segunda-feira, 31 de março de 2008

O que é Nacional é bom...

Isto é que é ter orgulho na terra onde se vive...e o que é Nacional é mesmo bom...



domingo, 30 de março de 2008

Póquer

Rui Spranger, ao ler esta noticia lembrei-me de ti... e dos apaixonados pelas noitadas de Póquer...

sexta-feira, 28 de março de 2008

Circunvalação à Noite - Ciclo Nova Música Tradicional



Bilhetes à venda no Pinguim Café.
Mais informações aqui.

País Evoluído ;-)

Não...não estou a falar de Portugal...

Holanda isenta cigarro de maconha de lei antifumo...

quinta-feira, 27 de março de 2008

ANIVERSÁRIO PRIMAVERA

Os passarinhos a nascer, as flores a iluminarem-nos com as suas cores brilhantes, e no sábado dia 29 de Março, pelas 23h00 na cave mais conhecida do Porto, Pinguim Café, uma festa de aniversário da menina reporteira, Marta Araújo.
O tema da festa é a Primavera (nada de Flower Power, não haja enganos não queremos misturas com pseudo hippies (excepto o Vitor)).
Nesta noite tão especial haverá a "actuação" de duas presenças muito animadas:
-O Sr. Jorge com a sua inseparável guitarra;
-e o suspeito do costume é o DJ de serviço.
Todos os Pinguins e afins estão convidados a aparecer, pois será uma grande animação durante toda a noite e a menina Marta agradece.
(eu estarei lá para chatear o Jorge...obviamente).

