quarta-feira, 28 de novembro de 2012

' O Cinema de Tó Rodrigues'


Confesso que ponderei muito bem como iria escrever este post para que dignificasse ao máximo esta sessão que o Tó nos presenteou com o ‘seu cinema’!... e que belo ‘cinema’! Não é que eu já não soubesse que andava a perder o meu tempo com muito filme mauzinho, mas agora fiquei iluminada!!!
Creio que quando um de nós tem a sua visão do cinema, tal como a vivenciou, mas de certo que todos ficámos admirados com a viagem do cinema que nos foi apresentada na última quinta-feira (23 de Novembro de 2012). E como se de uma viagem mágica se tratasse, o Tó fez-nos cruzar os percursos do cinema anti-narrativo (que confesso ter sido aquele que me interessou mais, dado que tive uma epifania após ver o Ashes and Snow [http://www.ashesandsnow.org/en/home.php]), maldito, de humor, musical e westerns bem como o cinema decorrente das variantes artísticas do expressionismo alemão e surrealismo.
Para os que tiveram a infelicidade de não poder vir, deixo-vos aqui a timeline da sessão apresentada, bem como um clip do Ashes and Snow para ‘abrir o apetite’ a quem não esteve … Now… Let’s Look at the Trailer!!!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

É a primeira vez que escrevo aqui por isso vai sair asneira... ah sim, e isto a propósito de dois filmes, bilhar, poker, whisky, drogas e uma revista pornográfica


Como era o mundo antes e depois da cientologia? Quantos quilómetros vão de Atlantic City a Atlanta? O que é que o Tom Cruise aprendeu do Paul Newman como actor? O que é que o Paul Newman aprendeu do Tom Cruise como jogador? Jogar à bola oito ou à bola nove? Hustler significa xico-esperto em inglês? Estas são algumas das interrogações que poderiam ter resposta por parte de quem teve a oportunidade de assistir às duas últimas sessões do Clube dos Pinguins. Do you feel lucky?

Dois filmes, duas cidades, duas garrafas de Whisky. E a senhora Merkel que está cada vez mais gorda. Naquele tempo - nos anos 60 do primeiro filme - os protagonistas tinham nomes assim, Fast Eddie, Dirty Harry... Naquele tempo Marcello Mastroianni popularizava o Martini Man de óculos escuros e sorriso de assassino. Naquele tempo, Paul Newman fazia cara feia e tinha explosões de raiva. Naquele tempo Angela Merkel já era gorda e queria ter a superfície esférica de Helmut Khol. Naquele tempo Marcello Mastroianni levava Catherine Spaak a comer umas bolas de berlim. Naquele tempo o mais parecido que o Paul Newman conhecia de Merkel era a bola nove. E havia mar... e luar... e o Jazz é que estava a dar... E depois veio Tom Cruise e estragou tudo. 

E o número do totobola desta semana é...

sábado, 29 de setembro de 2012

Informação que nunca mais acaba!


Procrastinar... Esta “acta” tem sido vítima da procrastinação de forma desavergonhada!!
Foi numa longínqua noite de Maio que o André nos mostrou os seus “sítios” favoritos para por em prática a arte de procrastinar !!

Senhoras e Senhores Pinguins, os "Usenet Groups"!!

A Usenet é uma das mais antigas redes de comunicação por computador. Foi concebida em 1979 e tornou-se pública em 1980, na Universidade da Carolina do Norte, mais de uma década antes da World Wide Web ter sido desenvolvida.
Usenet (do inglês Unix User Network) é um meio de comunicação onde os utilizadores publicam artigos em fóruns que são agrupados por assunto (newsgroups). Ao contrário das mensagens de e-mail, que são transmitidas directamente do remetente para o destinatário, os artigos publicados nos newsgroups são transmitidos através de uma extensa rede de servidores.

E agora, que já todos os Pinguins percebem do que falava o André quando iniciava a sessão, procrastinem (é tão bom, que devia ser pecado) o quanto vos apetecer!!

