sábado, 28 de abril de 2007

E agora Mendes???

O baixinho quis passar a imagem de homem íntegro e afastou todos os autarcas que estavam constituídos como arguidos. Tal atitude trouxe-lhe vantagens nas autárquicas de 2005, colocando o PSD na estrita prateleira dos incorruptíveis. Mas não há bela sem senão e tal como Menezes afirmou, o baixinho abriu a caixa de Pandora e agora não há sabe fechar. A situação em Lisboa está insustentável, e Marques Mendes sabe-o; mas sabe também que eleições intercalares significam perder a maior câmara do país. Qualquer dos cenários que se apontem é catastrófico para o PSD (tirando o de quarta dizerem que o Dr Carmona, outrora autarca modelo, não ser constituído arguido). Mendes terá de se manter fiel ao princípio de que autarca arguido é autarca suspenso e com isto pedir/forçar Carmona a abdicar da cadeira do poder. Surgem então três cenários:

Cenário 1 – Carmona esquece o baixinho e reafirma a sua posição de independente. Pode-lhe correr mal porque o PSD retirar-lhe-á a confiança politica e tem maioria na Assembleia. Deixa Mendes na difícil posição de não controlar o rebanho.

Cenário 2 – Carmona acede ao pedido, vamos (salvo seja) para intercalares e a câmara vira PS. Mendes perde a Câmara mais importante do país.

Cenário 3 – Carmona acede e aparece a Drª Marina Ferreira como Presidente da edilidade. A mim parece-me bem, afinal ela era a quarta da lista. Mais, com um bocadinho de sorte, também será constituída arguida e teremos Pedro Feist na Presidência. Mendes ficará mal nas duas situações; com a Drª Marina fica com um presidente sem carisma e praticamente desconhecido; com Pedro Feist perderá o presidente para o CDS.

O Cenário 4 é ainda mais terrível; - Mendes dá um passo atrás e deixa que Carmona acabe o mandato. Perde toda a credibilidade (que não será muita é verdade) e perde também o partido que está em polvorosa, à espera de uma oportunidade para o derrubar.

Com esta oposição, quem se fica a rir é mesmo Sócrates que assim tem tempo para estudar um bocadito, inscrever-se numa faculdade qualquer e tirar mais um cursito feito em folhas timbradas do Governo. Tantas linhas para dizer, volta Portas, tas perdoado…

Pode votar no cenário da sua preferência pelo 555-9982303, ou em alternativa usar a caixa de comentários.

7 comentários:

Marta Araújo disse...

Eu voto no seguinte cenário (que no fundo não é cenário nenhum...é mera especulação): Mendes sabe que tem de dar seguimento ao seu lema de que presidente constituido arguido deve abandonar o cargo. Carmona sabe que não se aguenta como independente e bate a porta com a conivência do PSD. Ou seja, acho que eles vão fazer as coisas de forma a nenhum dos dois (Carmona e Mendes) ficar muito mal, dentro dos possíveis claro porque mal já eles estão. E surgem então as eleições antecipadas mas não tenho assim tanto certeza o PS as ganhe. Se o Pedrinho aceitar voltar penso que o PSD ainda pode conseguir segurar a Câmara, claro que depende do homem que os socialistas apresentarem. É óbvio que há ainda a possibilidade de a família laranja fazer uma espécie de coligação com os populares, assim como os socialistas se poderão juntar aos partidos de esquerda.

Ok...eu sei...no fundo tudo pode acontecer e todos os cenários estão em cima da mesa. Afinal por terras lusas tudo é possível llooll Esperemos é que Carmona não fique a passear por Londres durante um ano inteiro ou coisa que o valha :D

Rui Vieira disse...

A coerência de Marques Mendes caiu no dia em que decidiu apoiar Alberto João Jardim. Apesar de Isaltino, Valentim ou o agora provavel Carmona, serem problemas de foro legal, estou em crer que o Jardim é mais prejudicial às regras da democracia.
Quanto a cenários, muito está em aberto, e o que o Povo gosta é de Messias. Não me surpreenderia se o Soares filho surgisse num manto de nevoeiro.

GRaNel disse...

Parece-me que esse é um cenário pouco provável. Não tive oportunidade de ir mas diz quem foi, que Soares filho foi morto e enterrado em 2005, lá para os lados de Sintra.

Mas a verdade é que o poleiro está sem galo e ninguem inteligente o quer ocupar. Logo, o Joãozinho fica bem colocado...

Anónimo disse...

Por que motivo estarão vocês sempre a pensar em cenários e não pensam nos cidadãos Lisboetas, que certamente não precisam de mudanças e mudanças, mas sim de uma câmara estável? Empresas públicas que mudam de gerência e todas as outra entidades cujos cargos são de orientação política. Parece-me que não estão a ver «the big picture» e não estão a pensar nas pessoas que poderão sofrer as mudanças na câmara de Lisboa.
Se é para falar mal do Mendes para tapar a areia do CDS, então faça-se um post sobre o Mendes, deixem-se lá de cenários. Menos teatro e mais jogo jogado, isso é que é!

GRaNel disse...

O que se fala aqui está muito para além da Câmara de Lisboa. Fala-se de uma atitude e postura puramente eleitoralista (perdem-se duas câmaras e ganha-se a aprovação de todo o Portugal) que agora se vira contra o baixinho. E vira-se porque não é uma postura séria e coerente. É verdade que devemos moralizar a politica mas não à custa de pessoas. Um arguido não vai ser necessariamente acusado e muito menos culpado...

E Lisboa está a pagar por isso... get the picture now?

Marta Araújo disse...

Jorge ninguém disse que a situação não afecta a vida dos lisboetas e também ninguém disse que isso não era algo a ter em linha de conta. Simplesmente se estava a analisar outra coisa que, e embora não passe de especulação, poderá levar exactamente a colocar um ponto final na tal inquietude vivida pelos lisboetas nesta altura. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra embora, no final, se relacionem.

Quanto ao teu menos teatro e ao mais jogo jogado o que é que queres que faça: que chegue lá, dê dois estalos ao pessoal e diga "tenham lá juízo, não se metam em confusões e governem como meninos crescidos"?. Resta-nos, pelo menos a mim, nesta situação, especular um bocadinho...não?

Anónimo disse...

Não gosto de marketing político, não gosto de analistas e muito menos de situacionistas.
Se a classe política está doente é muito devido a estas análises. A política não é futebol, um jogo em que analisamos a táctica e brincamos com as peças como se fossem peões de Risco. Por causa destes cenários é que as pessoas não gostam de política, porque os analistas mostram-nas como novelas e não como coisas intrinsecamente ligadas à sua vida.
Toda esta análise tem que ver única e exclusivamente com questões partidárias que não estão minimamente preocupadas com os cidadãos.
Quando estalou a polémica de Sócrates disse no Clube que achava que seria uma péssima altura para Portugal e evitei condenar Sócrates à demissão. A diferença está aqui.

Get the picture now?