quarta-feira, 26 de março de 2008

Férias na Galiza

Aproveitando uns dias de folga, houve que dar asas a uma das minhas paixões, também partilhada por outros membros do Clube e pela Lisa - Viajar !
De início tinhamos previsto ir para os Picos da Europa, mas dadas as previsões climatéricas, optámos por uma volta pela Galiza.
Na quarta-feira de manhã dirigimo-nos a Vila Nova de Cerveira, onde subimos ao “veado”, para mostrar à Lisa uma das minhas paisagens preferidas e um dos meus locais de eleição do meu Portugal. Apesar do vento cortante, lá fizemos uma pequena caminhada.
Atravessámos depois a ponte e dirigimo-nos a A Guarda, vila piscatória que tanto me agrada e de onde tenho algumas memórias engraçadas. Depois, foi seguir pela costa até Baiona, onde acabámos por almoçar, comendo uma belissíma parrilhada de peixe e marisco. Havia que fazer a Lisa provar as Navajas, um dos mariscos que eu mais aprecio e que passou também a ser um dos preferidos dela. Uma pequena caminhada depois de almoço para fazer a digestão e reabastecer-nos de tabaco para as férias.
Aproveitando o Sol, a costa continuou a ser o trajecto (com algumas paragens) até Vigo, cidade que apenas atravessámos, apanhando em seguida a auto-estrada até Pontevedra. Aqui, desviámos novamente para a costa, pois eu queria conhecer Sanxenxo e o Grove, mas a vila que mais nos encantou foi Cambados. Por aqui fomos parando algumas vezes e por fim, chegámos a Padron, onde pensávamos comer uns pimentinhos, mas apesar de serem as festa da cidade, de haver imenso movimento e barulho, não havia pimentos por estarmos fora da época (aqui perguntei-me de onde veem os pimentos do Pingo Doce, que eu tanto tenho cozinhado). Acabámos por beber uma cerveja e um chá (a Lisa é que conduzia) e dirigimo-nos directamente para Santiago, onde tinhamos o Krzysztof (um Couchsurfer) à nossa espera para nos dar alojamento por dois dias. O Krzysztof é polaco e é estudante de Medicina e encontra-se em Erasmus em Santiago e, apesar de estar a receber a primeira visita da mãe, aceitou em hospedar-nos. Também ele um viajante (já percorreu a américa latina toda), é membro há já alguns anos do Hospitality Club e inscreveu-se no Couchsurfing dois dias antes da nossa chegada e tivemos a honra de sermos os primeiros “guests” dele através do CS.
Além de toda a simpatia, de um quarto só para nós, ainda jantámos juntos a sopa que tinham preparado e café e chá. Propusemos imediatamente acompanharem-nos no dia seguinte a Fisterra, proposta que aceitaram, e no dia seguinte de manhã, partimos os 4 para Noya, vila onde apanhámos a estrada da costa até ao Cabo. A viagem prosseguiu em ritmo lento, com muitas paragens naquelas fantásticas praias e passeios pelos seus areais e piqueniques à beira mar. Ao fim de algumas horas lá chegámos ao Cabo Fisterra que estava repleto de turistas e alguns peregrinos, que cumprindo a tradição, queimavam as camisas utilizadas no Caminho de Santiago. Depois de uma hora passada a contemplar o mar, regressámos da forma mais directa possível a Santiago (cento e tal kms por estradas secundárias) e, apesar do cansaço eu e a Lisa ainda fomos dar uma volta pela cidade tentando aproveitar a pouca luz que ainda havia. Como seria de esperar esta estava entupida com turistas e tornava-se difícil circular em algumas das ruas, mas lá entrámos na Catedral e demos a nossa volta acabando a comer umas tapas no único tasco só ocupado por populares, estando nós ali no meio a estragar a paisagem humana natural.
Regressámos a casa para dormir uma sesta nocturna e, já tarde, saímos com o Krzysztof para beber umas cervejas. Fomos naturalmente ao “Avante” o “bar-manifesto de esquerda independentista galega” onde bebemos uma cerveja e a seguir fomos a um bar punk, levados pelo Krzysztof, onde depois de uma quantidade razoável de “cañas” compradas ao litro e dividídas entre nós, acabámos a jogar matraquilhos com um grupo de galegos que nos deram umas valente coça naqueles matrecos estranhos em que os jogadores têm as pernas abertas e estão divididos num 4x4x3 muito estranho para quem está habituado às mesas portuguesas. Mas fomos simpáticos e não nos queixámos do estado do relvado.
Como já era mais que tarde, fomos para casa onde terminámos a noite a beber vodka polaco com sumo de maçã e às 06h achámos que o melhor seria ir dormir.
Acordámos por volta do meio-dia convenientemente ressacados, mas apesar disso, juntámos as trouxas, despedimo-nos e fomos para a Coruña.
Graças a um CS que não nos pôde alojar, mas que nos deu uma indicação preciosa de um hostal, lá acabámos por arranjar um alojamento por 24€ (sem casa de banho), o que não nos pareceu nada mau. Depois de marcado o quarto, fomos logo dar uma volta. Eu queria mostrar à Lisa o Rosalia de Castro, teatro onde representei há uns anos e um dos mais bonitos por onde passei. Por sorte, quando estávamos à porta vimos gente a correr diringindo-se à bilheteira e olhando para os cartazes, apercebemo-nos que estava um espectáculo a começar naquele momento e mesmo sem saber exactamente de que se tratava, comprámos bilhetes e fomos vêr.
Depois fomos comer umas tapas (jantar) e telefonei ao Gonzalo, amigo que foi erasmus aqui no Porto quando eu, o Vieira e o Raul estivémos à frente do Pinguim.
Depois da janta, onde fomos absolutamente roubádos nos preços, fomos descansar para o Hostal e mais tarde encontrámo-nos com o Gonzalo que foi um verdadeiro guia nocturno e lá tivemos mais uma noite a acabar às 06h da manhã.
Ainda não sabíamos se iríamos ficar naquela magnifica cidade ou se seguiríamos viagem, dado que se anunciava chuva, neve, vento e muito frio para o dia seguinte em todo o norte espanhol, galego e basco.
O dia amanheceu muito tarde, ressacado, mas não muito chuvoso e até com alguns momentos com um belo sol. Decidimos então seguir viagem em direcção a Lugo, cidade rodeada por uma impressionante muralha romana.
As informações afinal estavam correctas e tivemos momentos em que estivemos quase a parar o carro dada a intensidade da chuva e do vento, mas acabámos por chegar a Lugo.
Aqui encontrámo-nos com a Cris, outra erasmus do tempo do Gonzalo e amiga deste e minha, e fomos comer mais umas tapas e abrigar-nos da chuva que começava calmamente a transformar-se em neve.
Mais uma vez e, apesar de termos encontrado o carro coberto de gelo, decidimos rumar a Ourense e atravessámos um forte nevão na viagem que foi desaparecendo à medida que avançávamos em direcção a sul.
Chegámos a Ourense já de noite e depois de estacionado o carro não muito longe do centro, demos umas voltas à procura de um hostel e acabámos por encontrar um bem simpático pela módica quantia de 27€ com casa de banho privativa, aquecimento, televisão e bons metros quadrados.
Ourense é realmente muito bonita também e depois de um grande passeio no centro histórico, fomos jantar (tapas) e a seguir directos para o hostel onde vimos o The Matrix em galego e começámos a vêr um filme egipcio chamado “Taxi” que estáva a ser muito interessante, mas o cansaço venceu-nos e acabámos por adormecer.
Acordámos cedo no Domingo, arrumámos as trouxas e dirigimo-nos a Chaves, onde parámos para darmos uma volta por essa bela cidade portuguesa que eu desconhecia e comemos naturalmente um dos famosos pasteis, que realmente são muito melhores lá.
Seguimos em direcção a Braga pela estrada nacional que ladea o Gerês e, escusado será dizer que foi mais um trajecto fantástico, como todos os que fizemos. Em Braga, apanhámos a auto-estrada pois já só pensávamos em chagar ao lar doce lar e descansar... até à próxima viagem!