A selecção do Pinguim responsável pela noite de 24 de Maio (que demonstrou um fraquinho mais forte pela última sugestão):



terça-feira, 25 de setembro de 2012

My Kid Could Paint That

E no longínquo dia 15 de março o Hugo Pereira falou-nos de arte através do caso da Marla Olmstead. É uma miúda que aos quatro anos de idade consegui fama internacional graças às suas supostas capacidades artísticas quasi-Pollock.
Tudo corria bem até ao dia em que é alvo de uma reportagem do programa "60 Minutes" e nela é levantada a possibilidade da autoria ser conjunta com o seu pai. Segue-se uma desvalorização dos quadros, tentativa de novamente ganhar a confiança do público (através de um DVD making of), mas de novo dúvidas são levantadas, desta vez pelas mãos do filme documentário "My Kid Could Paint That" (que foi quase todo exibido na sessão).
Basicamente os quadros comprovadamente dela (aqueles cujo processo de pintura foi registado em vídeo) parecem ter um estilo diferente daqueles cuja autoria não é tão clara. Por outro lado, é questionável a imparcialidade de ambos os documentários, suscitando a dúvida de os produtores estarem a tentar conseguir mais audiência.
A reação dos pais dela tanto aos "60 Minutes" como ao "My Kid Could Paint That" fez-me lembrar imenso a reação do casal McCann quando é constituído arguído. Acresce em ambos os casos o facto de o público formar uma opinião sobre a culpa dos pais com base na visão transmitida pela comunicação social, sempre sujeita a editorialização.
Contudo outra questão levantada nesta sessão prende-se com o valor atribuído a uma obra de arte. Que credibilidade têm os críticos? Um risco numa tela é uma obra de arte? Uma pintura feita por um elefante é uma obra de arte?
Uma boa discussão destas perguntas vem precisamente de uma das últimas paixões que trouxe ao Clube dos Pinguins: as conferências TED. Refiro-me a esta apresentação, que refere o caso da Marla:


Uma das características apontadas é a história do objeto. Os quadros alegadamente de Marla não sofrem alterações físicas, mas perdem valor perante suspeitas sobre a sua história.
E a sessão chegou ao fim sem respostas. E ainda bem. São as diferentes perceções de valor que fazem as ações subir e descer. E o mesmo se pode dizer do mercado imobiliário. E dos vinhos. E de umas colunas ou amplificador hi-fi...

sábado, 30 de junho de 2012

Um café e um... cigarro

O que aconteceria se juntássemos Roberto Benigni, Steve Buscemi, Iggy Pop, Cate Blanchett e Bil Murray num filme? Isso é Coffee and Cigarettes!!

Coffee and Cigarettes é um filme de 2003, com argumento e realização de Jim Jarmusch, que consiste num conjunto de 11 curtas-metragens (a primeira das quais filmada em 1986), onde diferentes personagens discutem à volta de uma mesa sobre vários assuntos, acompanhando a conversa com café e cigarros.

Nada mais simples... e ao mesmo tempo, tão cómico e brilhante.

As conversas giram em volta de assuntos banais, como a criação de gelados de cafeína para crianças, o uso de nicotina como inseticida, a ideia de que o Elvis Presley tem um irmão gémeo, etc... tudo conversas que qualquer comum dos mortais podia ter em volta de uma mesa, onde habitualmente se deita conversa fora, falando sobre tudo e ao mesmo tempo, sobre nada.

O André apresentou-nos este filme na sua sessão do já longínquo 16 de fevereiro e confessou-nos que esta é uma das grandes paixões dele: estar simplesmente numa mesa com amigos a conversar, entre café e cigarros e sentir o tempo a voar. Dolce far niente... :D

sexta-feira, 11 de maio de 2012

HISTÓRIA DO SÁBIO FECHADO NA SUA BIBLIOTECA

Era uma vez um Sábio que tinha lido todos os livros e sabia tudo. Nada do que existia, e mesmo do que não existia, tinha para si segredos. Sabia quantas estrelas há no céu e quantos dias tem o mundo. Conversava com os animais e com as plantas e conhecia o passado, o presente e o futuro. Como sabia todas as coisas e não tinha nada para saber e conhecer, a sua vida era muito triste e desinteressante. Era uma vida sem espanto…

O Rui Spranger apresentou-nos uma das suas maiores paixões, promovendo uma sessão extra da peça "História do Sábio Fechado na sua Biblioteca", exclusiva para o Clube dos Pinguins, amigos e conhecidos (que grande nível!! ahah).

Com texto de Manuel António Pina, encenação de João Luiz e brilhante interpretação de Rui Spranger, a peça deixou-nos a todos colados do início ao fim, quer pela história interessante e ambígua que conta, quer pela quantidade de personagens e vozes em que o Rui se tem de desmultiplicar. Um verdadeiro "one-man show", vos garanto!!

