segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Heróis do Mar

Após uma pergunta da Marta, na sessão passada, sobre quem era para mim o maior Português de sempre, lembrei-me de que poderíamos fazer esse inquérito aqui no nosso espaço cibernético! Pois, pois!
Embora ache a pergunta um tanto ou quanto redutora e pateta, e visto agora estarmos a ser bombardeados com ela em todo o lado, gostava que todos dessem a sua opinião escolhendo duas personalidades: uma ligada à política e outra ligada ao mundo das artes ou outro campo que achem importante (ciência, ecónomia, etc. etc.)

A minha ideia final era fazermos uma sessão sobre as personalidades vencedoras, que seria uma sessão em conjunto, mas apresentada pelos que as escolheram, claro.

Mesmo que não concordem com a sessão, façam na mesma as vossas apostas!

13 comentários:

Anónimo disse...

- D.João II
- Fernando Pessoa e Almeida Garret (peço desculpa, mas entre um e outro não consigo escolher)

Cláudia S. disse...

Eu não vou fazer nenhuma escolha.
Em primeiro lugar a minha lista seria infinita, é impossível escolher só duas pessoas.
Em segundo lugar um país não é feito só de heróis ou de pessoas que se destacam num aspecto ou outro, um país é feito principalmente de pessoas anónimas, daquelas que não aparecem nos livros de histórias. Um país não é feito só de Reis ou generais, um país é feito dos soldados que lutaram nas grandes batalhas e que ninguém sabe como se chamam, mas eles estiveram ali, e deram a cara, e muitos morreram e sem eles seria impossível vencer. Um país é feito de marinheiros cujos os barcos se afundaram antes de chegar ao destino, ou que morreram no próprio barco de alguma doença que apanharam a bordo. Portugal é também feito dos escravos que foram para o Brasil e nos ajudaram a transformar o nosso país num Império, ou dos prisioneiros que foram desterrados para Africa ou Índia. Portugal é também feito do poeta cuja a inquisição queimou os seus livros na fogueira e nunca ninguém ouviu falar dele.
Portugal é também feito das mulheres que perderam os maridos e os filhos no campo de batalha e no mar e que tiveram que trabalhar duro para sustentar os filhos pequenos.
Por tudo isto não posso escolher nenhum dos nomes que aparecem nos livros de História, porque dum modo ou de outro isso só aconteceu porque ao seu lado tiveram pessoas anónimas que acreditaram e lutaram ao seu lado.

Anónimo disse...

Não é por aí, isto é só um jogo, um passatempo. É para ser uma coisa mais ou menos divertida. Não se está a pôr em causa a portuguesidade de todos, mas sim uma coisa de que gostamos. Personalidades com que nos identificamos e seguimos como exemplo. Se outro caso fosse obviamente que me escolheria a mim!

Quem não quiser brincar não brinca! Quem quiser que faça a sua escolha. Vá lá, é só um jogo para descontrair e ver o gosto de cada um!

GRaNel disse...

Antes demais, devo dizer que concordo em absoluto com a Cláudia mas já que é um jogo, tambem quero jogar.

Assim, uma das artes que mais admiro é sem duvida a pintura e nesse campo o mestre Julio Resende é incontornavel para mim.

No que toca às áreas que não a Arte, é extremamente dificil mas o nome Bartolomeu Dias sempre me trouxe simpatia pelo que será ele o meu nomeado.

Vitor Elyseu disse...

Agostinho Da Silva-O maior filosofo da pós-modernidade.

Eusébio-um mito português de cor negra.

Mosquitto disse...

Os meus herois:

O actual Governo da Républica
A Selecção Portuguesa de Futebol

Eu explico:

O Governo, porque diáriamente se preocupa em defender como a melhor opção para o país:
-O emprego público (serviço publico, vinculo publico;
-A precariedade, o desemprego e os despedimentos;
-Carreiras e salários dignos;
-Direitos sociais – aposentação, saúde, educação e justiça;
-A destruição da Administração Pública;
-O combate que faz à evasão à fraude fiscal


A Selecção: Consegue fazer-me esquecer que vivo num país pobre, com inúmeras carências... Depois tem o fantástico efeito de me fazer acreditar que é desta que vamos ganhar qualquer coisa (como se isso fosse capaz de mudar o meu dia-a-dia). Por ultimo, tem ainda o efeito de me animar com a tão típica frase portuguesa "deixa lá, não foi desta mas para a próxima é que é"!

