Outras músicas ou a adaptação de Lisboa aqui tão perto ao século XXI. Exageros à parte resume muito do que se passa hoje em relação à OTA. Uma intransigência e uma birra ridicula de quem só admite a sua visão e é hermético à razão e bom senso...
Vá comboio, meu comboio
carrega na velocidade
pára só quando chegarmos
à cidade
Olá cidade da Ota
de têgêvê é um conforto
estava à espera há que tempos
do aeroporto
Custou tanto cá chegar
mil e uma peripécias
mas a Mota e a Teixeira
Duarte tece-as
Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto
Mal chegado, vislumbrei
duas escolas com recreio
três hotéis e uma agência
do correio
Mais um shopping da Sonae
tão grande que faz cobiça,
um hospital e um palácio
da justiça
não há outra terra assim
com um aeroporto tão bonito
com uma pista asfaltadaa granito
Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto
Queriam fazê-lo no deserto
num sítio sem casario
lá para os lados do oásisde Rio Frio
Em Setúbal há camelos
não há ninguém que o negue
o habitante do Barreiro é
o tuaregue.
A grande cidade da Ota,
quem é que não a prefere?
Só se for um palmelense,
um berbere
Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto
Quando fui ao Poceirão
vi uma homem embuçado
tal e qual um terrorista
apressado
Diz-me o que fazes aqui
Com as bombas à cintura
“vou rebentar com a ponte
numa viatura”
Já te topo, há quanto tempo
que não via um beduíno
diz-me lá se és ou não és
o Mário Lino
Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto
"Sou o Lino sim senhor
o ministro dos aviões
o que eu quero é estourar
muitos milhões
E depois vou prá Portela
montado num dromedário
p’ra aproveitar o potencial
imobiliário
sou ministro no governo
dos impostos encapotados
e ficam os contribuintes
arrepia-a-a-a-dos
Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto
Já vi muitas grandes obras
feitas sem muito tin
agora tenho o aeroporto
Mário Lino
faço obra para o povo
e tu povo retribóis
tu me inspiras com os brancos
e os tintóis
o melhor é estar calado
e parar com a cavaqueira
que cada vez que improviso
sai asneira"
Ai, eu estive quase morto no deserto
e a Ota aqui tão perto...
in "Blasfémias"
6 comentários:
dass... peço imensa desculpa pelo comprimento do post mas achei mesmo piada à letra...
Tá do caralho! Muito bom!
Pois eu acho que isto é uma vergonha! A gozar com quem trabalha!
Este Jorge C. é um bocado mal criado!
Tem piada tem...sim senhor...a letra é engraçada. É isso e os Jorges que por aí andam! LLOOLL
tá excelente. e já se tornou num exercício de estilo o comentário após o post :-))
É verdade é...bem observado Fil. Como diz o povo, que tem sempre razão - isto no sentido em que o povo somos todos nós - , «há quem faça a festa, atire os foguetes e apanhe as canas» lol
Mas eu continuo a dizer que porreiros porreiros porreiros são os Jorges que aí andam e mai nada. São lindoooooooooooos!!!
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