domingo, 27 de março de 2011

O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela.


O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela.

Podemo-nos perguntar “que raio de nome é este?”... Depois levantar a dúvida “estranho nome para um filme!!”. Contudo este nome não pertence a um filme, mas sim a uma obra de arte daquela que se chama SÉTIMA ARTE.

Digo isto sem qualquer rodeios, pois este filme ( de nome estranho ) mostra em todos os seus frames, segundos e minutos o motivo de o cinema ainda ser uma forma de arte com raiz teatrais.

Mas vamos começar pelo inicio...

Algures no inicio de Dezembro ( e peço desculpa pelo record do post mais espaçado da sessão, que foi escrito até hoje) o Rui trouxe-nos esta obra prima do cinema.... E pelos vistos foi um amor à primeira vista, já que ele viu este filme no cinema imensas vezes...

Durante a sessão todos os que deliciavam o seu olhar com esta obra de arte, estavam rendidos a todo o seu explendor, desde o argumento, passando pela narrativa e fixando-se na parte cénica , pois nenhum destes elementos foi descuidado.
Mas para saberem do que estou a falar (escrever) vou falar do filme em questão, pois é para isso que ca estamos, assim sendo o filme O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela é uma comédia negra coproduzida pelo Reino Unido, França e Holanda em 1989, escrita e realizada por Peter Greenaway. The Cook, the Thief, His Wife and Her Lover teve nos principais papéis Richard Bohringer, Michael Gambon, Helen Mirren, Alan Howard e Tim Roth.

A maior parte do filme desenrola-se num restaurante francês de Londres chamado "Le Hollandais", cujo dono, o gângster Albert Spica (Michael Gambon), se banqueteia todas as noites acompanhado da sua mulher Georgina (Helen Mirren) e de outros convidados.

Cansada do seu maçador e sádico marido, a mulher acaba por aí encontrar um amante (Alan Howard) com quem tem relações sexuais nos diferentes e menos confortáveis locais do restaurante com o beneplácito do cozinheiro (Richard Bohringer). Assim que o ladrão descobre que a mulher lhe é infiel nas suas barbas, enraivecido, ordena que os seus homens obriguem o amante a engolir um livro inteiro, página por página, até à morte. Este é o prelúdio para a cruel conclusão do filme sob o signo do canibalismo.

Trata-se de um filme acentuadamente artístico cuja originalidade assenta no seu assombroso visual e encenação meticulosa de ideias grotescas.

Um acto realmente divinal é a fotografia de Sacha Vierny, o estilizado guarda-roupa de Jean Paul Gaultier e a banda sonora sombria de Michael Nyman.

O jogo visual utiliza quase na íntegra cenários interiores das diferentes divisões do restaurante, aos quais atribui diferentes cores dominantes, ao mesmo tempo que os movimentos longos e de sequencia da câmara conferem uma plasticidade de autênticos quadros vivos.

As personagens, embora sejam fortemente tipificadas e não muito realistas, são interpretadas pelos actores de forma magnífica, com destaque para a entrega de Michael Gambon e Helen Mirren.

Apesar do filme ter sido conotado na altura como um manifesto político, acaba por ter um alcance mais geral, satirizando situações mais comuns e universais.

Fortemente polémico pelo grafismo excessivo e pelos temas que abrange, é uma história para adultos de estômago forte, cuja sensibilidade não se detenha perante as formas mais ousadas de violência e humilhação.

Sem a menor duvida, todo o filme respira a obra de arte… Assim sendo e para finalizar só me resta fazer uma venia, fazer uma chapelada e agradecer ao Rui pela partilha desta paixão realmente magnifica.

3 comentários:

Hugo Pereira disse...

Bem, agora já sei porque o post demorou cerca de 3 meses a escrever!! LOOOOL

É que descreve na perfeição as sensações sentidas pelos espectadores da sessão (penso que não falo só por mim).

O filme tem uma teatralidade e ritmo que nos envolve numa história que consegue ser simples e cómica, e que no final nos dá um verdadeiro murro no estômago... ou outra coisa qualquer no estômago.. eheheh

Parabéns ao Rui por nos mostrar esta obra-prima e ao Águia que provou mais uma vez a sapiência do velho provérbio: "Mais vale tarde, que NUNCA!" :D

Aguia disse...

lolol.... muito obrigado :) o proximo sera o do 24 party ppl...e control... nao passa desta semana...

Aguia disse...

lolol.... muito obrigado :) o proximo sera o do 24 party ppl...e control... nao passa desta semana...