quinta-feira, 26 de julho de 2007

Devaneios II

Em jeito do homenagem porque está a chegar o dia do seu aniversário – que é também o da sua morte - , porque é uma paixão, porque é um exemplo a seguir, porque significa saudade mas simultaneamente força. Ou então não. Pode ser um conjunto de palermices porque foi escrito depois de ter estado numa conferência de imprensa do Menezes. Mas de uma coisa podem ter a certeza: não é por ser Dia Nacional dos Avós.

Há medida que o tempo vai passando, aprendo, felizmente, a viver a vida ‘na boa’. Cada vez são menos as pessoas e as situações que me conseguem irritar. Por outro lado, são cada vez mais os olhares, os sorrisos, os toques, os momentos, os silêncios, as paisagens, os amigos, as conversas, as músicas, etc., que me fazem sentir feliz. Os chamados ‘pequenos grandes momentos’. Aprendi – sim...porque isso também se aprende - a esperar o mínimo. Expectativas poucas. Juízos de valor quase nenhuns. É amadurecimento? Talvez. Uma coisa é certa: eu não era assim.
É uma espécie de casamento entre a responsabilidade ‘civil’, onde a anarquia não pode, na minha opinião, existir, e o ‘carpe diem’. Uso o espelho retrovisor da minha vida, olho para trás e, inevitavelmente, sorrio. As mudanças, essas, são mais que muitas. Consciente, porém, que nem todas serão positivas. Mas faz parte. Sem stress. Como o comum dos mortais, foram muitas as coisas que aprendi e apreendi. Ok...umas lições ficam mais do que outras. Quanto mais não seja porque há algumas que custam imenso a dar as mãos entre o coração e a mente. Ninguém, por mais importante que seja para nós, está, infinitamente, ao nosso lado. Eu sei que isto é óbvio e
que toda a gente sabe que assim é. Mas é uma merda. Há pessoas que deviam, incondicionalmente, estar sempre aqui ao lado. Egoísmo? Talvez. Sei que não devemos criar dependências emocionais de ninguém. Diz-se que ninguém é insubstituível e que o tempo cura tudo. Verdade? Talvez. Talvez seja uma meia-verdade. Não gosto que me deixem cair, nem que seja sem intenção. Não gosto de ficar sem os meus pilares. Não gosto de sentir que partes do meu eu estão ‘out’. Não está certo. Por mais que o outro não tenha culpa. Por mais que o tempo passe e que eu me lembre dele todos os dias, por mais que entrem e saiam pessoas na minha vida, ninguém o substitui. Ninguém é igual a ele. Sofro porque ele não está ao meu lado. Tenho saudades – mesmo muitas - tuas avô Araújo. Ponto final.
Obs: como os blogs estão na moda e são assim uma coisa muito in estou a pensar seriamente criar um. Quanto mais não seja porque desse forma não são obrigados a 'levar' com os meus devaneios*

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