quinta-feira, 24 de maio de 2007

A OTA aqui tão perto

Outras músicas ou a adaptação de Lisboa aqui tão perto ao século XXI. Exageros à parte resume muito do que se passa hoje em relação à OTA. Uma intransigência e uma birra ridicula de quem só admite a sua visão e é hermético à razão e bom senso...

Vá comboio, meu comboio
carrega na velocidade
pára só quando chegarmos
à cidade

Olá cidade da Ota
de têgêvê é um conforto
estava à espera há que tempos
do aeroporto

Custou tanto cá chegar
mil e uma peripécias
mas a Mota e a Teixeira
Duarte tece-as

Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto

Mal chegado, vislumbrei
duas escolas com recreio
três hotéis e uma agência
do correio

Mais um shopping da Sonae
tão grande que faz cobiça,
um hospital e um palácio
da justiça

não há outra terra assim
com um aeroporto tão bonito
com uma pista asfaltadaa granito

Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto

Queriam fazê-lo no deserto
num sítio sem casario
lá para os lados do oásisde Rio Frio

Em Setúbal há camelos
não há ninguém que o negue
o habitante do Barreiro é
o tuaregue.

A grande cidade da Ota,
quem é que não a prefere?
Só se for um palmelense,
um berbere

Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto

Quando fui ao Poceirão
vi uma homem embuçado
tal e qual um terrorista
apressado

Diz-me o que fazes aqui
Com as bombas à cintura
“vou rebentar com a ponte
numa viatura”

Já te topo, há quanto tempo
que não via um beduíno
diz-me lá se és ou não és
o Mário Lino

Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto

"Sou o Lino sim senhor
o ministro dos aviões
o que eu quero é estourar
muitos milhões

E depois vou prá Portela
montado num dromedário
p’ra aproveitar o potencial
imobiliário

sou ministro no governo
dos impostos encapotados
e ficam os contribuintes
arrepia-a-a-a-dos

Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto

Já vi muitas grandes obras
feitas sem muito tin
agora tenho o aeroporto
Mário Lino

faço obra para o povo
e tu povo retribóis
tu me inspiras com os brancos
e os tintóis

o melhor é estar calado
e parar com a cavaqueira
que cada vez que improviso
sai asneira"

Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto...

in "Blasfémias"

6 comentários:

GRaNel disse...

dass... peço imensa desculpa pelo comprimento do post mas achei mesmo piada à letra...

Unknown disse...

Tá do caralho! Muito bom!

Anónimo disse...

Pois eu acho que isto é uma vergonha! A gozar com quem trabalha!
Este Jorge C. é um bocado mal criado!

Marta Araújo disse...

Tem piada tem...sim senhor...a letra é engraçada. É isso e os Jorges que por aí andam! LLOOLL

Anónimo disse...

tá excelente. e já se tornou num exercício de estilo o comentário após o post :-))

Marta Araújo disse...

É verdade é...bem observado Fil. Como diz o povo, que tem sempre razão - isto no sentido em que o povo somos todos nós - , «há quem faça a festa, atire os foguetes e apanhe as canas» lol

Mas eu continuo a dizer que porreiros porreiros porreiros são os Jorges que aí andam e mai nada. São lindoooooooooooos!!!