segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Festas e Companhia


4 de Novembro de 2010

Na ressaca do feriado, a São fez o favor de nos trazer uma sessão que lhe fez lembrar os tempos vividos com os amigos em Vila Flor.

Meninos e meninas, um jogo de sociedade!!

Talvez por ser uma semana mais curta, os convivas eram apenas sete. Sete, mas dos bons!! Formadas as 3 equipas, fomos ao duelo.

Uma das regras do velhinho "Party & Co." é a de que a vez só passa para a equipa seguinte quando a equipa em jogo não consegue ultrapassar uma das provas.
A equipa inicial, armada em espertinha, deu uma valente seca aos jogadores da noite, pelo que, à segunda ronda já se alteravam regras. Foi mesmo à portuguesa, alterar as regras depois de iniciado o jogo: independentemente da prestação, cada equipa tinha direito a jogar 3 vezes seguidas.

Memorável será o Hugo, na prova de mímica, a tentar figurar a palavra "desenvolver" (mammm, mamm, mamm...), o André, com uma sorte inédita, entre o derreter e o descongelar, e a capacidade extraordinária do Rui para ler nos lábios.

Em abono da verdade, termos subvertido as regras valeu a pena: o jogo tornou-se mais dinâmico, ninguém (o Rui) adormecia enquanto aguardava a sua vez e não impediu a equipa que iniciou o jogo de ganhar. Pois é meus amigos, os bons, mesmo quando as regras mudam, safam-se sempre!! ;))

Resultado final: uma noite bem passada, nas calmas, de volta do tabuleiro, dos copos e da conversa.

São, qual é o jogo que vais trazer da próxima vez?

terça-feira, 9 de novembro de 2010

20 anos pró boneco




"Dizer que sofremos mais uma perda é não dizer nada. Porque “perda” é uma palavra demasiado pequena para este vazio e o João Paulo não era “mais um” em nada. Inconfundível no humor, na provocação, na beleza da escrita, no entusiasmo da criação, na constante insatisfação. E sobretudo na gargalhada.

Esta noite muda a hora. Isto é importante porque amanhã temos hora marcada para nos despedirmos de um amigo. Mas mais importante seria que esta noite terrível que nos vai roubando os amigos passasse de vez, e finalmente chegasse um dia em que não houvesse mais despedidas.

E ouve, João Paulo:
É verdade que conseguiste transformar marionetas em actores, mas quantas vezes já te dissemos que o contrário não é possível? Os actores não conseguem ser marionetas, nem mesmo quando isso lhes dá jeito. Porque se saltarem demais ficam tontos, se cairem partem uns ossos, se não comerem desmaiam... E se os deixares sofrem, sentem-se órfãos e choram bem alto com a dor da tua ausência. Estás a ouvir?"

Por Visões Úteis
 

A ler ainda:

Teatro de marionetas do Porto (biografia);
O Homem que provocava sentidos, por Tiago Bartolomeu Costa;
Há um sorriso a menos, por Rui Spranger;

PS - Passados alguns dias da morte de João Paulo Seara Cardoso, senti-me na obrigação de publicar uma paixão comum a muitos deste pequeno clube.
Porque o clube de que falamos já não se retém dentro das paredes do costume é muito maior. É um clube de apaixonados por um sonhador e criador de sonhos...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Instinto animalesco!

O Nuno, um dos elementos mais recentes do Clube dos Pinguins, decidiu brindar-nos com uma obra cinéfila francesa, datada de 1973, que dá pelo nome de Themroc, avisando-nos de antemão que iríamos assistir a um filme baseado em factos reais com cenas eventualmente chocantes e perturbadoras (inclusive canibalismo), mostrando o lado animalesco dos seres humanos a vir ao de cima.

O filme, realizado por Claude Faraldo, conta com uma interpretação brutal de Michel Piccoli (personagem principal), acompanhado de uma série de actores franceses, sendo um deles identificado pelo Rui Spranger como o Coluche, um conhecido cómico francês. No meio de diálogos intelígiveis, grunhidos e urros, Themroc retrata a revolta de um operário francês perante a sociedade e a sua constante monotonia, desenrolando a partir daí actos extremos que levam outros a unirem-se em protesto, numa espécie de orgia cómica e ao mesmo tempo mórbida. Uma vez que para "spoiler" já basta o Águia (eheh), acho que me vou ficar por aqui...

No final do filme, a tertúlia andou à volta de várias questões sociológicas e políticas, incluindo o facto da revolta de Maio de 68 ter marcado fortemente a sociedade francesa, o que acaba por ser abordado ao longo do filme. A partir daí foram várias as histórias contadas quer pelo Nuno, quer pelo Rui sobre as vivências de cada um em Paris, uma vez que lá moraram e assistiram a algumas manifestações. Comparando com a nossa situação, acabámos por concluir que Portugal é um país de demasiados brandos costumes, perdendo algumas vezes com isso, pois não somos capazes de nos unir e lutar pelos nossos direitos, como vemos outros países a fazê-lo.

Talvez se mais gente visse este filme, ficássemos com mais vontade de nos revoltar na próxima greve geral de 24 de Novembro. Só teríamos de treinar os grunhidos e partir tudo o que apareça à frente. Obrigado pela inspiração, Nuno!! :D