terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

"O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar."

Agostinho da Silva nasceu no Porto em 1906 e cresceu em Barca d'Alva. Na faculdade de Letras do Porto conclui a licenciatura em Filologia Clássica com 20 valores e o doutoramento com o «maior louvor». Uma bolsa de estudo leva-o até à Sorbonne e ao Collège de France.

Professor, pensador, tradutor (falava 15 linguas), este homem simples e humilde marcou o pensamento português do seculo XX, não tinha telefone, não tinha BI, não tinha nº de contribuinte, fundou universidades e nunca quis ser mestre, preferia ser um eterno aprendiz.

Pelo centenário do seu nascimento aqui ficam algumas citações:

"[...] não me importa nada que me critiquem. Exactamente como não me importa nada quando me elogiam. Tanto me faz que uma pessoa me elogie como me censure – eu considero aquilo como uma opinião pessoal e não comparo com coisa nenhuma porque eu próprio não tenho opinião pessoal a meu respeito. Não me sinto nem herói, nem criminoso, sinto que vivo, sinto que sou" – Vida Conversável [1985].

"Acompanhando Gide, faço votos por que a loucura me inspire e a razão me exprima" - Pensamento à Solta.

"Claro que sou cristão; e outra coisas, por exemplo budista, o que é, para tantos, ser ateísta; ou, outro exemplo, pagão. O que, tudo junto, dá português, na sua plena forma brasileira" - Pensamento à Solta.

"Vivo o mais possível no mundo que há-de vir e que é o do Milénio, o do Espírito Santo, o do Evangelho Português, o do Quinto Império, o do Neo-paganismo; e tomo as maiores precauções para que me não esfacele o que ainda há" - Caderno Três sem Revisão [inédito].

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