Às vezes as paixões são de tal maneira fortes que perduram. Não se confinam a quatro horas de conversa. Alastram e precisam de mais espaço. A Helena e o António precisaram assim, de mais esta sessão. Fazendo a ponte entre dois continentes, de África, viajámos até aos Estados Unidos. De Los Angeles à Louisiana foi um pulo. Conduzidos por Peter Fonda e Dennis Hooper, tresloucadamente acompanhados por Jack Nicholson, vimos um retrato dos loucos anos sessenta. Um grito de revolta e um retrato fiel dos conflitos ideológicos, e de cultras, que se viviam na época. Easy Ryder é tudo isto (e muito mais). Uma jornada de dois amigos, em busca da total liberdade e do Mardi Grass, financiada por uma bem sucedida transacção de branca. O consumo desenfreado de estupefacientes na rebelde juventude da época e o conflito vivo entre classes e raças são duas tónicas (sem Stoli, lol) marcantes. Atrevo-me a dizer, divinalmente violento, arrebatador e com um fim trágico que não pára de nos martela na cabeça… Para quem ainda nunca viu, obrigatório. Para todos os outros, o reavivar da memória é sempre bom.
Muito mais poderia dizer acerca do filme mas deixo-vos a caixa de comentários…
7 comentários:
Não só uma imensa viagem no espaço como também uma viagem no tempo. Este filme traz-nos, sem dúvida alguma, o confronto com outras realidades para nós tão distantes.
E não posso deixar de fazer aqui um pequeno comentário: um ataque nocturno ou tiros à queima roupa como aqueles que testemunhámos em Easy Rider, fazem tanto parte da nossa realidade portuguesa como da realidade marroquina. Como diz o António, "o mais que nos poderia acontecer em Marrocos era virem-nos oferecer um chá de menta".
Granel, parabéns pela prontidão!!!
O filme está datado, claro, mas ainda hoje vale muito o discurso do Jack Nicholson - eles não permitem que lhes digas que não são livres e têm muito medo da tua liberdade; ser livre é algo muito difícil. Obrigado pelo teres partilhado o filme de que já nem me lembrava bem. E gostei, embora, confesso que, ao vê-lo, fique mal-disposto, porque antevejo como algumas das melhores mentes daquela geração se viriam a deixar corromper. Que ninguém lhes diga que não são livres, eles podem tornar-se perigosos. E como escreveu o Granel (bem-haja) faz todo o sentido o seguimento das duas sessões -- embora a m*** dos comprimidos me tenha obrigado a sair mais cedo em ambas. Esta madrugada, confesso, ainda bem.
Vocês falam todos tão bem.
Já nem sei o que dizer. Mas faço um comentário à antiga embora no psot esteja lá tudo.
Easy Rider é, mais do que uma viagem, uma trip. Uma trip entre a América profunda, das paisagens etéreas e das gentes preconceituosas, e a Am+erica hippy, junkie e sem rumo.
Que preço tem a liberdade?
Um dos meus filmes de eleição, há já alguns anos, tem uma banda sonora soberba e três actores que adoro.
Por tudo isso, obrigado ao António que me fez não arrepender.
Quanto ao postador já está tudo dito. Mas para a próxima faça uma revisão do texto quando for fazê-lo de madrugada!
Como sabem, por defeito de personalidade e/ou de profissão - ou então não -, tenho especial prazer em ouvir histórias na primeira pessoa. Escusado será dizer que o momento ganha um brilho especial quando é 'narrado' por amigos. Isto para dizer que gostei muito daquela que foi a primeira vossa sessão conduzida, maioritariamente, e muito bem, pela Helena.
Sobre a segunda parte, desta feita pensada pelo António, e pese embora não tenha ficado na sessão até ao fim, é, com certeza, um excelente filme, uma excelente lição de moral, um excelente mote para o pensamento e para a reflexão.
Em suma: muito obrigada aos dois pela partilha, pela bagagem, pelos ensinamentos, pela viagem e pelos momentos de verdadeira gargalhada :)
Um piscar de olho também aos postadores Spranger e Granel. Estiveram muito bem.
Como é sempre bom reviver clássicos do cinema :)
Simplesmente fabuloso este filme, marcou uma gerãção, e acordou outra.
Muito bom post :) e rapidinho :) clap clap
Quando me disseram que esta sessão ia ser a sequência da anterior, fiquei bastante curioso.
Embora não tenha estado presente, percebo bem a relação e não posso deixar de congratular o António e a Helena pela escolha.el
O Granel mais parecia um conceituado crítico cinematográfico. Fica tudo tão mais fácil quando se gosta do que se faz.
A minha mãe sempre me contou o medo que teve, quando foi ver à estreia do filme, no cinema São Luizem Lisboa.
Ela já nãio se lembra se foi no final de 1973 ou nos princípios de 74.
Foi com o meu pai. Iam os dois de jeans (as estreias eram um acontecimento social antes do 25 de Abril) e à saída as senhoras de casacos de peles e os senhores de gravata e fatos escuros de cerimónia olhavam para eles, com ares de quem lhes queria bater. os comentários que faziam em voz alta, conta a minha mãe, eram arrepiantes.
Tinham-lhes dado dois convites.
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