quinta-feira, 16 de março de 2006

Nós

O que são as paixões? E qual a maior delas todas? Acho que não estaria a mentir se dissesse que a Vida é a maior delas todas, no entender de todos! Acredito ainda que a temos galvanizado em cada sessão que passa, de diferentes formas. Por isso a nossa partilha de paixões vai para além de uma simples troca de ideias. Não é à toa que somos Pinguins!

A sessão da Joana provou isso mesmo, e com uma simplicidade tremenda e assustadora! Fomos confrontados com um animal muito peculiar - O Pinguim! Após uma breve descrição que nos levou a compreender melhor o porquê de certas movimentações, anatomia, etc. a nossa amiga Joana deixou o clube de rastos (positivamente!) ao apresentar o grande documentário La Marche de l'Empereur.

Não é fácil falar de algo tão belo como tudo aquilo que vimos! O documentáriio em si (em francês e ainda bem) , o animal em si, a banda sonora, a realização, etc. Não é fácil porque ali vimos um filme com um sentido metafórico em relação à vida humana tão profundo que torna volátil qualquer coisa que se possa dizer. Mesmo assim não consigo ser breve nas palavras.
Cheguei a pensar durante o documentário por que raio é que nascemos seres racionais. Era tão bom se a nossa vida fosse uma linha recta em que nascemos, vivemos, procriamos e morremos! Era tão bom que nos protegêssemos uns aos outros e nos orientássemos em colaboração com um bem comum. Era tão bom que seguissemos a nossa missão no mundo com rigor e regra e que sempre que chegássemos a casa fossemos compensados com ternura e afecto. Que a morte fosse uma consequência natural da vida e que a encarássemos como tal e não como uma maldição. E que com isto tudo marchássemos em direcção a um amanhã cheio de esperança e de sol. Mas não é assim, ou pelo menos em parte! É uma lição de vida este animal! Foi isso que vi no documentário!
Mas tal como o Homem, o Pinguim também tem as suas trevas. Desde o sacrificio de suportar o Inverno mais tenebroso, a ter de fugir do predador para conseguir chegar a casa e ter a família de braços abertos, para proteger as suas crias dos abutres como Gepeto protege Pinóquio. E aqui nos revemos, encontramos a nossa sociedade evoluida numa tempestade de gelo, nos predadores, nos abutres, no degelo, no sol, na esperança. Tentamos esquecer mas não conseguimos: o trânsito, os telefones, o tabaco, os cafés, os prozac's, tudo aquilo em que nos habituámos a viver e que nos fez esquecer aquilo que realmente interessa - a vida em si!
O mundo muitas vezes insuportável e estúpido em que vivemos, contrasta aqui com algo tão belo e superior.
E há muito mais termos de comparação como a força das fêmeas, as crias... Que engraçado, parece que todas as sessões culminaram nesta, ou melhor, que esta veio fazer um resumo visual das outras sessões.

Mas talvez com a banda sonora se consiga perceber o que se viu ali. Tal como no documentário, a banda sonora é de esperança, de ternura, de melancolia, ansiedade, tristeza e separação... tal como na vida! E assim, este documentário (muito bem relaizado) deixa-nos levar àquilo que é o sentido da vida! E qual é ele então?...

Obrigado á Joana por mais uma excelente sessão que nos faz evoluir mais um bocadinho a todos. Muitos parabéns!

«A dança dos casais abre o baile do Universo»

9 comentários:

GRaNel disse...

Sem dúvida que a qualidade veio para ficar. A sessão foi magnifica - parabens JOANA. O documentário que na terça nos trouxeste é sem dúvida um hino à vida, ou vários, porque uma banda sonora daquelas é um deleite para os ouvidos. quanto ao resumo da sessão, Tó e Ana, cuidado - têm aqui um concorrente à altura. Muitos parabéns também para ti Jorge. Aquele abraço Pinguiano.

Anónimo disse...

nós,pessoas,apelidados de pinguins somos amor,tal como no filme,mas algo mais ainda,somos capazes de matar por coisa nenhuma e tambem amar por menos que isso,no entanto o ser humano é quando menos se espera horrivel,passo a explicar: no canadá massacram a sangue frio pinguins(focas bebés)escalpelizando-as e largando os seus fragéis cadáveres ao abandono,nós Clube dos pinguins,não somos assim!
somos tolerantes e amigos dos outros animais.
talvez possamos ser um dia Indios sem ter medo dos irmãos de cor diferente.
parabéns à joana pela sessão e ao jorge pelo delicioso texto e ao granel por ter sido o primeiro a participar nos comentários.
Vitor Elyseu.

António Manuel Rodrigues disse...

Passei esta quarta feira a pensar como um pinguim... Hoje volto a sentir-me assim... (pinguim nos dois sentidos possiveis)

Parabéns ao Jorge pela forma como sentiu e nos trasmitiu aqui a sessão da Joana.

