No passado dia 05 de Dezembro, a Cláudia levou o Clube dos Pinguins numa incursão pelo mundo mágico da poesia. Como bússola, usou os recantos da sua alma onde habitam palavras, às quais emprestou a emoção e o encanto da sua voz de mel e canela.
A descoberta do encantamento lançado pelo feitiço de um poema começou quando tinha 11 anos, provavelmente enquanto ainda a inocência deixava que os olhos do coração vissem para lá do que está escrito e sentissem o ritmo criado pelo confronto entre os significados e significantes.
E como todo o momento mágico tem o seu ritual, também a nossa anfitriã tem o seu para destrancar a porta secreta: sentir o livro nas mãos e deixar que o destino as guie na busca da expressão perfeita para o sentimento perdido nas brumas da razão. Porque os nossos poetas são tantas vezes a corda a que nos agarramos para fazer sair o pensamento da areia movediça das emoções.
Assim começamos a nossa viagem na companhia de Cesariny para percebermos que “Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura” mas “é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício”
Fomos depois levados á presença da “Princesa de Braços Cruzados”, que nos falou de todos os que se sentam debaixo da árvore do presente à espera que lhes caia no colo o fruto perfeito oferecido pela sorte. E no meio de um sorriso e de uma gargalhada abafada, imagens cortadas à memória obrigaram-me a olhar os meus braços e interrogar-me se não estariam também cruzados. Nesse instante, fui princesa. Será que fui só eu?
A viagem continuou e visitamos Herberto Helder, Sofia de Mello Breyner, entre outros, até à grande surpresa da noite!
Mais do que a sua paixão, a Cláudia quis partilhar connosco o lugar onde cada um de nós se senta confortavelmente no seu coração. E esse lugar eram poemas, esses poemas palavras e essas palavras as nossas imagens reflectidas no espelho dos seus olhos verdes de ternura...
A nossa jornada terminou em grande! Com toda a emoção e energia a jorrar do fundo da alma, a Cláudia embriagou-nos ao ritmo do “Fado Falado”, empurrando e afagando as palavras que ecoaram em nós muito para além do poema.
Obrigada Cláudia, por todas as emoções que ousaste partilhar connosco! E muito, muito obrigada pelo presente, pois mais do que pintados com palavras, as folhas trouxeram a magia da amizade!
Obrigada e parabéns, Amiga!
7 comentários:
Sim, eu sei...não vos vou dar o meu rol de razões porque estas ja não têm valor... apenas as minhas desculpas e o coração apertado pelas desilusões. E se for muito difícil, que o perdão seja a minha prenda de natal...
Brilhante post... e igualmente brilhante sessão. Beijinho grande às duas (com todo o respeito Vieira... lol)
Excelente post. Muito bonito. Pena não ter ido como já disse.
Queria apenas dizer à Ana que o Clube tem como base alguns valores indispensáveis, e um deles é a solidariedade, e o outro a subsiariedade. Isto significa que quando poor algum motivo não formos capazaes de fazer alguma coisas os outros membros estão lá para nos ajudar. Basta pedir!
Acho que é caso para dizer: palavras para quê? O post está absolutamente fantástico...que bom que é saber que há pessoas que têm a capacidade de nos ir surpreendendo.
Parabéns Ana...de facto as palavras podem não valer absolutamente nada em certas alturas mas é certo, e este é um desses casos, em que valem ouro e estão revestidas de uma beleza surpreendente.
Gostei muito. Mesmo muito. No que diz respeito à sessão da Cláuda, e porque não me quero repetir, foi também brilhante e surpreendente. Como diria alguém: é, sem qualquer margem para dúvidas, uma dupla de respeito!
Parabéns Ana! Excelente post!
A Cláudia tornou-se a primeira pessoa do Clube a ter dois posts da mesma sessão. Parece-me muito louvável e apesar do atraso teres vindo aqui colocar o teu post. Parabéns!
A minha desilusão foi esperar tanto tempo para ler estas palavras carregadas de amizade e poesia.
Estava certo de que irias espelhar os momentos mágicos da sessão da Cláudia.
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