Embora destinada a um público mais jovem (M/6 anos), a história leva-nos numa viagem esquizofrénica à mente do sábio e ao confronto dele com o saber dos livros, com as experiências da vida e com a própria morte. O Rui disse-nos depois que o texto tinha sido escrito por Manuel António Pina, enquanto estava internado no hospital e quicá, a delirar. Ainda bem, porque resultou num texto excelente!!

No final, tivemos a oportunidade de estar numa conversa animada com o ator e com o encenador, acerca das ambiguidades na interpretação do texto e das mensagens que a própria peça transmite, seguindo depois para o nosso local "sagrado" eheh.

E lá então, pudemos ser sábios por uns instantes, fechados no nosso Pinguim a desgustar umas belas dumas cervejas.


Já agora, ficam aqui as próximas sessões, para quem não teve oportunidade de assistir:
Sábado, dia 12, às 16h00 e às 21h30
Domingo, dia 13, às 16h00

Contactos:
Teatro da Vilarinha
Rua da Vilarinha, 1386
Tel: 226108924

quarta-feira, 9 de maio de 2012


            Viagens no tempo    
Desta vez, tinha mesmo de ser eu a escrever o post. Por três razões: em primeiro lugar porque já não escrevia há anos – uma vergonha; em segundo lugar porque o Hugo, antes de começar a sessão, perguntou quem seria o voluntário enquanto me atirava um olhar irresistível, com as pupilas dilatadas; e, em terceiro lugar, porque eu não consigo realmente imaginar tema que me fascine mais. Quem me conhece sabe disso, e o Hugo sabia: umas horas antes da sessão, para me convencer a não faltar, enviou para o meu gtalk duas palavras-chave: “Quantics… Heisenberg… aparece!”. E eu fui logo a correr.
            Na verdade, a sessão consistia num documentário sobre viagens do tempo. Portanto, o Heisenberg e a mecânica quântica só apareciam lá para o fim; o protagonista clássico deste assunto, como toda a gente sabe, é o Einstein. Mas tudo bem, não me senti defraudado.
Acima de tudo, como sempre, foi uma sessão divertida. Até teve um certo tempero sexual: alguém desconfiou, a dada altura, que o documentário tinha sido disponibilizado por um canal suspeito, um tal «Ânus TV» que, alegadamente, apareceu listado no ecrã do portátil do Hugo (não posso confirmar isto, não vi com os meus próprios olhos). Mas a ideia não é totalmente descabida: de facto, a teoria da relatividade geral é cheia de buracos negros, túneis, alongamentos do espaço, comprimentos e geometrias, etc, etc... :)
Agora a sério: o que eu achei do documentário? Bem intencionado, mas fraquinho. Demasiado sensacionalista e, pior ainda, muito impreciso. Não era a plausibilidade das teorias ou o aprofundamento teórico da temática que estavam em causa. Tudo tinha de ser equacionado em termos de uma utilidade prática: afinal de contas, quanto tempo é que ainda vamos ter de esperar até podermos comprar um bilhete (económico) para o futuro ou para o passado? Em suma, o documentário parecia realizado por uma criança histérica acabadinha de sair de uma sessão do “Regresso ao Futuro”. Mas o pior, como eu dizia, foram os erros técnicos. Só um exemplo: a dada altura, era preciso ilustrar o modo como os objetos com massa deformam o tecido do espaço-tempo, deformação que, por sua vez, cria alterações na trajetória (até) da própria luz. E eis, então, que uma animação colorida nos mostra um feixe de luz a dirigir-se diretamente para uma estrela, a desviar-se radicalmente quando chega à imediação da estrela (como se esta tivesse um escudo), a contornar a estrela num semicírculo perfeito e, por fim, já do outro lado, a retomar a sua trajetória original. Pessoalmente, nunca ouvi falar em luz que saiba contornar obstáculos (a não ser talvez através dos meta-materiais investigados pelos militares para se criarem «mantos da invisibilidade», mas isto não é para aqui chamado). Tenho a certeza que até os cientistas entrevistados para o documentário devem ter ficado embaraçados quando viram – se é que viram – a animação de que eu acabei de falar.
Não quer dizer que não haja documentários do género igualmente apelativos, igualmente sensacionalistas, mas rigorosos. Não posso deixar de fazer aqui uma pequena lista. Duas das minhas minisséries favoritas são narradas por dois físicos conhecidos: Stephen Hawking (que dispensa apresentações) e Brian Greene (um dos cérebros por detrás da teoria das cordas). Estes dois senhores são grandes cientistas mas também grandes divulgadores da ciência para leigos como nós. E as suas minisséries são respetivamente:    
“Master of the Universe – A Brief History of Time”, de Stephen Hawking (2 episódios).
“The Elegant Universe”, de Brian Greene (3 episódios).
É claro que o ideal seria lerem os livros dos autores (que estas séries tentam sintetizar). Aqui vai uma lista dos livros que eu aconselho:
Hawking, Stephen, “Breve história do Tempo Ilustrada” (1996) – provavelmente o livro de divulgação científica que mais me influenciou até hoje, mas tem um problema: está já muito desatualizado.
  Hawking, Stephen, “O Grande Desígnio” (2010) – o seu livro mais recente. É pena que, neste livro, ele já não esteja tão otimista quanto a certas possibilidades e a certas respostas. Em última análise, a impressão que fica é que cada vez sabemos menos. (Eu sei que há muita gente que adora o sentido poético desta conclusão, mas eu prefiro manter-me otimista).
Greene, Brian, “O Universo Elegante” (1999) – Delicioso. Sobre as grandes questões e as grandes respostas.
Greene, Brian, “O Tecido do Cosmos” (2004) – Um pouco mais pessimista que o anterior, mas também delicioso e lê-se com facilidade. Para fazerem uma ideia dessa «delícia», o livro tem quase novecentas páginas e eu consegui lê-lo em quatro dias, estendido ao sol numa praia alentejana. Dias maravilhosos.  