domingo, 23 de março de 2008

Um fado ao Domingo (de Páscoa)


vila franca de xira



camané - sem deus nem senhor
josé mário branco

sábado, 22 de março de 2008

sexta-feira, 21 de março de 2008

Canção Primaveril

Anda no ar a excitação
de seios súbito exibidos
à torva luz de um alçapão,
por onde os corpos rolarão,
mordidos!

Ou é um deus, ou foi a Morte
quem nos vestiu este torpor;
e a Primavera é um chicote,
abrindo as veias e o decote
ao meu amor!

Esqueço que os dedos têm ossos:
é só sangue esta carícia;
apenas nervos os percoços...
Mas nos teus olhos, nos meus olhos,
a luz da morte brilha.

David Mourão Ferreira

quarta-feira, 19 de março de 2008

segunda-feira, 17 de março de 2008

Saint Patrick's day

Todos ao Pinguim, hoje, para comemorar o Dia de S. Patrício, o padroeiro da Irlanda.
Traje: indiferente desde que seja verde.
Bebida obrigatória:

domingo, 16 de março de 2008

A definição do fado - um fado ao Domingo

O João Ferreira-Rosa escreveu este fado aos 21 anos, se não estou em erro. Este meu companheiro de fados e blues em Pintéus escreve aqui aquela que é para mim a melhor definição do fado. Com música de Alfredo Duarte (Marceneiro) a letra de Triste Sorte (Fado Cravo*) é arrepiante e dura. Verdadeira para quem a sabe.



João Ferreira-Rosa - Triste Sorte

*um dos muitos fados tradicionais (estrutura)

sábado, 15 de março de 2008

Só para lembrar...

Sem Rumo


3 À MISTURA

Mais uma lei em nome da saúde pública

Nunca fui um grande fã de piercings e de tatuagens mas fazer-se uma lei para os proibir a menores de 18 anos, excepto quando são nos "locais tradicionais" - as orelhas (são benevolentes e até não fazem distinção de sexo para quem queira colocar um brinco), parece-me um exagero. Só me leva a colocar uma questão: "Que filho de deputado pôs uma argola no nariz como os bois?"
Terá sido o filho do deputado que é autor do projecto lei ou de um amigo deste que não quer dar nas vistas?
Mas cuidado senhores deputados, quando o adolescente fizer 18 anos, em vez de colocar a inofensiva argola na sobrancelha, pode aparecer-lhe em casa absolutamente esburacado e provávelmente, não será só na cara! :P

