quarta-feira, 27 de março de 2024

Kai Zen

 

Como já começa a ser costume, no passado dia 20 de março, que por acaso até foi uma quarta-feira, o clube dos pinguins encontrou-se na cave do Pinguim Café para mais uma sessão. Desta feita, o Daniel Lopes, com a sua apresentação ainda “quente”, deixou-nos um pouco apreensivos porque pensávamos que iríamos realizar algum desafio de elevada capacidade mental, mas não, presenteou-nos com uma das suas paixões. O Kai Zen que incide sobre a melhoria contínua.

Posto isto, achei que iria aprender como arrumar as meias na gaveta por cores e por estação, mas o grande propósito desta apresentação seria compreendermos porque é que em Portugal, nas nossas empresas e nas nossas vidas, a filosofia de Kai Zen não funciona.

Mas o que é isto do Kai Zen? Criado por Sakichi Toyoda, fundador da marca Toyota, inicialmente focado na produção de teares, numa visita aos EUA com o intuito de se informar sobre os métodos de produção deste país, ficou fascinado com a eficiência dos supermercados e pensou como poderia transportar essa eficiência para a sua indústria. No Kai Zen, todos, mesmo todos, desde o CEO até à empregada de limpeza, estão envolvidos em processos de melhoria contínua de todas as funções da imprensa. O Kai Zen visa por isso eliminar ao máximo desperdícios, quer sejam monetários ou temporais, apoiando-se SEMPRE num mindset científico.

Durante a apresentação fomos educados de como usarmos este pensamento nas nossas empresas. Ficámos também a compreender o que é o ciclo PDCA (plan, do, check, act/adjust), que aliado a uma prática deliberada (Kata) fomenta a criação de pensamento científico que pode ser aprendido por todos.

Então porque não funciona? Porque o ser humano é péssimo a seguir e a aprender o método cientifico. A razão principal para esta dificuldade prende-se com os nossos mecanismos cognitivos ligados à nossa sobrevivência como espécie, visto que o nosso cérebro consome 20% da nossa energia, é normal que tente transferir essa energia para resposta rápidas e automáticas, sendo difícil treinarmos para que isso não aconteça.

Esta foi a sessão onde mais opinámos e onde mais nos distraímos, quer seja por aranhas, para sabermos se devemos tratar os novos pais pelo nome ou por papá e mamã e nunca, mas nunca, arranjar problemas com a Marta Leal. Falámos de muita coisa e a memória não dá para tudo, por isso acredito que este texto não faça jus a todos os temas que debatemos na sessão. Termino assim com um grande obrigado ao Daniel Lopes por esta sessão.

 

quarta-feira, 20 de março de 2024

Oh my Clube!

 Na última quarta-feira, o Clube dos Pinguins estava agitado com a chegada da Marta, que mesmo grávida de nove meses, veio partilhar a sua paixão: os quizes! Com um sorriso radiante, a Marta contou como tudo começou, desde os dias no antigo bar do tio até se tornar a mestre dos quizes no Pinguim Café. Todos ficaram fascinados com sua história e já mal podiam esperar para experimentar o desafio de perguntas e respostas. 

A Marta criou o seu próprio método de Quiz, contando com a ajuda daquele que é mais conhecido por "Lopes, o pai da criança" . 

O método consiste numa apresentação em Power Point contendo 50 perguntas cuidadosamente elaboradas.  Cada equipa recebe uma folha para registar as suas respostas, enquanto desfruta das músicas do Lopes, que por vezes servem  como pistas ao longo do desafio.

A Marta introduziu elementos visuais como imagens e sons para tornar o jogo ainda mais envolvente, atendendo aos feedbacks anteriores sobre o que os participantes não gostavam noutros quizzes. A dificuldade das perguntas evolui gradualmente, garantindo que todos os participantes se mantêm interessados. 

A base de dados da Marta conta neste momento, com mais de 4000 perguntas, abrangendo uma variedade de temas, desde história, arte e literatura até ciência, cultura pop e carros. Os participantes são divididos em grupos, permitindo competições amigáveis entre aficionados por diferentes áreas de conhecimento.