Bem, este post já vai longo…
            Para terminar, mando aqui o meu abraço ao Hugo. Obrigado pelo modo fascinado, divertido e despretensioso com que nos trazes as tuas paixões.

Até para a semana a todos (se o tempo e o espaço deixarem).

Filipe

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Bem vindos ao Norte! ( Bem bindos ao Nuarte!)



Numa noite fria de véspera de feriado a  Alexandra aka Xanoca presenteou-nos com uma bela surpresa, o filme "Bienvenue chez les Ch'tis" de Danny Boom. Este não é um filme qualquer pois tornou-se um fenómeno de audiências em França sendo o segundo filme mais visto depois do Titanic.(!!!!!!!!)
Depois de conhecermos esta informação as expectativas eram altas, mas não foram goradas, esta obra da sétima arte  arrancou-nos sorrisos e gargalhadas genuínas! Houve até que chorasse de tanto rir! (não digo quem, nem aponto)
Cá vai uma pequena sinopse, à la Carmuue:
Para bem da felicidade matrimonial, Philipe Abrams, chefe de um posto de correios, candidata-se a um lugar numa paradísiaca cidade da Riviera francesa...usando os expedientes mais radicais... Como é apanhado mais depressa um mentiroso que um coxo (ou um paralítico?)...o plano de Philipe é exposto e como punição é enviado para a longínqua e setentrional cidade de Bergues. Espera-o um cenário dantesco: um clima gélido e inclemente, costumes bárbaros e locais (os ch'tis) constantemente embriagados que dialogam num linguajar insondável (Ch'tis ch'tis ch'tis ch'tis ch'tis)... Protegido por camadas e camadas de roupa super-isolante, Philipe deixa mulher e filho para penosamente cumprir o seu castigo rumando a norte, para o seu inferno pessoal... mas eis que quando lá chega...
Ah pois, não vou contar mais! era o que faltava! só acrescento uma citação:  "um Sulista chora duas vezes quando vem ao Norte, quando chega e quando se vai embora".
A visualização do filme tornou-se ainda mais interessante e colorida pela discussão que se seguiu: a inevitável comparação com as diferenças culturais entre o Norte e o Sul deste nosso país à beira-mar plantado (os sutaques, as cumidas, as bubidas e as práticas sociais) enfim, o quanto o Sul desconhece o Norte e... vice-versa?
...para não falar de uma quasi-sanguinária controvérsia sobre "onde começa o Norte" que se prolongou até ao dia seguinte...
Já agora um detalhe super-fofinho: o filme é dedicado à mãe do realizador que era uma Ch'tis.
(ainda não perceberam o que é um Ch'tis? toca a (re)ver o filme!)

Merci Bien Xanocá!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Próxima sessão dia 26 de Abril!

Caros pinguins e Caras pinguínas, na próxima semana o clube vai mudar de tasco!
A sessão vai ser no Bar do Mundo, na rua Mouzinho da Silveira nr 234. 
Seria trés simpatique se a sessão pudesse começar pelas 22h ;) 
Cá vai, em jeito de teaser:
http://www.youtube.com/watch?v=5vAbdxTcRgU&feature=relmfu

quinta-feira, 29 de março de 2012

Max Richter


E uma quinta-feira o Águia esvoaçou até à cave para nos dar a conhecer Max Richter, este senhor aqui em baixo...

