Eu já tinha bebido uns copos ao jantar, estava um bocadinho animado, e decidi passar pelo pinguim para ver se convencia o pessoal para uma noitada de “blacktwins” um dia destes. E, já agora, aproveitei para dar uma espreitadela no tema do clube dos pinguins, que desta vez tinha o Rui como anfitrião. As farpas já estavam a terminar, portanto cheguei mesmo a tempo do início da apresentação.
Ia ser projectado um filme. Perguntei logo aos meus botões: Será é que é desta que os gajos me convencem a fazer o post da sessão? Pois claro, disseram eles. De modo que cá estou eu a ver se me dou com o blog. Ora então:
O Rui, como sempre, primou pelo entusiasmo e pela eloquência logo desde o início da apresentação: Um filme dos irmãos Coen, de 1994, chamado “The Hudsucker Proxy”, que ele foi desencantar em França, legendado em inglês. Eu não conhecia o filme, e confesso que não sou o maior apreciador dos Coen (embora lhes reconheça valor), mas desta vez fiquei bem impressionado. Não me obriguem a fazer aqui uma crítica cinematográfica, queria só sublinhar um ou dois pontos que já foram apontados pelo Rui durante a sessão, e que eu subscrevo: Em primeiro lugar, disse o Rui, o (bom) cinema não deve pretender ser uma “imitation of life”, não se quer com trato documental ou hiper-realista, não é geralmente aí que reside a sua maior magia. O cinema é uma escrita da metáfora, uma fuga à literalidade, deve viver-se como quem saboreia uma fábula. É claro que isto é polémico, no final dependerá do gosto de cada um (ou do manifesto em voga), eu próprio poderia argumentar exactamente o contrário com bons exemplos. Mas o certo é que me soube pela vida apreciar o filme dos Coen com essa ideia do Rui bem presente. Em segundo lugar, foi também sublinhada a estilização narrativa, cenográfica, fotográfica, num misto de Fritz Lang e Tim Burton. Resultado: uma sensação irresistível de nostalgia pelas fórmulas cinematográficas dos anos 80 (e meados dos anos 90), com aquele sabor típico a “ingenuidade teatral” que tanta falta faz no drama e na comédia actuais.
Em suma, uma lição de cinema numa inesperada noite de Terça-Feira, na cave do Pinguim, com copos pelo meio, incluindo um que eu entornei sem querer nas pernas de alguém que ainda não me perdoou…
O filme recomenda-se.
Ia ser projectado um filme. Perguntei logo aos meus botões: Será é que é desta que os gajos me convencem a fazer o post da sessão? Pois claro, disseram eles. De modo que cá estou eu a ver se me dou com o blog. Ora então:
O Rui, como sempre, primou pelo entusiasmo e pela eloquência logo desde o início da apresentação: Um filme dos irmãos Coen, de 1994, chamado “The Hudsucker Proxy”, que ele foi desencantar em França, legendado em inglês. Eu não conhecia o filme, e confesso que não sou o maior apreciador dos Coen (embora lhes reconheça valor), mas desta vez fiquei bem impressionado. Não me obriguem a fazer aqui uma crítica cinematográfica, queria só sublinhar um ou dois pontos que já foram apontados pelo Rui durante a sessão, e que eu subscrevo: Em primeiro lugar, disse o Rui, o (bom) cinema não deve pretender ser uma “imitation of life”, não se quer com trato documental ou hiper-realista, não é geralmente aí que reside a sua maior magia. O cinema é uma escrita da metáfora, uma fuga à literalidade, deve viver-se como quem saboreia uma fábula. É claro que isto é polémico, no final dependerá do gosto de cada um (ou do manifesto em voga), eu próprio poderia argumentar exactamente o contrário com bons exemplos. Mas o certo é que me soube pela vida apreciar o filme dos Coen com essa ideia do Rui bem presente. Em segundo lugar, foi também sublinhada a estilização narrativa, cenográfica, fotográfica, num misto de Fritz Lang e Tim Burton. Resultado: uma sensação irresistível de nostalgia pelas fórmulas cinematográficas dos anos 80 (e meados dos anos 90), com aquele sabor típico a “ingenuidade teatral” que tanta falta faz no drama e na comédia actuais.
Em suma, uma lição de cinema numa inesperada noite de Terça-Feira, na cave do Pinguim, com copos pelo meio, incluindo um que eu entornei sem querer nas pernas de alguém que ainda não me perdoou…
O filme recomenda-se.
Filipe Martins
4 comentários:
Não pude ir à sessão. Ainda assim tenho que parabenizar o Rui pela escolha do filme - já tive a oportunidade de o ver e gostei muito - e, claro está, ao postador 'principiante'. Bom post!
Ver um filme dos irmãos Coen é sempre um tónico. Este “The Hudsucker Proxy” foi mais um exemplo da inverosimilhança que o Rui abordou na sua apresentação ao filme e que ele tanto aprecia.
E com as gargalhadas escutadas na cave, compreende-se bem o porquê do Rui apreciar esta caracteristica.
O postador, alheado como sempre, manteve ainda assim os seus sentidos o suficiente despertos para fazer um excelente resumo da sessão.
Eu já conhecia o filme. Adoro estes senhores e o filme é extraordinário.
Não vou fazer comentários mais especializados porque o Filipe resumiu muito bem aquilo que o Rui quis transmitir. Mais uma excelente sessão cinematográfica!
O postador... sim senhor!
Foi uma bela estreia, amigo! Está contratado!
Faço apenas um reparo por causa das horas a que começamos a sessão. É muito tarde! Mais cedo ou mais tarde também eu terei de deixar de ir ao clube se as sessões se atrasarem tanto. Pedia a todos um esforço para chegarem por volta das 22h30. Senão, começa-me a ser impossivel ir.
Tambem não pude ir à sessão. Fiquei preso em Aveiro. Desta vez, dou a volta e dou primeiro os meus parabens ao postador, em grande estreia aqui no Clube dos Pinguins. Quanto à sessão, devo dizer que há muita coisa dos irmãos de que não gosto. O filme que passou na cave ainda não vi mas estou certo que alguem mo emprestará. Não é Rui? lol. Grande abraço
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