colegas metaleiros.


Foi assim crescendo a minha curiosidade pelo fabuloso universo de Tolkien, mas foi já na faculdade que dei o mergulho, precipitado pelo anúncio da adaptação da trilogia O Senhor dos Anéis ao cinema, numa megaprodução assinada pelo mestre do gore Peter Jackson. O meu objetivo era conseguir criar o meu próprio imaginário antes de qualquer contacto com o filme, sob risco de o contaminar, fosse mesmo apenas com um trailer. Ainda tive sucesso durante a leitura da Irmandade do Anel, mas nos seguintes livros já me era indissociável Frodo Baggins de Elijah Wood, assim como Gandalf de Ian McKellen.

Mas pouco sabia da vida «do primeiro geek» não fosse o Águia ter decidido presentear o clube com uma sessão sobre J. R. R. Tolkien.

Fiquei assim a saber que, apesar de Sir, não era inglês, antes tendo nascido em Bloemfontein, atual África do Sul e sido educado por um jesuíta. Que uma influência para a sua paixão como linguista foram os estranhos nomes das estações de comboio da linha que servia a sua casa. Frequentador de sociedades, a sua cultura estende-se ao conhecimento de inúmeras línguas, entre as quais finlandês, islandês, grego e latim! As suas obras acabam por permitir aplicar todo este conhecimento.

Mas muito mais pode ser aprendido vendo a sua excelente apresentação.



Eu por mim vou já adicionar o Silmarillion à minha lista de livros a ler, que o apetite foi aguçado!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Chilly para aquecer

E se de repente, ao passar na rua, alguém se dirigisse a nós pensando que éramos outra pessoa?
“Não, o meu nome não é Chilly, confundiu-me com alguém!”.
E foi mais ou menos assim que nasceu Chilly Gonzales

Numa noite fria na cave que, às Quintas, é dos Pinguins, o Rui Spranger trazia na algibeira um pouco de Chilly para aquecer a noite.
Jason Charles Beck, canadiano a residir em Paris, começou a tocar piano aos três anos e fez-nos gostar um pouco mais de piano, naquela noite.

Chilly Gonzales Live with Radio Symphony Orchestra Vienna, não é só um concerto de um pianista acompanhado por uma orquestra proveniente da Cidade dos Músicos, é um espectáculo de um homem que transparece o quanto gosta do que faz, que brinca com a música como uma criança, e nos faz gostar de tudo o que vemos e ouvimos.

Um verdadeiro “one man show”, que se assume como entertainer, mais do que como artista, porque segundo as suas próprias palavras “um entertainer faz amor com o público e um artista apenas se masturba, pretende agradar a si próprio”.
É interessante ouvir a explicação na voz do próprio.

Com aspecto de louco, Chilly faz amor com o piano, namorisca com a orquestra e conquista o público, sem pretensões, em pantufas e despenteado, como se estivesse entre os melhores amigos.
Vale a pena acompanhar a carreira deste homem apaixonado. É por ser apaixonado pelo que faz, que nos fez a todos, naquela noite, apaixonar pelo trabalho dele. Tão apaixonado que devia ser Pinguim.