Trata-se de um compositor Britânico de origem Alemã. Estudou composição e piano na Universidade de Edimburgo e fundou, após ter terminado os estudos, o Piano Circus, com mais cinco pianistas. Participou neste projecto durante dez anos, primeiro como pianista e mais tarde como compositor.

Em 2002 lança o seu primeiro álbum a solo, Memoryhouse onde explora histórias reais e imaginárias criando um estilo de música experimental que denomina de “documentary music”. Seguiram-se The blue notebooks (2004), Songs from before (2006), 24 Postcards in Full Color (2008), From the Art of Mirrors (2009) e Infra (2010).

Max Richter foi também responsável pela banda sonora de filmes como “Valsa por Bashir”, “Shutter Island”(entre outros).

Nas suas músicas Max Richter usa samplers de origens variadas: sons de ambiente, vozes e leituras de textos (Kafka, Murakami,...).

Da (falsa) simplicidade do som do piano a solo até à sumptuosidade de uma orquestra, todas as músicas deste compositor têm uma capacidade em comum: gerar emoções.

Pois não é essa a função da arte? Oiçamos então arte!

Deixo-vos um -mui pessoal, umbiguísta e de (in)questionáveis critérios- cardápio de músicas e sensações:

“On the nature of daylight” o dia chega cheio de nostalgia e inquietação…

“Embers” transporta-me em melancólicos voos de serenidade…

O hipnótico “November” que me descompassa o coração e a respiração…

A beleza mesmerizante e sombria de “Sarajevo”

A grandiosidade esmagadora de “Last days”

Infra 5 – que me traz uma emoção que não lhe sei o nome e por isso inventei-lhe um: Soluptioso

Sr. Águia, muito grata pela partilha, sigo pela vida com o Memory House debaixo do braço e um caleidoscópio de emoções no regaço!

quarta-feira, 28 de março de 2012

J. R. R. Tolkien

No início da minha adolescência cheguei a jogar The Hobbit, que tinha sido lançado em 1982 e transpunha para o ecrã a ficção interativa, popularizada pela coleção Aventuras Fantásticas e outras. Acabou por ser o meu primeiro contacto com o mundo de J. R. R. Tolkien.


Em 1992 os GNR lançam o seu sexto álbum Rock in Rio Douro, do qual faz parte a música que ouvi vezes sem conta Sub-16, que diz:
E com dezasseis
Nunca se teve tempo de ler O Senhor dos Anéis
Só de uma vez
E durante bastante tempo cheguei a usar para fundo do ambiente de trabalho a imagem The Dark Tower, de John Howe, ignorante de que se tratava da sua conceção da torre Barad-dur. No secundário, também via o Silmarillion a circular entre os meus colegas metaleiros.


Foi assim crescendo a minha curiosidade pelo fabuloso universo de Tolkien, mas foi já na faculdade que dei o mergulho, precipitado pelo anúncio da adaptação da trilogia O Senhor dos Anéis ao cinema, numa megaprodução assinada pelo mestre do gore Peter Jackson. O meu objetivo era conseguir criar o meu próprio imaginário antes de qualquer contacto com o filme, sob risco de o contaminar, fosse mesmo apenas com um trailer. Ainda tive sucesso durante a leitura da Irmandade do Anel, mas nos seguintes livros já me era indissociável Frodo Baggins de Elijah Wood, assim como Gandalf de Ian McKellen.

Mas pouco sabia da vida «do primeiro geek» não fosse o Águia ter decidido presentear o clube com uma sessão sobre J. R. R. Tolkien.

Fiquei assim a saber que, apesar de Sir, não era inglês, antes tendo nascido em Bloemfontein, atual África do Sul e sido educado por um jesuíta. Que uma influência para a sua paixão como linguista foram os estranhos nomes das estações de comboio da linha que servia a sua casa. Frequentador de sociedades, a sua cultura estende-se ao conhecimento de inúmeras línguas, entre as quais finlandês, islandês, grego e latim! As suas obras acabam por permitir aplicar todo este conhecimento.

Mas muito mais pode ser aprendido vendo a sua excelente apresentação.