Ai, ui, a cultura! II

Usar qualquer forma cultural para se evidenciar é, no mínimo, nojento.
A desvalorização da arte para dar lugar ao showing up é uma prática antiga dos pretensiosos. Mas não se enganem, nós estamos a ver!
É com o valor das palavras que lutamos pelas palavras todas as quintas! A cantiga é uma arma!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Ai, ui, a cultura!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Passado e presente

Fazíamos quilómetros a pé. Éramos magros e belos e sensíveis. Enfrascávamos álcool à medida das nossas ilusões, professávamos uma religião de amor à Arte, às artes todas, mesmo à de viver, mesmo à de dizer. Como todos os religiosos, tínhamos sessões do culto diariamente. Sozinhos e em grupo interagíamos com o ente superior. Havia cerimoniais também: os concertos – como os do Luís Armaestrondo, as exposições – sobretudo na Casa de Serralves – e os filmes do Lumiére e da Sala Bebé. O locais de culto iam variando, dependendo dos dias e dos missais. Um deles era especial. À segunda-feira, depois de emborcados os cafés e os finos, íamos resolutos a pé desde a Boavista a Belmonte (parando por vezes ali no Jardim das Virtudes para revigorar forças e ânimos – o nome do espaço diz tudo). Não havia hora marcada, ou se havia era ignorada, mas era rara a semana em que o grupo de confessos não descia à cave do Pinguim. Não me lembro hoje dos nomes dos evangelistas da poesia que ali celebravam o ritual de dizer poesia. Era-se poesia. Todas as semanas, naquela cave, respirava-se o divino porque se respirava a vida. Reitero que me esqueci do nome dos evangelistas que ali professavam, mas lembro-me que o Papa era Joaquim Castro Caldas. Vénia.

Hoje, o Rui Spranger e o Paulo decidiram celebrar os vinte anos de poesia na cave do Pinguim. Convidando o Joaquim. Obrigado.

Mais: a memória de Carlos Araújo Alves; a descoberta de poesias; "a maioria sentava-se no chão ou nos degraus da escadaria de acesso"; "um dos mais intensos animadores verbais das nossas noites";

quarta-feira, 12 de março de 2008

O PS analizou profundamente a sua governação

"Quando se fazem balanços é, certamente, para realçar aquilo que se fez bem. E, foram tantas as coisas que fizemos bem, que não temos de perder tempo com o que fizermos mal".

Muito bem senhor Vitalino Canas.

A expressão: "Fez a festa, atirou os foguetes e apanhou as canas" aplica-se aqui muito bem!

terça-feira, 11 de março de 2008

O Saque

Aproveitando a deixa do Rui, deixo aqui também as minhas impressões sobre uma peça do Teatro Nacional de S.João que voltou a estar em cena, desta vez no TECA.
De Joe Orton e com a encenação de Ricardo Pais, O Saque é uma peça banal no seu todo. Com umas breves passagens cómicas, não passa de uma sitcom britânica de fim de noite que não acrescenta nada.
O tema está gasto e o cinísmo é fraco. A encenação é amadora e pouco digna do Teatro Nacional. Salvam-na alguns actores, mas mesmo assim, já se sabe que com uma boa frase (as tais breves passagens cómicas) ninguém se compromete.
Os bilhetes são caros para uma reposição.

segunda-feira, 10 de março de 2008

The three dirty little pigs

Fui ontem rever "Os Tres Porquinhos" do Teatro de Marionetas do Porto.
Em cena no Café-Concerto da ESMAE, "Os Tres Porquinhos" é um espectáculo de café-teatro verdadeiramente hard-core. Falado em ingles e com uma linguagem mais que apimentada, cheio de humor, mas também com uma critica social extremamente mordaz é um espectáculo no minímo ousado. Apesar de todo o humor nao é um espectáculo que agrade a gregos e troianos. É estranho na forma e no conceito. A mim agradou-me muito e diverti-me bastante (senao nao o teria revisto), por isso, aqui fica a sugestao.
Em cena até ao próximo fim-de-semana.

domingo, 9 de março de 2008

O Amor de Perdição - um fado ao Domingo




joão braga- a história do simão

sábado, 8 de março de 2008

Piquenique???

