segunda-feira, 26 de março de 2007

Escola pública, negócios privados

As escolas secundárias portuguesas vão desenvolver internamente "áreas de negócio" para ajudar a financiar o programa de modernização dos estabelecimentos de ensino."Desde o aluguer de espaços para casamentos e baptizados, de ringues para torneios de solteiros e casados, ou de espaços para entidades de formação, tudo pode ser feito".

in "Diário digital"
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

de http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/2007/03/rentabilizar-educap.html

PS - Alguém me explica isto, por favor...

14 comentários:

Anónimo disse...

Zé Tó temos de ver isto. Adorava fazer um combate urbano no Rodrigues de Freitas, deve ser demais. Será que aceitam um torneio de paintball?
Agora mais a sério, não vejo mal nenhum nesta medida. Há outra que não entendo, mas esta, mal nenhum.

GRaNel disse...

Nada de novo. Há anos que as escolas do país alugam os seus pavilhões no período pós-aulas a quem queria queimar umas calorias. A mim parece-me perfeitamente normal que se tente rentabilizar ao máximo os espaços públicos desde que tal não ponha em causa o bom funcionamento nos fins a que primeiramente se propõem.

Anónimo disse...

Acho muito bem. As escolas devem servir para alguma coisa. Agora andar aí a ensinar merdas às crianças... A malta quer é festa! You've got to fight for your right to party!

Aguia disse...

Sim, ok... mas isso já se faz a um bom, mas mesmo bom, par de anos.

Enfim...

abraços

Marta Araújo disse...

Talvez ler a notícia toda ajude a perceber melhor. Se calhar, e em primeiro lugar, não se poderá fazer propriamente tudo e em segundo lugar parte-se do princípio que tal ideia não irá perturbar o normal funcionamento das aulas não? Talvez os conceitos de sinergia e optimização de recursos neste contexto faça algum sentido - digo eu...confesso que há coisas que me assustam mais.

A notícia:

"As escolas secundárias portuguesas vão desenvolver internamente «áreas de negócio» para ajudar a financiar o programa de modernização dos estabelecimentos de ensino. Segundo o DN desta terça-feira, o aluguer de espaços de desporto, serviços de restauração, a exploração de papelarias e reprografias são apenas alguns exemplos de «unidades de negócio», tal como a valorização patrimonial, que pode incluir a concessão de edifícios não utilizados.
Em declarações ao DN, um porta-voz não identificado do Ministério da Educação assumiu que «desde o aluguer de espaços para casamentos e baptizados, de rinques para torneios de solteiros e casados, ou de espaços para entidades de formação, tudo pode ser feito». «Aliás, já há escolas que o fazem», acrescentou.

A estratégia foi apresentada ontem de manhã no Porto e à tarde em Lisboa, pela ministra da Educação, pelo primeiro-ministro e pelo presidente da Parque Escolar, EPE, que explicou que «a concessão de utilização de instalações escolares no período pós-escolar, bem como a concessão de instalações não utilizadas a instituições públicas e/ou privadas, vocacionadas para a educação e formação profissional», é uma prioridade no que diz respeito à valorização patrimonial.

Nas ditas unidades de negócio, «as regras vão ser a criteriosa escolha de produtos e de fixação de preços (não se trata de um mini centro comercial) e o rigoroso controlo de qualidade dos produtos a vender, em particular no que refere à alimentação», afirmou ainda João Sintra Nunes.

Para isto, a Parque Escolar conta «até fim de 2007 concluir um conjunto de parcerias que permitam “encher” os edifícios a intervencionar nos primeiros dois anos».

Isto porque o programa de modernização quer abranger 332 escolas até 2015, iniciando-se já em Julho, em quatro: duas no Porto e duas em Lisboa.

Entretanto, a experiência piloto deve ser estendida a outras escolas nos próximos oito anos, para, entre outras coisas, abrir a escola à comunidade.

O que, refere o mesmo responsável, «não quer dizer que toda a gente lá possa entrar», mas que «os edifícios possam ser utilizados em actividades de formação pós-laboral, eventos culturais e sociais, desporto e ao lazer»".

Gemma disse...