Eu por mim vou já adicionar o Silmarillion à minha lista de livros a ler, que o apetite foi aguçado!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Chilly para aquecer

E se de repente, ao passar na rua, alguém se dirigisse a nós pensando que éramos outra pessoa?
“Não, o meu nome não é Chilly, confundiu-me com alguém!”.
E foi mais ou menos assim que nasceu Chilly Gonzales

Numa noite fria na cave que, às Quintas, é dos Pinguins, o Rui Spranger trazia na algibeira um pouco de Chilly para aquecer a noite.
Jason Charles Beck, canadiano a residir em Paris, começou a tocar piano aos três anos e fez-nos gostar um pouco mais de piano, naquela noite.

Chilly Gonzales Live with Radio Symphony Orchestra Vienna, não é só um concerto de um pianista acompanhado por uma orquestra proveniente da Cidade dos Músicos, é um espectáculo de um homem que transparece o quanto gosta do que faz, que brinca com a música como uma criança, e nos faz gostar de tudo o que vemos e ouvimos.

Um verdadeiro “one man show”, que se assume como entertainer, mais do que como artista, porque segundo as suas próprias palavras “um entertainer faz amor com o público e um artista apenas se masturba, pretende agradar a si próprio”.
É interessante ouvir a explicação na voz do próprio.

Com aspecto de louco, Chilly faz amor com o piano, namorisca com a orquestra e conquista o público, sem pretensões, em pantufas e despenteado, como se estivesse entre os melhores amigos.
Vale a pena acompanhar a carreira deste homem apaixonado. É por ser apaixonado pelo que faz, que nos fez a todos, naquela noite, apaixonar pelo trabalho dele. Tão apaixonado que devia ser Pinguim.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


Quem te porá como fruto nas árvores – De Ruy Belo


Difícil este post, difícil por estarmos a falar de algo tão subjectivo, como arte.
Pegando na velha máxima, cada cabeça sua sentença, vou fazer um post através da visão que eu tive desta peça.
Assim sendo, sentado no escuro do teatro, vou narrar o que vejo da peça.
A cortina abre...

Como numa galeria vemos os quadros, esses quadros transmitem sensações, historias, desabafos, vida, ou morte.
E nesta peça vi isso tudo, tal como as pinceladas de um pintor, foi-me mostrado uma narrativa poética de um senhor já no seu final de vida a relembrar tudo o que tinha vivido, a relembrar as suas sensações, as suas historias, os seus desabafos, a sua vida.... e o chegar da morte.

Através de um conjunto de poemas ele fala-nos das coisas que viveu, mas não pensem que estava lá apenas uma única pessoa, não estavam lá 4 actores pois, e tal como disse Constança Carvalho Homem (dramaturgia e assistência de encenação) “Era-me pedido um percurso para quatro actores, dois homens e duas mulheres, preferencialmente organizado em núcleos de sentido, polinizador o bastante para que dele se erguessem outras paisagens”.

Mas neste quadro poético teatral existe nestas quatro personagens que são um só  humildade e a simplicidade de um ser humano, segundo a ASSÉDIO – Associação de Ideias Obscuras “Optámos por uma espécie de despojamento: o vídeo e plano fixo, como uma fotografia dilatada no tempo, os pés descalços e a simplicidade de recursos levados à cena foram o modo como pensamos poder respirar a grandeza de Ruy Belo, usufruir e transmitir os sentimentos imensos das palavras”

Assim com a obra de Ruy Belo que nos é transmitida nesta peça, senti-me pequeno e ficamos a pensar na simplicidade que e a vida pois:“São tão humanas algumas árvores são mais humanas que se fossem humanas e os seus ramos têm coisas de mão”- Ruy Belo

Para terminar a ficha técnica e neles um Pinguim:

Dramaturgia e assistência de encenação- Constança Carvalho Homem
Espaço técnico e figurinos – Sissa Afonso
Desenho de luz – Nuno Meira
Sonoplastia – Francisco Leal
Vídeo – Alberto Plácido
Interpretação – João Cardoso – Raquel Rosmaninhos – Rosa Quiroga – Rui Spranger (pinguim)
Coprodução – ASSÉDIO
 local - Teatro Carlos Alberto

http://tv.up.pt/videos/C6E9yB97

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"Como água para chocolate"

Na sessão do dia 2 de Fevereiro, a nossa amiga pinguina Olga, levou-nos ao cinema da nossa cave (porque também já a adoptei!). Começou por apresentar o filme, baseado no romance da escritora mexicana Laura Esquível, "como água para chocolate", adaptado para cinema pelo seu próprio marido Alfonso Arau.

