E se de repente, ao passar na rua, alguém se dirigisse a nós pensando que éramos outra pessoa?
“Não, o meu nome não é Chilly, confundiu-me com alguém!”.
E foi mais ou menos assim que nasceu Chilly Gonzales…
Numa noite fria na cave que, às Quintas, é dos Pinguins, o Rui Spranger trazia na algibeira um pouco de Chilly para aquecer a noite.
Jason Charles Beck, canadiano a residir em Paris, começou a tocar piano aos três anos e fez-nos gostar um pouco mais de piano, naquela noite.
Chilly Gonzales Live with Radio Symphony Orchestra Vienna, não é só um concerto de um pianista acompanhado por uma orquestra proveniente da Cidade dos Músicos, é um espectáculo de um homem que transparece o quanto gosta do que faz, que brinca com a música como uma criança, e nos faz gostar de tudo o que vemos e ouvimos.
Um verdadeiro “one man show”, que se assume como entertainer, mais do que como artista, porque segundo as suas próprias palavras “um entertainer faz amor com o público e um artista apenas se masturba, pretende agradar a si próprio”.
É interessante ouvir a explicação na voz do próprio.
Com aspecto de louco, Chilly faz amor com o piano, namorisca com a orquestra e conquista o público, sem pretensões, em pantufas e despenteado, como se estivesse entre os melhores amigos.
Vale a pena acompanhar a carreira deste homem apaixonado. É por ser apaixonado pelo que faz, que nos fez a todos, naquela noite, apaixonar pelo trabalho dele. Tão apaixonado que devia ser Pinguim.
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