quinta-feira, 1 de março de 2007

O REGRESSO DO POWER POINT

Este não é provavelmente o melhor título para o resumo de uma sessão. O título deveria ser outro: “Pop Arte” , “Granel” ou até “Sessão nº…”. Porém, quero começar o post a assinalar este regresso. Obviamente não pelo power point em si, mas por todo o trabalho previamente feito para apresentar a sessão. A isto eu chamo Generosidade e Brio.
O Granel não se limitou a dizer “eu gosto muito de Pop Arte”. Mostrou-nos como ela surgiu e começámos a sessão quase 40 anos antes do movimento se afirmar.
Confesso que me surpreendeu ver o Granel a falar de arte e, sobretudo a falar de arte assumindo uma posição muito pessoal em relação a ela. Mais do que a estética em si, o Granel falou-nos também da sua percepção cognitiva desta. Eu costumo dizer que o conhecimento é importante porque aumenta o nosso prazer e, claramente aqui, o conhecimento aumentou o prazer do Granel face à Pop Arte.
A sessão até poderia ser tranquila face a tanta preparação, mas claro que houve quem caísse na tentação (eu pecador me confesso) de puxar pelos galões e mostrar o quanto sabia sobre Pop Arte, arte e estética e opinar saudavelmente e até efusivamente a sua concordância ou não em relação a esta.
Mais uma vez o Granel esteve à altura, respondendo de forma pragmática e inteligente. “Esta é a minha sessão e a minha visão da Pop Arte”.
Pois não tem a arte um ponto de vista pessoal? Não será um quadro uma impressão digital do artista? Não impõe a arte uma interpretação verdadeiramente livre do espectador?
Entre muitas outras coisas, a Arte é isto: liberdade do criador e liberdade do espectador. Não fosse a arte o único meio de comunicação realmente universal.
Portanto, meus amigos “deixem-me acabar a sessão e depois discutimos”.
E assim foi. A sessão seguiu tranquila até ao final e a discussão arrastou-se depois até ao bar.
Querem uma sessão com mais dinâmica do que esta?



PS- Um resumo quer-se curto, se tiverem interesse e quiserem investigar aqui vão alguns nomes apresentados na sessão: Dadaísmo - Duchamps e Schwitters ; Pop Arte inglesa Independent Group - Richard Hamilton, Eduardo Paolozzi, Peter Blake e Richard Smith; movimento de Cambridge - David Hockney, R.B. Kitaj e Patrick Caulfield; Pop Arte Americana - Andy Warhol, Jasper Johns, Robert Rauschenberg, Jim Dine, Lichtenstein, James Rosenquist, Tom Wesselmann, Robert Indiana e Claes Oldenburg. Para terminar Lawrence Alloway o crítico que deu nome à Pop Arte.

6 comentários:

Cláudia S. disse...

sem duvida uma sessão em que adoraria ter estado prsente, mas tenho andado a levar o Museu às escolas, e o cansaço é muito grande. Sim a Arte também pode cansar fisicamente,e eu ando esgotada.
Granel peço desculpa por não ter ido.Só tenho ouvido elogios à tua sessão, e este post do Spranger assim o demonstra, realmente deve ter sido excelente. O tema para mim é fascinante.
Rui, gostei muito do Post,deu-me uma ideia muito clara daquilo que perdi. Para a semana quem vai apresentar a sessão?

Anónimo disse...

Embora tenha sido o elemento do contra, por ter uma ideia diferente daquilo que é a arte queria apenas dar os meus parabéns ao Grana pela brilhante apresentação (brilhante do brilho com que a apresentou). Gostei muito da sessão.

Excelento, também, o post do Rui. Como se quer!

A próxima sessão é do Filinto e vai ser sobre como daqui a 10 anos um pequeno ditador chamado Jorge Carvalho extinguirá toda a forma de comunicação social!

Anónimo disse...

Não compreendo determinado tipo de arte. Assim, simplesmente. Não é um orgulho bacôco, nem uma vergonha idiota, é assim simplesmente. E no meu esforço de aprender algo mais de forma a que, um dia, me faça compreender essa arte, nem que seja compreender que não havia nada para compreender, ajudou o Granel e os intervenientes - mesmo o Jorge :)- na sessão passada.

É um belo título Rui, bem postado.

A próxima sessão será sobre liberdade e sobre uma das formas de derrotar os ditadores. Agora e no futuro.

hörster disse...

Já estou farta de perder sessões... Ainda mais ouvir o Granel a falar sobre arte??? Como é que pude perder isto???
Não posso comentar a sessão mas gostei muito do post.
Beijos a todos

Marta Araújo disse...

Tenho que assumir que o tema escolhido pelo Granel para apresentar a sua sessão não me consegue despoletar muito interesse. Talvez por ter ouvido falar muito sobre o assunto e o ter discutido abundantemente na Universidade. O conceito de arte é, embora ao mesmo tempo não o seja, muito subjectivo e está dependente da bagagem cultural de cada um, embora na Pop Art se tente, precisamente, massificar o conceito de arte e cultura. Whatever... e porque estes pormenores não interessam nada, penso que o Granel esteve na sua apresentação. Muniu-se de um suporte tecnológico apelativo e no qual estava patente informação que contextualizou devidamente a assistência relativamente ao assunto abordado. Contextualizou, explicou, opinou e abriu o debate a um tema que se quer precisamente "caliente".

Parabéns ao apresentador e ao postador.

António Manuel Rodrigues disse...

Só posso agradecer ao Granel pela coragem de apresentar um tema como este, e muito bem, diga-se...
Gostar ou não de Pop Art é irrelevante, nesta sessão falou-se de um movimento, de criação e originalidade, como sempre as quebras com o passado são rebeldes, irreverentes e propositadamente chocantes, há objectivos na intenção e isto o Granel soube fazer muito bem.