Quando chega a altura do Fantasporto, a pergunta que muitas vezes o grupo de nerds faz é: «está algum filme do Takashi Miike?».
Não será por acaso que este realizador japonês é tão reconhecido. Esse reconhecimento faz-se não só pela excelente forma como filma, pela escolha dos personagens e pela forma como consegue passar correctamente uma mensagem subtil, seja uma criação sua, seja uma adaptação.
É este o caso de Ichi, The Killer , o filme que o Pedro nos veio apresentar na passada Terça-Feira!
O nosso apresentador de serviço, abriu meio a medo a sessão. Tinha uma tarefa difícil! Primeiro porque não era bem uma paixão, mas uma paixoneta recente (no bom sentido). Em segundo lugar, porque a dimensão ética do filme digamos que não é das mais bonitas!
Ichi é um «herói» de manga, que também passou pela animé. Takashi pega no herói e coloca-o na realidade que lhe é mais próxima - o cinema. Um filme violento, negro e podre. Entre jogos de poder, traumas psicológicos, e muito sangue a la Peter Jackson, Ichi trás com ele a transformação da psique e a subtileza do drama psicológico. Entre sado-masoquismo e delírio: «violence is sexy!».
Como diria Bonnie Prince Billy: Master and everyone, servent of all and servent to none!
Se quiserem saber mais vejam o filme que é para isso que eles servem! :P
Ichi, The Killer - Takashi Miike (Jap. 2001)
(Nota: não era eu o postador de serviço, mas como o post não saiu achei melhor fazê-lo para não ficar a sessão sem post)
5 comentários:
... thanks Jorge!! O post está óptimo!!
vi pouco mais de vinte minutos. o suficiente para me questionar sobre a gratuitidade da violência ou o reflexo de um realidade violenta do japão. ou seja, serão os filmes japoneses (este como exemplo extremo) um passo novo numa frenética evolução estética ou será a amoralidade da sociedade contemporânea nipónica (veja-se Babel ou Lost in Translation) um retrato apetecível? Se alguém me souber responder...
Confesso que não faz, de todo, o meu estilo de filme. Vi-o durante pouco tempo e não me consegue prender a atenção. Pelo contrário. Respeito, como é óbvio a paixão do Pedro mas não consigo, de todo, senti-la como algo apetecível. Dou, no entanto, os parabéns ao Pedro pela coragem que teve em partilhar connosco este seu gosto. Fico á espera das próximas paixões :)
Fil...será que és capaz de me explicar que paralelismo é esse - embora tivesses referido que se trata de um exemplo extremo - entre este filme e o Babel? Já sei que não gostaste do Babel mas não exageremos, ok?
Também eu não sou um adepto do cinema japonês, devo confessar. Mas essa é exactamente a riqueza da pretensão que este clube em promover a partilha de paixões. São sessões dificeis como esta, tudo menos consensuais, que geram a troca de ideias e de argumentos. Quanto a mim, acho que tanta violência, ofensas e tortura são despropositadas e tornam este tipo de filmes abjectos (peço perdão pela palavra).
Gostava de ouvir aqui o outro lado, até porque é sabido que temos no clube adeptos confessos do cinema nipónico.
Por último, parabéns aos dois apresentadores... sim, porque a Mara merece a menção. E também ao postador, sintético, objectivo, sagaz...
Foi uma sessão invulgar sem dúvida... Com muito sangue à mistura! Ah! Ah! Ah!
Tenho de dar os parabéns ao Pedro e à Mara por terem a coragem de nos apresentar tal banquete(se bem que nem toda a gente gosta de uma cabidela, já que no final da sessão já só restavam meia dúzia de almas penadas a ver o filme...)
Jorge, Post feito à pressa? Em cima do tempo? Pois não parece. Em curtas palavras resumes toda a sessão e o seu espírito. Bravo!
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