quarta-feira, 9 de março de 2011

Fantasporto

Foi a vez da Olga revelar mais uma das suas paixões: o Fantasporto! E, ou não estivesse a decorrer este festival, o cenário acabou mesmo por mudar do Pinguim para o Rivoli, embora a tertúlia final se tivesse realizado à mesma no primeiro. O ecrã era um pouco maior, mas não se podia ir apreciando a projecção ao sabor de um cigarro e de um copo de vinho :/

Do Fantasporto já o clube teve um cheirinho, quando o Hugo trouxe na sua sessão de curtas o I'll See You in My Dreams, que neste festival foi premiado com o Méliès para Melhor Curta-metragem em 2004.

O Fantasporto, entre nós desde 1981 e actualmente o maior festival de cinema português, foi inspirado no espanhol Sitges que, a nível mundial, está em primeiro lugar na área do fantástico desde 1968.

Este ano (e esta é uma vantagem de escrever este post com algum atraso) já foram escolhidos os vencedores que, entre outros, foram Two Eyes Staring de Elbert Van Strien com o Prémio Melhor Filme e A Serbian Film de Srdjan Spasojevic com o Prémio Especial do Júri.

[spoilers a partir daqui] O filme que foi visto nesta sessão acabou por ser Der letzte Angestellt de Alexander Adolph e ainda bem que só foi apresentada a tradução do título para inglês The Last Employee que, nesta forma neutra, não revela se se trata de um empregado ou empregada, o que transformaria o título num spoiler. Apesar de não ter ganho nenhum prémio (pelo contrário, no Festival de Leeds foi galardoado com o Méliès de Prata) e ter uns modestos 5,8 no IMDb, tem algumas características muito interessantes.

A nível psicológico, por exemplo, a forma como plantou no subconsciente algumas sementes para depois se fazer valer da colheita teve um efeito notável (sim, a cena em que Frau Blochs bate repetidamente com a cabeça no tablier do carro no início do filme e posteriormente a cena que Dr. Manz começa a brincar com duas canetas, após se tornar no último empregado, com o despedimento de David Böttcher); a claustrofobia também é explorada com mestria, nas inúmeras vezes que as portas teimam em não abrir na pior altura.

Talvez o seu maior defeito seja seja corresponder demasiado ao estereótipo do género a que pertence, quase parecendo que o realizador seguiu ponto a ponto o manual da cadeira Filmes de Terror do seu curso de cinema.

Mas foi realmente um filme «à Fantas», repleto de humor negro e que deixou toda a gente presa à cadeira, excepção feita talvez à Fernanda :)

3 comentários:

Hugo Pereira disse...

Muito bom post, ilustrativo daquela que foi a sessão do Clube dos Pinguins no Fantasporto!!

Só foi pena não termos apanhado um dos filmes vencedores na 5ª feira, mas ainda assim, o filme tinha uns toques "à la Fantas"... notou-se pelos gritos estridentes e gargalhadas nervosas da nossa amiga Fernanda. :))))))))

Até amanhã, amigos!!

Maria Papoila disse...

Nunca mais vou ver duas canetas com os mesmos olhos(medo!!)...
Quanto ao post, de zero a vinte... vinte e um, no mínimo.
Até logo!!

Multimédi@ disse...

A sessão do Fantas deste ano vai ser inesquecível... Pela companhia, pela conversa e por um filme de terror quase transformado em comédia para alguns... Parabéns André pelo magnífico post. Abraço aos pinguins.