Fé de A Naifa é a actual selecção musical.
Os pinguins andam a falhar, ainda não houve novas sugestões...
Esta semana ouvi uma história "curiosa"...
Pensando em escreve-la, aproveitei a sugestão do Vieira para colocar aqui uma nova música e juntei o útil ao agradavel, fazendo o que faço melhor... confundindo-vos...
Fé
tenho uma estátua fluorescente da virgem
maria que me dá confiança e brilha à noite.
tenho os joelhos magoados. o calvário dos fiéis
devia ser menos árduo.
tenho trezentos e sessenta e cinco santos numa
caixa calendário daquelas em que cada dia
tem um chocolate.
tenho um lencinho branco onde limpo as
lágrimas enquanto assisto a uma vigília via tv
depois da minha última ceia de hoje.
às vezes quando o vapor é muito, tenho o
salvador no espelho. deito-me de consciência
limpa, não me esqueci das velinhas, nem de
deixar a moedinha na caixa, e o meu "livro de
orações" tem um delicioso cheiro a mofo.
dormirei o sono dos justos e talvez não acorde
quando o galo da minha vizinha cantar três
vezes e o meu senhorio o tentar apedrejar.
sinto-me bem e deus queira que consiga não
me masturbar.
ámen.
Esta música pertence ao ultimo disco de A Naifa
podem ouvir excertos em www.anaifa.com
É uma das minhas paixões, uma nova forma de fado (ou talvez não...)
A história que ouvi esta semana foi a de um senhor natural do Afeganistão, país recentemente democratizado pelo ocidente. Ora este senhor foi denunciado pela familia por um crime hediondo e preso pelas autoridades na posse da arma do crime: uma biblia.
É verdade, este senhor foi acusado (e confessou) de se ter tornado cristão...
Tendo trabalhado com uma organização internacional que há varios anos esteve no Afeganistão, mudou-se depois para a Alemanha e fez-se cristão.
Esta semana regressou à sua terra mãe procurando obter a custódia dos filhos que tinha deixado, espera agora um julgamento que o pode levar à pena de morte.
Agora deixo-vos fazer os parelelos que bem entenderem entre esta história, de um país que por mãos amigas deixou o eixo do mal, e a letra da musica que ouvem...
2 comentários:
Aqui está o Tó no seu melhor! Polémico quanto baste. Ainda assim eu compro esta.
O paralelismo entre a letra e a história que contas, parece-me apenas um: o Poder das Igrejas.
Um porque se auto-castra, temente a uma Igreja que já há muito coagiu os seus fiéis, outro porque é castrado por uma Igreja que ainda tem necessidade de coagir os seus membros pela força.
A diferença está apenas no momento histórico. Ninguém queira desta comparação tirar ilações sobre a legitimidade de uma ou outra Igreja. Ambas são instrumentos de Poder que se perpetuam pela necessidade de os individuos procurarem explicações teológicas para a sua existência.
P.S. Este tema está na sequência do "o Rei, o Sábio e o Bobo" que como se nota ainda não foi suficientemente debatido entre nós.
Para não ficar conhecido por dar sempre no cravo (em relação a este assunto) deixei este post na ferradura...
E aqui ficam os desenvolvimentos:
in: correio da manhã
O Supremo Tribunal afegão decidiu ontem suspender o processo do muçulmano convertido ao cristianismo, que arrisca uma pena de morte por isso. Após o apelo do papa Bento XVI ao presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, surge agora a hipótese do arguido ser libertado por alegada “incapacidade mental”.
Segundo o porta-voz do Supremo Tribunal afegão, Wakil Omari, terão sido os familiares de Abdul Rahman, o acusado, a dizerem que “ele não tem todas as capacidades mentais”, que “é louco” e diz “ouvir vozes estranhas na cabeça”. De acordo com o mesmo responsável, o processo será remetido para o procurador-geral do Afeganistão para “uma investigação mais aprofundada”.
Abdul Rahman, 41 anos, foi detido há três semanas em Cabul porque, quando trabalhava no Paquistão, há 16 anos, abandonou o Islão e converteu-se ao cristianismo, um acto que é passível de pena de morte, segundo a ‘charia’ (lei islâmica), que vigora no Afeganistão.
Ontem, depois de na véspera ter dirigido o apelo ao presidente afegão, Bento XVI surpreendeu os fiéis, numa igreja de Roma, ao comentar a última homilia de João Paulo II, que não chegou a proferir. O papa evocou assim a morte do antecessor seis dias antes do primeiro aniversário do falecimento de João Paulo II.
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