No passado dia 22 de Setembro, o Hugo Valter levou-nos ao Cinema Passos Manuel para assistirmos a uma curta de Luís Vieira Campos, intitulada "Dia de Visita".
A ação principal da curta desenrola-se no Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo e foca uma regalia alargada a todos os reclusos portugueses (homens e mulheres) pelo novo Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais - a visita íntima. Não, não é o que estão a pensar! Todos os pormenores pornográficos (e até os eróticos) foram propositadamente omitidos!
O filme, a preto e branco e com uma cadência lenta, ao som de uma música a condizer ("Quem sabe", de Manuel Cruz), acompanha a vida de um casal de ex-toxicodependentes, que se encontra uma vez por mês, durante duas horas, num quarto de uma prisão onde ela cumpre pena. Para quê, perguntam vocês? Ora, não vou dizer, se não estragava o filme por completo... mas podem dar uma olhada ao trailer ("letes luque a tetreila"):
No final da película, foram mostrados vários depoimentos reais de reclusas, em que falam abertamente sobre o impacto da visita íntima nas suas vidas. E esta parte final é que foi verdadeiramente interessante!! Todos concordámos que o filme transparecia uma espécie de artificialidade, quer nos movimentos dos atores, quer nos diálogos, portanto a parte dos depoimentos foi uma lufada de ar fresco (e real...).
A mensagem transmitida pelas declarações das reclusas foi mesmo bastante forte e ficámos com a sensação que toda a vida delas na prisão passou a ter como objetivo a espera por aquelas duas horas mensais, em que se podem sentir livres e imaginarem-se no quarto de sua casa.
Bem, como "bom pinguim à casa torna", no final fomos todos beber para o Pinguim e debater a interpretação de cada um sobre o filme e ficámos na amena cavaqueira até às tantas, como já é apanágio das sessões do clube.
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