Três ajudas são disponibilizadas, em forma de cartões (amarelo, verde e vermelho) , garantindo que ninguém fique preso  numa pergunta difícil. E para os mais destemidos, existe sempre  o desafio de subir e descer as escadas da cave com os 23 volumes da enciclopédia luso-brasileira às costas. 

Os Pinguins presentes testaram, gostaram e aprovaram com distinção, o Oh My QuiZ, atribuindo-lhe certificado de qualidade e de diversão garantida. 

Obrigada Marta e "companhia"! 


quarta-feira, 13 de março de 2024

João Progressivo

 Considero-me bastante eclético do ponto de vista musical, mas há géneros que me custam mais a entrar ou nunca entraram de todo. Um deles é o Heavy Metal, outro, embora já mais aceitável para mim, é o Rock Progressivo. Eis senão quando, no nosso querido Clube, o João apresenta a sua primeira paixão: Metal Progressivo. "Estou fo.... " pensei eu. Ainda por cima já me tinha oferecido para escrever o post. Que custou a sair. Que me provocou insónias. Sim, já lá vai mais de um mês, foi no dia 07 de Fevereiro. Ainda se lembram? Eu lembro, mas na verdade não por maus motivos. Pois é, quando temos alguém apaixonado é possível que a conversão aconteça. Primeiro o João preparou um powerpoint cheio de informação e de humor (este último funciona sempre). Depois, e este aqui é para mim próprio o grande ponto de viragem, explicou-nos que é um género difícil de entrar pela "parede sonora" pelo que nos sugeriu que nos focássemos num ou noutro som. Até porque há um certo virtuosismo no género (isto sou eu a reconhecer) mas muito em especial no multifacetado e também bastante eclético Devin Townsend. Foi aqui que começou verdadeiramente a nossa viagem, com o João a levar-nos pela abrangência musical deste ícone do Metal Progressivo. Desde temas como "Ziltoidia Attaxx!!!" em que o título já diz muito e em que nos faltou cabelo para agitar em exagerados sins, passando por temas mais melódicos como DeadHead, ou ritmados e poderosos como "Lucky Animals", ou o calmo e ritmado "The Code" que consta já nos meus favoritos do Spotify. E foi o humor, as instruções de escuta, a viagem proposta na noite de 07 de Fevereiro e também a playlist partilhada no dia 09 no nosso grupo de whatsapp que me permitiram tornar-me mais eclético. Obrigado João! As insónias foram só peso na consciência por não ter escrito este post no devido tempo.



sexta-feira, 8 de março de 2024

A Arte de Bem Jardinar!

 No passado dia 6 de março, o Clube espantou-se com mais uma noite embrenhada em surpresa, desta vez, com o mote dado pela doce Joana. 

Ao aterrarmos na cave mágica, deparamo-nos com o cenário que passo a descrever: quatro mesas juntas formando uma super-mesa, e, em cima desta, vários utensílios referentes ora à arte da jardinagem ora à pintura. Confuso? Não por muito tempo.

Ora, não fosse a querida Joana uma apaixonada pelo diletantismo, abraçando várias áreas do saber, e a sua proposta seria curta e objetiva. Mas a noite tinha outros planos para estes aventureiros e, por isso, o desafio no qual prontamente mergulhámos foi o de semear algumas "plantas-a-ser" e enfeitar uns bonitos vasos que a nossa promotora tinha encontrado junto a um ecoponto, ditando assim um destino que já se queria colorido!

O resto do serão pautou-se por uma partilha lúdica com bom rock de fundo, em que uns pintava, outros brincavam com a terra, trocando-se depois de estação de trabalho, e onde os testemunhos sobre "experiências psicadélicas" foram lugar-comum. Minto. Reescrevendo: onde os testemunhos de "amigos" que tiveram experiências psicadélicas foram lugar-comum. (Advertência: não experimente "Salvia Divinorum" em casa.).

Se aprender é já um deleite assumido pelo clube que aqui se reúne semanalmente, esta sessão foi particularmente rica no que nos deu a conhecer e, mais importante ainda, a saborear conjuntamente: um convívio alegre, a vivas cores, com a vontade da partilha a impulsionar a bonita troca que, mais uma vez, se verificou em sucesso. 

