terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Bon apetit!

O Mundo é um palco!
A vida é uma encenação onde todos nós actuamos (ou figuramos), para um autor que não conhecemos, nem sabemos se existe…

Have mercy upon me
Blot out my transgressions
Purge me with hyssop
And I shall be clean
Wash me
And I shall be whiter than snow

Fora de cena apenas resta o prazer obtido das pequenas coisas da vida, como exemplo (ou único) o prazer da boa mesa, na comida e no amor…
Para alguns resta não saber o que comem. Ou serpentear pelo palco (qual camaleão) adaptando a sua cor ao cenário.
Outros há que, para além de manter a aparência, mantêm o silêncio enquanto as palavras não são necessárias...
Mas da higiene da nossa consciência não podemos livrar-nos…

Deliver me
From blood-guiltiness
O God
My tong shall sing aloud
Of my righteousness
Have mercy upon me
Blot out my transgressions
O Lord, open Thou my lips
And my mouth
Shall forth Thy praise


Qualquer um pode ser branco ou verde ou vermelho ou amarelo ou castanho, mas poucos podem ser um ginecologista judeu, da Etiópia, preto como o carvão, de mãe católica presa na Africa do Sul…
Não é necessário ter todas as cores…
“Não é necessário que um bibliotecário leia todos os livros”
Mas um bibliotecário pode, ainda hoje, morrer pela Revolução Francesa!

Wash me thoroughly
From my iniquity
And cleanse me from my sins
Have mercy upon me
Blot out my transgressions
Purge me with hyssop
And I shall be
Clean
Wash me
And I shall be whiter than snow
Make me to hear
Thy joy and gladness
That the bones
That Thou hast broken may rejoice

Em palco há prazeres caros, quem quer comer a vaidade ou a morte, pagará muito por isso…
No fim… Cada um come aquilo que cozinha…
Bon Apetit!...

Le Hollandaist, onde circulam o cozinheiro, o ladrão, a sua mulher e o amante dela é quase…
É quase tragédia, é quase ópera, é quase teatro, é quase cinema!

E isto é quase um post…

5 comentários:

GRaNel disse...

que está quase perfeito... e não me perguntes o que mudaria para estar perfeito. Só me apeteceu apanhar a tua deixa. Obrigado por este "retrato" elucidatico, embora minimalista, da nossa sessão de terça passada.

Um obrigado tambem ao Rui por nos mostrar esta obra de Peter Greenway.

Anónimo disse...

Uma obra genial do Peter Greenaway que representa na totalidade a paixão do Spranger pelas artes cénicas, que eu também partilho. Ficou-me marcado como um ferro e já está no registo.

Muitos parabéns pela escolha e sobretudo pela surpresa, que deu numa discussão enriquecedora para quem ficou.

Ao Tó um pequeno puxão de orelhas pelo atraso mas, mesmo assim os meus parabéns pelo post, embora não contenha o tema da paixão apresentada nem o nome do apresentador.

Marta Araújo disse...

Não fui à sessão e por isso sinto-me um bocado descontextualizada. Ainda assim, não posso deixar de opinar relativamente ao conteúdo do post que, na minha humilde opinião, está fantástico e carregado de impressões digitais do autor. Parabéns!

Aguia disse...

"podem ser um ginecologista judeu, da Etiópia, preto como o carvão, de mãe católica presa na Africa do Sul…"

enfim, mais uma bela tirada do non sense... crava-se a memoria de cada um

Hugo Valter disse...

Genial!
Uma sessão genial, sobre um filme genial, com um post genial!
O que é preciso mais?