O S. Pedro deve ser misógeno!
Amanhã, que previamos fazer um piquenique poético dedicado à mulher para comemorar a data de hoje (Dia da Mulher), o S. Pedro brinda-nos com este tempo.
Como ainda não choveu e, como talvez tão nobre Santo escute esta prece, vamos esperar para vêr antes de desmarcar seja o que fôr.
Se chover hoje, o piquenique não se realizará amanhã. Se não chover hoje e amanhã, lá nos encontraremos às 15h no Parque de S. Roque.

REGRESSO À RÁDIO

É bom poder dizer que eu e o Rui Vieira vamos amanhã voltar à rádio.

O meu programa é o " SEM RUMO" - aos domingos das 18h00 às 19h00 - uma viagem pela música.

O programa do Vieira é o " 3 à Mistura " aos domingos das 19h00 às 21h00.

Podem ouvir os dois programas em directo, para isso é só ir ao site e clicar no rádio que está no ecrã do lado direito:

http://informedia.com.pt/

É um gosto tornar esta paixão realidade e poder partilhá-la com todos os Pinguins.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Assobiando a melodia mais bonita

Desço a Rua do Almada ao início da tarde. Logo no cimo da rua, dois homens parados fazem o obituário das suas relações. A idade, ou talvez a cidade, separou-os.
- O António disseram-me que parece que tinha morrido, mas não tenho a certeza. Já não o vejo há muito tempo!
- Pois eu também não - dizia o outro mais tímido.
- O Manel é que já se foi. Atiraram-no duma ponte ou o caralho!
- Pois parece que sim - respondeu o outro no mesmo tom intimidado.
Continuei o deslize à procura dessa nova baixa, esse novo centro de malta jovem e cool que se deixou seduzir pelo comércio - pelo alternativo, claro está - mantendo um espírito altamente conservador enquanto se diz libertária e liberal.
Sobem dois neo-hippies do lado esquerdo. Olham para mim com um ar cúmplice como se eu pertencesse à sua cena. Não digo o contrário, mas a cena é deles. No outro mundo, que não o da ilusão, os lojistas ficam sentados atrás do balcão com o rosto sofrido e completamente sós - contraste chocante com as cores das saias das jovens designers e os Aviator do despenteado fashion que perfuma a rua ao som dos Velvet Underground, ao sabor do fino que fez acompanhar a petinga frita.
Cá mais em cima, a chegar a Carlos Alberto, a cidade rebenta de movimentos simples e belos. Saem dos restaurantes e dos snack-bar's para os escritórios, acendem um cigarro e dão uma gargalhada, falam baixinho para o chefe não ouvir. É tudo ali. O mundo acontece ali mesmo.
Mais ao lado os alfarrabistas clean das montras pessoanas, meia dúzia de cuspidelas, os saltos altos num compasso certo pela calçada e o sol de inverno a encher de calor o corpo da cidade fria e escura.
Volto a subir o Almada. Atravesso a praça. A cidade é bela.