Parabéns Jorge pelo Post

hörster disse...

1. Cláudia, estou contigo nesta
2. Jorrrge, também estou contigo (a grande dificuldade do jogo é terem de ser portugueses...)

Ora aqui vai a minha selecção:
A. Categoria política: o BARTOON do Luís Afonso
B. Categoria artística: a Clara Pinto Correia por contribuir para o bom nome da ciência portuguesa

António Manuel Rodrigues disse...

Vou votar no mesmo para todas as categorias, e já explico... Mas já agora, podiamos tb fazer a eleição do pior portugues de sempre...

Agradecendo ao Jorge pelo mote e à Claudia pela sugestão, eu voto no português anónimo, que como o soldado desconhecido tb devia ser alvo de exéquias e ter direito a estátuas.

Como politico (assim como o soldado desconhecido dá corpo, alma e vida pelas decisões de outros) também o português anónimo deu a cara, o corpo e muitas vezes a vida pela glória da nossa história, em conquistas, em sofrimento e em consequências tantas vezes pelas causas dos outros...

Na cultura, porque sou defensor dos ready-made, porque gosto muito de Duchamp e porque somos um país de artistas, quanto mais não seja em fazer algo do nada...

Como o Maior Português de sempre (e subscrevo tudo o que a Claudia expôs) porque heróis só há na banda desenhada e na vida dos comuns mortais, porque heróis do mar foram os marinheiros que embarcaram, as suas mães e mulheres que ficaram sós, os cristãos novos massacrados, os portuenses que comeram as tripas que sobraram, os celtas, os romanos, os mouros, os barbaros, os africanos e os indios que por cá ficaram para construir este povo que é o português. Heróis são todos aqueles que chegam ao fim do mês e não sabem como vão viver o proximo. Heróis somos nós que por cá continuamos a acreditar no 5º Império de Fernando Pessoa (desse tão grande português).

Não pretendo com este discurso menosprezar nenhuma figura, apenas enaltecer quem é maior, não fosse esta nossa natural boa-vontade, este misto de cinismo com credulidade, a nossa mesquinhez periférica e sobretudo o nosso horizonte Atlântico e não seriamos certamente o povo que somos.

PS - Por muito que abomine o nacionalismo à expressão "a minha pátria é a minha lingua" eu acrescento a minha pátria é o meu povo, acabem com paises e fronteiras estados e organizações e continuarei a ser português, no que isso tem de bom e de mau...

António Manuel Rodrigues disse...

Post Scriptum 2 - Para não ficarmos com um conceito demasiado abstracto, podem substituir "português anónimo" por "Manuel Joaquim da Silva" ou então por "António Manuel Rodrigues", como queiram...

Rui Vieira disse...

Tardei em comentar porque("lamechices" aparte) a Cláudia comentou de forma objectiva e apaixonada o que também eu penso. Considerei mesmo não ter nada a acrescentar, e daí relegar-me ao silêncio.
Quanto à brincadeira sugerida pelo Jorge, apesar do meu esforço, não consigo chegar a um nome que me mereça destaque.
Sigo o comentário anterior e escolho:
"Manuel Joaquim da Silva" ou então "António Manuel Rodrigues"

GRaNel disse...

Perdoem-me a brincadeira mas fico ansioso pela vossa sessão sobre "Manuel Joaquim da Silva". Peço-vos é o favor de não escolherem o "António Manuel Rodrigues". Esse nós vamos conhecendo...

Falando mais a sério, parece-me um ponto de partida fantástico para uma futura sessão... o POVO Português.

Mosquitto disse...

“Herói não é aquele que morre pelo seu país, mas sim aquele que faz com os outros morram pelos seus próprios países”
General George Smith Patton, Jr.

Rui Spranger disse...

Apesar de dar razão à Cláudia (embora se tenha esquecido de falar dos emigrantes, que quanto a mim sempre revelaram ser inteligentes ao fugir desta miséria)acho a proposta do Jorge engraçada. Eu votaria no idiota que teve esta estupida e peregrina ideia de eleger o melhor português de sempre. Como não sei o nome dele e por motivos opostos, ocorrem-me dois nomes: Abel Salazar e Jorge de Sena (de certa forma, um emigrante também)