O tema inspirava logo, principalmente para quem gosta de chocolate como eu!
Contudo, mais do que o chocolate em si, que aparece uma vez como ingrediente, é a forma como é preparado, em água a ferver.

Como a água para o chocolate é o ponto de ebulição que lembra um momento, um estado de prazer afrodisíaco, o extase.

No género de obra latino-americana que lembra as fantasias, por exemplo de Isabel Allende na Casa dos Espíritos, o contexto histórico das guerras civis entre extremas direita e esquerda, as histórias que rodam à volta de famílias tradicionalistas, conservadoras, campestres, quase isoladas e o papel da mulher na sociedade de então, são ingredientes fundamentais para marinar uma boa história recheada de contradições e paixões.

Descreveria esta obra pelo simbolismo que carrega. A paixão de Tita e Pedro é o fósforo de todo o enredo, que consome cada personagem e no fim se consome a si própria.

Começa com a narradora da história, sobrinha de Tita, na cozinha a cortar uma cebola. Porquê uma cebola? Acho que é por fazer chorar! O mesmo choro das lágrimas de Tita que, ao nascer em cima da mesa da cozinha, se transformou em sal!
Outro ingrediente que parecia fundamental era o destino. A ordem pré-estabelecida e a tradição da filha mais nova não se casar para poder cuidar da mãe até à morte.
Cingida às lides domésticas, é na cozinha que Tita se expressa, reage a este destino. O sentimento e as emoções combinam com os ingredientes mais curiosos como pétalas de rosa, enfeitiçando todos os que saboreavam as iguarias. Transformando a mãe, frigida com o tempo (vítima do mesmo peso de filha mais nova), libertando o padre das amarras de castidade, despertando a paixão de uma das irmãs de Tita por um soldado revolucionário em fuga, montados num cavalo, ela nua agarrada a ele.

Lembro-me de outro símbolo curioso, o da manta que Tita ia costurando à medida de cada contrariedade.

No fim discutiam-se as escolhas de produção e estilos de representação do elenco. A "beleza" da actriz Lumi Cavazos também não foi indiferente fazendo-nos recordar a imagem das mulheres antigas, latinas e de rosto sereno.

Com este filme recordamos também as nossas memórias da cozinha antiga, do lar todo em pedra, espaço de estar, de cozinhar, preparar e comer.

Foi um excelente serão que me despertou para a leitura deste livro! Obrigada Olga por este momento bem passado!




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

So You Think You Can Dance


Humm. Será que sabes dançar?
Mas será que sabes mesmo dançar?
Mas tens a certeza que sabes dançar?
Pronto, já te viste a dançar? Humm... e ainda dizes tu que sabes dançar?
Ok não sabes dançar, isto é dançar...


Agora que já viste o que é dançar, posso continuar a escrever este Post.
Com um sapateado clubista pinguinzado, a Xanoca fez o favor de nos mostrar o que é dançar, não não foi ela que saltou para cima da mesa e desatou a fazer um ballet moderno, apenas foi mostrando, o que é dançar através de um programa de televisão de seu nome So You Think You Can Dance.

Programa este do qual ela é fã. Mas fica a dúvida, ela é fâ da dança ou do programa? Humm deixo a apresentadora do programa responder a esta pergunta…
Mas custa escrever este post. Pois as imagens valem mais do que as minhas palavras, e que imagens, assim sendo… vejam lá isto e perguntem-se se sabem mesmo dançar.


E mais nada...

Esperem... aqui vai um resumo deste programa que anda a dar na Fox Life.

‘So You Think You Can Dance’ é um fenómeno de entretenimento que deu e trouxe ao mundo da televisão um novo ritmo e um novo beat. Este reality é um concurso que dança individual que elege de entre doze concorrentes aquele que melhor se adapta a todos os estilos de música e, principalmente, de dança, cativando o público com a criatividade que transpõem nos movimentos rítmicos.

Habilidade, presença em palco, confiança, ética, paixão e sorte são os ingredientes essenciais para tornar qualquer um vencedor. No entanto, o ‘So You Think You Can Dance’ não é apenas um concurso, tem uma forte componente ao nível da partilha de histórias e experiências de vida.

Todas as semanas cada concorrente tem de dançar com um parceiro diferente e ao som de diferentes estilos de música (salsa, hip-hop, ballet, jazz, …), de maneira a conseguir mostrar uma maior versatilidade e provar que é o melhor dançarino.

