“No direction home” de Martin Scorsese, foi o ponto de partida para mais esta sessão do Clube dos Pinguins. Este documentário, mais do que um compêndio de factos, faz um maravilhoso retrato – cheio de pequenos testemunhos muito intimistas – de um jovem artista na procura da sua identidade musical, acompanhando a sua transição do folk ao rock e a electrização das suas músicas.
“Like a Rolling Stone”, com fãs a vaiarem e apuparem Dylan no festival de folk de Newport abre o documentário. Scorsese volta a estes concertos continuamente. E fá-lo por uma razão - para mostrar a ambivalência da relação que Dylan tem com os fãs (e no fundo com tudo o que o rodeia). Ora está preocupado em cativar, ora está na dele e a borrifar-se por completo para o que se passa à sua frente (o abuso de alcool e drogas não é alheio a este facto).
Outro caso de ambivalência é a completa mudança de Dylan no seu estilo de escrita. Nos inicios da década de 60, escreve “Blowin in the wind”, um hino aos direitos civis. Dylan conseguia abordar temas sociais e politicos com letras poéticas como ninguem. Com essa capacidade, granjeou o estrelato e a aceitação dos jovens americanos. Os mesmos jovens que anos após, o apuparam e vaiaram, chegando mesmo a chamar-lhe traidor. Isto porque, Dylan estava diferente, o seu som era outro, mais eléctrico e as letras mais introspectivas e oniricas (disto é exemplo Mr Tambourine Man – provavelmente a minha musica preferida de Bob Dylan), claramente influenciadas pela poesia beat e perdendo a sua componente de protesto. Aos apupos e assobios, Dylan respondeu com indiferença e um aumento de som. Nunca se sabia se Dylan ia cativar os fãs ou ignorá-los.
Através de entrevistas a amigos e pessoas que trabalharam de perto com ele bem como entrevistas ao próprio, “No direction home” vai desmontando e mostrando o verdadeiro Dylan e coloca-o no lugar que merece; não só ao lado dos maiores poetas e vivionários americanos mas tambem, como o showman por excelência. Mas “No direction home” mostra mais; mostra um miudo inseguro e alheado (quase autista em determinados momentos), escondido atrás de uma máscara de arrogância e indiferença, para além das doses cavalares de drogas e alcool.
E foi assim, que o filme foi passando e terminou em amena cavaqueira onde, grosso modo, todos concordámos com as opiniões ali expressadas. Espera-se mais controvérsia na próxima terça. Pelo menos foi o que a próxima “apaixonada” prometeu.
A todos quantos não puderam ir ontem ao Clube ou que ainda não tiveram oportunidade de ver o filme, lanço-vos o desafio de o verem e ficarem a conhecer este homem, que é sem dúvida um dos grandes músicos do nosso tempo.
“Like a Rolling Stone”, com fãs a vaiarem e apuparem Dylan no festival de folk de Newport abre o documentário. Scorsese volta a estes concertos continuamente. E fá-lo por uma razão - para mostrar a ambivalência da relação que Dylan tem com os fãs (e no fundo com tudo o que o rodeia). Ora está preocupado em cativar, ora está na dele e a borrifar-se por completo para o que se passa à sua frente (o abuso de alcool e drogas não é alheio a este facto).
Outro caso de ambivalência é a completa mudança de Dylan no seu estilo de escrita. Nos inicios da década de 60, escreve “Blowin in the wind”, um hino aos direitos civis. Dylan conseguia abordar temas sociais e politicos com letras poéticas como ninguem. Com essa capacidade, granjeou o estrelato e a aceitação dos jovens americanos. Os mesmos jovens que anos após, o apuparam e vaiaram, chegando mesmo a chamar-lhe traidor. Isto porque, Dylan estava diferente, o seu som era outro, mais eléctrico e as letras mais introspectivas e oniricas (disto é exemplo Mr Tambourine Man – provavelmente a minha musica preferida de Bob Dylan), claramente influenciadas pela poesia beat e perdendo a sua componente de protesto. Aos apupos e assobios, Dylan respondeu com indiferença e um aumento de som. Nunca se sabia se Dylan ia cativar os fãs ou ignorá-los.
Através de entrevistas a amigos e pessoas que trabalharam de perto com ele bem como entrevistas ao próprio, “No direction home” vai desmontando e mostrando o verdadeiro Dylan e coloca-o no lugar que merece; não só ao lado dos maiores poetas e vivionários americanos mas tambem, como o showman por excelência. Mas “No direction home” mostra mais; mostra um miudo inseguro e alheado (quase autista em determinados momentos), escondido atrás de uma máscara de arrogância e indiferença, para além das doses cavalares de drogas e alcool.
E foi assim, que o filme foi passando e terminou em amena cavaqueira onde, grosso modo, todos concordámos com as opiniões ali expressadas. Espera-se mais controvérsia na próxima terça. Pelo menos foi o que a próxima “apaixonada” prometeu.
A todos quantos não puderam ir ontem ao Clube ou que ainda não tiveram oportunidade de ver o filme, lanço-vos o desafio de o verem e ficarem a conhecer este homem, que é sem dúvida um dos grandes músicos do nosso tempo.
5 comentários:
Pela prontidão dos post's o meu obrigado, pela sessão do victor o meu obrigado... E obrigado ainda a Bob Dylan e a Scorcese por existirem!
Julgo que o Vitor quando escolheu esta paixão para apresentar estava longe de pensar que acolheria tanta atenção entre os presentes. A descrição e as criticas que o Granel aqui faz mostra como todos fomos sensiveis à vida de Bob Dylan e muito em especial ao desprendimento do Scorsese conforme conduziu o documentário.
Apesar de o Vitor não ser muito partidario (embora eu perceba o alcance das suas palavras) Parabéns ao apresentador e ao postador.
Excelente post!
Parabéns ao Vitor por nos mostrar a abordagem que Scorcese faz sobre o génio de Bob Dylan!
obrigado miguel pelo post,é eloquente e escorreito como alguém diria:sem espinhas.
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