Viver não é preciso, Pinguar é que é preciso!







sábado, 2 de março de 2024

Escape Cave - Malas, Caixas, e Ultravioletas

 

Imaginem o seguinte cenário: uma cave familiar, uma mala conspícua tanto pela iluminação deliberada como pela ausência de mais elementos de destaque, e uns quantos lugares ocupados por futuras vítimas de uma caixa de madeira. Assim começava a reunião de 28 de fevereiro de 2024 do Clube dos Pinguins.

O Hugo, para nos falar e mostrar a sua paixão por enigmas, fê-lo de uma forma bastante fiel à forma, enchendo-nos de mistérios por resolver. O que é que estaria na mala? Porquê que ele acabou de fechar a porta com um aloquete? Será que nos vai obrigar a fazer sudokus a noite inteira? Depois de uma breve introdução à origem da sua paixão, que traz consigo desde os tempos de infância em que servia de Mestre dos Enigmas para a sua irmã, e de nos presentear com alguns puzzles, livros, e jogos que lhe vão saciando a fome de se provar a si mesmo como capaz de desmontar qualquer incógnita, o Hugo propôs o desafio que iria responder a todas as perguntas previamente feitas: iríamos fazer um Escape Room na cave do Pinguim.

As regras eram simples. Em primeiro, não se podia partir nada. E era isso, tudo o resto seria deixado ao nosso critério, desde que cuidássemos dos objetos e do espaço, sem desmontar, partir, arrancar, ou desmantelar nenhum objeto, por muito que a frustração fosse crescendo. Numa tentativa de sumarizar os 45 minutos que demoramos a resolver este puzzle meticuloso e bem planeado, segue-se uma breve descrição do processo, em termos mais ou menos compreensíveis para quem não lá esteve.

1)        Foi-nos lido um texto com pistas importantes que foram esquecidas nem 5 segundos após a Olga ter terminado de o ler;

2)        A mala continha mais malas, três no total, cada uma com mais pistas ou objetos necessários para a nossa liberdade;

3)        As paixões de sessões anteriores foram usadas contra nós, tanto é que a solução final envolvia a palavra GIN (e não GHN, ao contrário do que pensávamos inicialmente);

4)        A música/sons de fundo utilizados oscilavam entre gritos de mulheres em pré-assassinato, gatos/crianças a berrar, vozes angélicas, e ruídos industriais;

5)        Apenas UM objeto foi partido em toda esta aventura, o que significa que mesmo só havendo uma regra não fomos capazes de a cumprir;

6)        O objeto partido estava a pedi-las – uma caixa de madeira cuja solução era incrivelmente simples, algo que os nossos cérebros, condicionados à complexidade devido ao restante jogo, falharam em compreender;

7)        Uma lanterna UV e algumas letras espalhadas pela cave, soletrando a palavra que nos deu a liberdade, por muito que alguns elementos tivessem tentado remover o aloquete por via do som e da coloquial fézada;

8)        Terminamos antes do tempo, para surpresa de todos, sobretudo depois do tempo perdido com o objeto envolvido nas alíneas 6) e 7).

E assim terminava o nosso escape room, com algumas pessoas a ficarem convertidas a esse mundo de intrigas, puzzles, e desconfianças sobre todos os cantos e recantos das salas envolvidas. Não haverá melhor recompensa para um apaixonado do que ter conseguido plantar nos outros a sua própria paixão, e diria que o Hugo foi bem sucedido nesse objetivo. Nem que não o tivesse sido, a oportunidade de ter visto tanta gente presa na maléfica e demoníaca caixa de madeira, que ele próprio revelou ter-lhe dado muitas dores de cabeça quando a recebeu, certamente lhe trouxe algum ânimo, por saber que não estava sozinho na sua luta contra os paralelepípedos.

Assim termino, com um obrigado ao Hugo por todo o planeamento, à Olga pela sua participação enquanto fotógrafa e narradora, e aos restantes, sem os quais nada disto se teria proporcionado.