Entro calmamente em Serralves. O cheiro da tranquilidade e da burguesia aconchega-me na cadeira onde leio sem pressa o jornal, no dia do seu aniversário.
Ao meu lado, dois amigos discutem a relação amorosa com um elemento em comum. Falam abertamente, sem medos. Sorrio pela afirmação. Tento compreender o esquema:
- A namora com B que foi companheiro de C no passado. A parece estar interessado em romper o compromisso com B e passar a relacionar-se com C.
A conversa é, de resto, extremamente interessante. Falam de como é difícil a relação a dois, no sentido de alguma obrigatoriedade e partilha de espaço. Acompanha-os o som chato mas sofisticado de uns Saint Germain e a previsão de um sushi ao jantar. Mas desligo.
Volto ao jornal e dele saio para entrar na minha cabeça que só vê a cidade entrelaçar-se numa dança desconcertante.
O Porto é descontinuo e impaciente. Anseia por novidades e quando as tem banaliza-as. Não se sabe equilibrar. Ama-se e despreza-se com facilidade. Se vou para a baixa é porque não gosto dos burguesinhos da Foz. Se vou para a Foz é porque a baixa é suja e só dá freaks e velhos.
Esquecem a cidade como um todo. Um misto de cheiros e sabores e sons. Uma aguarela escura onde os olhos deslizam desde a torre bicuda e desconfortável até à suavidade azul do mar.
À noite, a Ribeira chora-se sozinha. Abandonaram-na. Freaks e betos preferem a esplanada piolhosa dos Leões e o som sofisticado das colunas de um plano b.
A futilidade é a mesma mas não é uniforme. Se o fosse, a cidade abraçava-se e a oferta encontrava-se com a procura num bailado de urbanidade que dá vida às ruas e transforma as cidades.
Andem às voltas, sem pressa. Ela está à vossa espera. Toda. É de todos e é bela.


publicado primeiro aqui.

quinta-feira, 6 de março de 2008

A noite dos peixes


Ora boa noite camaradas e companheiros pinguins..

Venho por esta forma anunciar a noite dos peixes...

E o que é a noite dos peixes... Enfim apenas 5 peixes que vão festejar o seu aniversário no Pinguim, sexta-feira, dia 7

Ab

segunda-feira, 3 de março de 2008

Mentira Grosseira 2

Como se percebeu no anterior Mentira Grosseira, o Jorge indirectamente queixava-se por eu nao dizer mal do Rui Rio há muito tempo. Assim decidi fazer-lhe a vontade.
Com os piqueniques poéticos vamos percorrer os parques e jardins da cidade e dos arredores. Ontem estivemos no Parque de S. Roque onde está sediada a divisao municipal dos parques e jardins. Além dos sanitários estarem fechados, nao imaginam a situacao de esgoto em que se encontra o lago. Mas isto nao é a mentira grosseira, nem a critica directa ao Rui Rio que provavelmente nao sabe disto e terá coisas bem mais importantes para tratar.
É natural que quem está no poder sofra bastantes criticas e muitas infundadas, fruto da ignorancia.
Mas algumas destas critícas veem de cidadaos que se sentem afectados directamente com alguma coisa no seu dia-a-dia. As outras sao criticas políticas e muitas delas com manipulacao de informacao.
Mas a Mentira Grosseira tem a haver com o Horto das Virtudes, o meu jardim preferido, que se encontra fechado há anos. Fechado! Pura e simplesmente fechado!
Mas a versao camarária nao é essa, é :"está encerrado para obras".
Obras? Mas que obras? Onde estao os trolhas? Onde está o painel indicativo do valor que está ali a ser gasto na requalificacao ou manutencao do Jardim???
Sabemos que aconteceram algumas derrocadas no passado e estará encerrado por motivos de seguranca. Esta versao eu compreendo, mas nao aceito que se mantenha neste estado eternamente. Eu sinto falta daquele jardim onde festejei dois aniversários da minha filha, onde fiz ensaios de teatro, onde me sentava a ler e a apanhar sol, onde passeava com amigos, onde disfrutava daquela vista fantástica do Douro.
Mas a critica nao vai só para Rui Rio, vai naturalmente também para a oposicao que se esqueceu igualmente do Horto das Virtudes, o meu jardim preferido!
Para acabar, resta-me o desabafo final: JÁ ESTOU FARTO DO "ENCERRADO PARA OBRAS"!

domingo, 2 de março de 2008

Porque hoje é Domingo...

Porque hoje é Domingo e o Sr. dos Fados anda em viagem "para fazer cenas", resolvi colocar um video que é uma homenagem a uma poetisa argentina Alfonsina Storni. Alfonsina marcou a poesia de um modo intenso, e toda a sua vida foi um poema. Um dia resolveu entregar-se de vez ao mar, nasceu assim esta bela canção, na voz de " La Negra", Mercedes Sosa. A voz desta mulher emociona-nos e toca-nos profundamente, palavras para quê... Alfonsina y el Mar.