Depois de submetidos a uma avaliação criteriosa feita por um conceituado painel de jurados, os dois pares que os espectadores – americanos – acharam que tiveram as piores prestações são eliminados, a cada semana, até restarem apenas quatro. No final, apenas um par irá ser galardoado como vencedor e receber o grande prémio.





Simplesmente o filme Le Dîner de Cons ( Jantar de idiotas), trazido à cave do clube pela mão da Mónica, é um clássico da comédia, comandada por um grupo de actores que tinham por hábito trabalhar conjuntamente em várias longas-metragens e até algumas peças de teatro.

Comédia negra Inicialmente escrito para o palco, visto grande parte da acção é existir no mesmo espaço, mas... pouco importa para o caso! O que é certo é que a história é engraçadissima,  com diálogos e momentos hilariantes. As personagens estão muito bem concebidas e são dadas vida por um elenco talentoso, nomeadamente pelos actores Thierry Lhermitte e Jacques Villeret, que desempenham os protagonistas. Asseguro que dificilmente teriam melhores "resultados" de casting.

É sem dúvida uma comédia de luxo, que atesta a qualidade da Europa na fabricação de filmes, sejam elas de que género forem. Recomendo-vos que vejam esta versão, pois ha para ai um remake Americano, e Segundo consta não é lá bem a mesma coisa.

Com tanta coisa esqueci-me de contra a história.
Ora bem… é tudo coisa simples, pois, todas as semanas, Pierre organiza com os seus amigos, o que ele chama ´jantar de palermas`. Todos levam, como acompanhante, alguém que achem verdadeiramente imbecil e ridículo.
O jogo consiste em deixar os imbecis falar e exprimir as suas ideias, paixões, para que o grupo que convida se possa deliciar com um jantar de gozo, contudo nada disto acontece, o que surge, são uma serie de acontecimentos surpreendentes que nos deixam sem folego e a pensar… Ok o que sera que vai acontecer mais????

Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=fkqKTtcp-WY

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pinguim Talks!

Na última sessão do ano (a 29 de Dezembro de 2011) fomos brindados com mais uma paixão do André: as TED TALKS.

Não, não são as "Conversas do Ted", nem existe nenhum Ted por trás deste conceito!

As TED Talks são conferências sobre diversas temáticas (TED - Technology, Entertainment and Design) que, como o próprio André adiantou na sessão, têm uma semelhança com o Clube dos Pinguins, uma vez que nelas participam verdadeiros entusiastas que, com paixão, apresentam as suas ideias. Aliás, o mote destas conferências é mesmo "Ideas Worth Spreading" (ideias que vale a pena divulgar).

Este conceito nasceu em 1984, através de Richard Saul Wurman e ao longo das várias edições participaram várias celebridades mundiais como Bill Clinton, Al Gore, Gordon Brown, Bill Gates e vários Prémios Nobel.

O mais difícil para o André foi mesmo escolher, das várias centenas de conferências, aquelas que pudessem mostrar o espírito TED e ao mesmo tempo, que fossem interessantes e variadas. O que resultou num seleção de cinco apresentações tão diferentes umas das outras como apaixonantes! Aconselho a verem/reverem:

Bonnie Bassler: Como comunicam as bactérias
Esta bióloga molecular mostra como se pode integarir na comunicação entre as bactérias, não havendo necessidade de administração de antibióticos. A maneira apaixonada e enérgica como ela expõe a sua ideia é fantástica!


Benjamin Zander: Música e Paixão
Este músico mostra como é possível apreciar música clássica, mesmo não percebendo ou não gostando. De uma maneira cómica e apaixonada, ele consegue surpeender a plateia.


Pranav Mistry: o potencial emocionante da tecnologia SixthSense (Sexto Sentido)
Este indiano desenvolveu uma tecnologia Sexto Sentido de baixo custo e pretende revolucionar o modo como interagimos com o mundo digital e o mundo real. Vejam, que vale a pena! Há coisas fantásticas, não há?


Eric Giler: Eletricidade sem fios
Isto é bem capaz de ser o futuro! Vale a pena ver os vários exemplos da aplicação da eletricidade sem fios e como isso pode mudar a nossa vida daqui a uns anos (se calhar bem menos do que pensamos).


António Damásio: A busca para entender consciência
Para quem assistiu à sessão do Vasco sobre a consciência (The Primacy of Consciousness), pôde fazer o paralelo com esta, que foca as questões biológicas da tomada de consciência e do eu.


Parabéns ao André por mais uma sessão bem interessante e onde deu para aprender mais algumas coisas!