Era sem dúvida um bom sítio para se fazer um pouco de guerrilha urbana, e se ainda tiver uns extras, como uns alunos perdidos a passear, ainda era mais divertido :)
Mas falando sério, acho que é uma boa ideia, mas depende como ela evolui. A disponibilização de espaços para eventos únicos, é uma boa optimização de espaços, mas enquanto para a criação de algumas empresas que trabalhem dentro de espaços das escolas acho um pouco arriscado, pois se no futuro se necessitar desses espaços que farão as empresas que os ocupam? São deslocalizados, fecham ou é-lhes proposto outro espaço? Há uma série de condicionantes que tem muita relevancia na escolha de uma localização para uma "unidade de negócio"

Gemma disse...

E um outra questão, que será feito com o dinheiro que provem dessa concessão? Será para tapar buracos? Para melhorar as condições da própria escola? Para baixar as propinas? Se bem que as propinas no secundário não são assim tão más...

Anónimo disse...

Quando andei no Rodrigues de Freitas, eram 5500 alunos, baby-boomers como escrevi noutro comentário. Tive sempre mesa para me sentar, espaço no recreio para jogar à bola, primeiro, namorar, depois, discutir e politizar-me, entretanto, e por fim namorar. Hoje são pouco mais de dois mil alunos, e se eu tinha aquele espaço todo, agora imagino que pareça ainda maior. Há muito espaço para que uma empresa se instale e sendo assim deve ter o mesmo contrato de arrendamento do que se se instalasse noutro sítio qualquer. O ajuste directo entre os rendimentos e os gastos (para que servem os impostos) é algo que não está suficientemente transparente em Portugal, e se calhar ainda bem.

Rui Vieira disse...

Um estabelecimento de ensino não deve esgotar-se no mero acto de transmitir conteúdos curriculares.
Promover actividades que garantam alguma rentabilidade, poderá ser benéfico do ponto de vista orçamental, mas não só.
A sociedade em geral vive de costas voltadas para as escolas. Deposita lá os seus filhos, e não presta atenção a inumeras actividades extra-curriculares que por lá vão sucedendo. Abrir as portas à comunidade pode alertar as pessoas, criar um movimento que torne apelativo uma ida à escola para assistir a um colóquio, uma exposição, uma peça de teatro, uma iniciativa desportiva, etc. etc.
Em suma, eu também gostava de voltar ao "D. Manuel II" e ver lá VIDA.

Anónimo disse...

Pessoal!!!!
Casamentos e baptizados! Hello!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Que se desenvolvam actividades extra-curriculares nas escolas tudo bem, mas festa da grossa não me parece. Que se abra à comunidade por completo, que não seja um palco de negócios, única e exclusivamente, mas que sirva a comunidade em actividades realmente importantes que a aproximem dessa realidade que vocês defendem, e que não seja um happening fútil e absurdo com único intuito de rentabilizar. Se forem dar o rabinho para a rua da Alegria também rentabilizam, não vão porque se calhar é estúpido rentabilizar dessa forma! Exactamente!

GRaNel disse...

Jorge, é tão ridiculo usar a biblioteca do Rodrigues para apresentar um livro como o pavilhão para uma "peladinha". Se as nossas escolas têm algo para oferecer à comunidade e com isso juntarem uns euros ao cofre eu acho muito bem. Como já uma vez tive oportunidade de postar, usa o bom senso e não radicalizes. Cada escola oferecerá, conforme as suas estruturas, diferentes actividades. Mesmo que seja uma festa, não vejo qual é o problema... desde que não interfira com a actividade lectiva - óbvio.

Anónimo disse...

A comparação é absurda e eu acho que ainda escrevo português! Concordo que o espaço seja rentabilizado, mas não com negócios particulares. Concordo que seja com algo que sirva a comunidade como comunidade. A apresentação de um livro é uma actividade que serve a comunidade, um torneio de futebol também (ou de qualquer desporto)Festas de todo o tipo, mas que estejam abertas. ABERTAS! Get it? Se quiserem fazer isso no Contumil Park Stadium (vulgo Dragão) o problema é vosso. Agora, casamentos e baptizados nas escolas : Não Concordo!

GRaNel disse...

O que eu queria dizer é q a mim não me choca. Tirando a parte do mau gosto do casal obviamente. Não queria comparar.

Marta Araújo disse...

Assim de repente parece-me uma ideia girissima casar numa escola llooll. Eu que estava com dúvidas relativamente ao local a escolher para decorrer a boda do casório...aqui está uma esxelente solução!