À Joana não dou os parabéns, porque merece mais, dou-lhe o meu agradecimento, o meu obrigado por partilhando a sua paixão fazer dela minha também. Como disse na discussão que se seguiu à apresentação, esta é daquelas paixões que deixam o apresentador e passam a ser de todos nós, eu dificilmente esquecerei os conhecimentos e sobretudo as imagens desta noite de terça.

A sessão, a informação e o documentário versava sobre a vida animal, mas o paralelo humano é estabelecido de imediato, seja pela humanização dos pinguins, seja por concluirmos que vida selvagem é também a nossa.

E deixem-me transmitir-vos uma das minhas associações visuais... Lembrem-se da marcha dos pinguins e imaginem à sua frente o nosso excélcio presidente da républica, Dr Cavaco Silva, recebendo cumprimentos de uma longa fila de rigidos engravatados na cerimónia do “beija mão”...

E que com isto tudo marcharemos em direcção a um amanhã cheio de esperança e de sol. (Como qualquer bom sebastianista continuo a acreditar na vida e no mundo... parvo!!!)

Rui Vieira disse...

Estou siderado. Fantástico o tema que a Joana seleccionou. Fantastica a forma como o apresentou. Fantastico o resumo com o qual o Jorge nos brindou. E já que estamos numa de Fantastico... Fantastico Clube dos Pinguins que não pára de surpreender e contagiar com a paixão de cada um!!!

P.S. Para aqueles que como eu não tiveram hipotese de estar presente na sessão, Let´s look at the trailer em: http://www.luc-jacquet.com/download/empereur.mpg

Anónimo disse...

Porque é que não nascemos irracionais para uma vida em linha recta?... porque é que com toda a capacidade de aprendizagem, comunicação e adaptabilidade humanas conseguimos aumentar tão exponencialmente as variáveis da nossa presença na terra, e ainda em tanto nos mostramos tão infinitamente inferiores aos animais?
Porque é precisamente essa riqueza de elementos que constituem a vida humana que aumenta infinitamente a margem de erro.
Porque é essa a margem de erro que nos torna capazes de ser cada vez melhor, e não nos limitarmos a apenas ser. É por isso que sempre que alguém dá passos em frente existe também alguém para dar passos atrás e isso só torna a luta ainda mais lógica, ainda mais válida. E é por isso que é necessário continuar a tornar os pequenos mundos em locais de bem-estar, porque se é a margem que nos torna tão potencialmente primitivos no erro também é ela que nos permite superar-nos.
É a margem de erro colossal que nos torna igualmente capazes das maiores atrocidades por contraponto às maiores demonstrações de altruísmo e amor puro. E por cada pontapé que seja dado na vertente mais pura do espírito humano, mais sentido ganham as vidas das pessoas que pretendem tornar o mundo um sítio melhor. E não é assim que se exprimem todas as correntes? Desde as mais racionais às que lhe são mais diametralmente opostas?

Embrulha lá o Divino, oh bacano! :-))

Ricardo Fernandes

Unknown disse...

Calma, mantenham a calma, este intruso é meu amigo (não parece pois não?). Eu trato disto (eheheheh)!
Caro amigo Ricardo, aquilo que tu dizes não só é lógico como em parte certo, mas não vou comentar o teu comentário. Apenas acrescento algo que para quem está de fora será difícil de entender. O Cube dos Pinguins é um clube de partilha de paixões não de mera discussão. O que se pertendeu com o texto de apoio no blog foi demonstrar a vontade espontânea de viver daquela forma específica, como quando nos dá vontade de voltar a ser criança. Aqui há muito mais de emotividade do que de racionalidade. este texto era sobre uma sessão e não tem a ver com a minha opinião pessoal sobre o tema, mas sim com a ideia e sentimento geral que ficaram da sessão.
Continua a mandar postais, mas para a próxima coloridos! :P

Rui Spranger disse...

Como já tive oportunidade de dar os parabéns à Joana, resta-me dar os enormes parabéns ao Jorge pelo excelente resumo e ao Vítor por ter lançado este desafio ao Jorge. Para a semana iremos ver como se sai o Vítor no resumo (Atenção, Vítor, não vale faltar à sessão). Parabéns gerais pelos comentários!

ana_magalhaes disse...

Fantástico!!! Foi muito bem escolhido Joana! Nunca pensei que este documentário fosse tão bom... Adorei!
Pessoalmente acho os pinguins muito fofinhos, mas este documentário mostra mais do que imagens bonitinhas de um animal fofinho!
É incrivel a quantidade de mensagens transmitida na sessão de terça feira, este documentário deixou-me mesmo a pensar! Muito obrigada, Joana!
Jorge, os meus parabéns!!!
Parece que nunca mais vou ter de escrever posts!

António Manuel Rodrigues disse...

Peço desculpa à Joana (e também ao Vieira...) mas vou fazer uma pequenina alteração no blog usando uma frase tua...

"uma colónia de seres que se une para ligar a algo mais do que a vida do dia-a-dia - às paixões que nos movem e comovem..."

Este é uma boa definição do nosso objectivo enquanto clube dos pinguins...