Foda-se, nunca pensei que fosse tão difícil escrever sobre uma paixão do Jorge. Pelo menos, não esta. Aquele caralho é tão expressivo, tão cheio de ideias e de palavras que até parecia fácil. Mas não é. Não é que eu não tenha gostado, pelo contrário, percebam, mas é que o gajo gosta tanto daquilo, ou finge tão bem gostar, como o poeta que se citou, que depois eu chego aqui e é uma tristeza. Quer dizer, não há uma mãe-de-santo que me alumie a escrever sobre o xangô ou sobre a celebração de Vinicius de Moraes? Chapéu, nada, não vem ninguém para me ajudar. Nem uma besta de um santo…
Vinicius abria as portas de sua casa. Certa vez até ouviu dizer, num boteco onde estava a emborcar com que em sua casa "corria uísque como água". O Jorge não gosta de portas abertas. Especialmente quando está a ler/declamar. Especialmente quando está a declamar “O haver” (
Desculpem, mas a sessão foi boa de mais para que apenas a vos relatasse. Tento com este disparatado aglomerado de frases percebam como chegamos à paixão do Jorge. E, como ele disse logo no início, “é muito difícil apresentar quando se gosta muito”, mais do que a música, prosseguiu, sobretudo o amor pela vida, pelas pessoas, ainda mais “naquele país sem ordem e sem progresso”… Saravá, consegui duas frases com sentido.
Vamos continuar a conversa lá em cima, que é como quem diz, na caixa dos comentários.
ACTUALIZAÇÂO: Músicas ficam antes aqui, em link
Berimbau, Carta ao Tom, A gajolas de Ipanema e Samba de 1 nota só
Ah, e o Jorge não quis levar vídeos, para não ser repetitivo em relação às sessões anteriores, apesar disso...
7 comentários:
Quero desde já dar os parabéns ao Jorge pela sessão, em vez de correr uisque como água, correu paixões como... (na melhor das hipóteses) música.
Gostei do post, e também queria dar os parabéns ao Filinto... é difícil escrever sobre algo que nos rapta e rouba as palavras, como a poesia de Vinícius.
Assim sendo ( pois as minhas palavras também foram roubadas por Vinícius ) deixo aqui algo dele, que exprime o meu sentimento face à sessão e a Vinícius:
Deixa
Vinicius de Moraes / Baden Powell
Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixa o coração falar também
Porque ele tem razão demais
Quando se queixa
Então a gente
Deixa, deixa, deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim pra não dizer talvez
Deixa
A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste
abraços
«O Haver» está num post intitulado «Ainda a marchar» de 20 de Março de 2006, colocado após uma extraordinária sessão sobre «A marcha dos Pinguins» que fala também da vida e desse amor tão bonito por ela!
É sempre dificil comentar ou postar sobre uma sessão tão intimista e tão apaixonada como a que o Jorge nos presenteou. Mas ele é assim e felizmente já tivémos várias oportunidades para o provar. Pessoas tão apaixonadas e tão dedicadas à Arte (no sentido lato da palavra) começam a escassear. No entanto continuamos com o nosso reduto. A todos, mas especialmente ao Jorge, obrigado por existirem e darem um bocadinho de cor a este cérebro pragmático.
Filinto, a falsa modéstia inicial fica-te mal LLLOOOLLL. Grande post. Parabens.
Esta é daquelas, raras é certo, alturas em que me faltam as palavras...e deixando os floreados de parte, só me resta dizer, e desculpem a sinceridade, que foi a sessão do clube que mais me apaixonou.
Os meus mais honestos parabéns ao Jorge a ao Fil que, e como não podia deixar de ser, e mais uma vez, deixou um post surpreendente mas com a sua impressão digital.
Jorge,
já descobri o link (tinha andado à procura entre Agosto e Novembro), vou já corrigir.
Já agora, parece-me que a homepage está muito lenta, se calhar é preciso trocar os "tocadores" por links para ficar mais leve, que dizem?
Por mim faz o que achares melhor. Em relação ao Haver, eu é que te induzi em erro. O whisky corria como àgua na 3ª feira.
Tenho muita, mas mesmo muita pena de não ter podido ir à sessão, mas como sabem meti licença de paternidade. Em todo o caso é um prazer vir aqui e ver o blog tão activo e por outro lado ser recebido por este extraordinário post que me deixa a reflectir se às vezes não valerá a pena ser menos responsável e levar a minha filha à terça-feira ao Pinguim para não perder sessões como esta. Mas como ela não fala português poderia aborrecer-se lá em baixo e tenho sinceramente medo de a deixar no balcão junto do Paulo. Não fosse ele inventar um shot chamado Napoleon para ela provar.
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