É sempre difícil fazer o resumo de uma sessão, pois a mestria com que cada apresentador conta a sua paixão é tal que todo e qualquer resumo nunca lhe pode ser fiel.
A paixão desta semana foi apresentada pelo Tó Rodrigues, e como não poderia deixar de ser foi sobre fotografia, ou melhor, sobre fotojornalismo, que é, também, a profissão deste nosso amigo. Mas para resumir esta sessão o melhor talvez fosse apresentar algumas fotos para que se pudesse perceber melhor do que estamos a falar. Ora, nada disso! Vou assumir a posição de «caneta» num acto deliberadamente provocatório e tentar retratar tudo o que vi e ouvi em texto!
O que é um fotojornalista? Um mero reporter de imagem? Um flash apontado para um qualquer buraco na rua, ou para uma série de individuos no meio da estrada?
É muito mais do que isto, como é óbvio! É acordar de manhã e sair para a rua, registar a tristeza nos olhos dos que sofrem, a alegria nos de quem celebra, a coragem de quem perde, a glória de quem triunfa. É passar uma imagem que diga ao mundo que naquele momento e naquele local algo de importante para alguém aconteceu.
Ser imagem do que é notícia é mostrar o seu calor e a sua luz, o seu gelo e a sua escuridão. E acima de tudo (penso que foi o que o Tó quis mostrar) é ser A Notícia. E ser a notícia é conseguir colocar toda a intensidade dos momentos numa única imagem, como se cada fotografia fosse um desenho tirado do diário de Deus!
A história do fotojornalismo tem-se modificado. A reportagem de guerra já não é igual, o estatuto de cada fotojornalista é bastante diferente, e a colaboração entre o fotojornalista e o jornalista é muito fraca, pelo que nos apercebemos na sessão. Falou-se na grande reviravolta que houve em Portugal desde o aparecimento do jornal Público, na forma de fazer fotojornalismo, na forma como as redações começaram a exigir determinado tipo de trabalhos.
Percebemos também a estrutura de cada publicação, desde as tablóides, às mais generalistas e mesmo dentro destas, o público a que se dirigem.
Numa altura em que se discute tanto a seriedade dos nossos jornalistas foi bom saber que ainda há alguém que o que faz, faz bem, e com um único intuito - Informar!
Como vêem meus amigos, chego ao final deste post sem ter cumprido a minha missão que era a de ser fiel à sessão e por isso peço desculpa a todos, muito especialmente ao Tó. No entanto sei que ele sabe que admiro imenso a profissão dele embora não consiga explicar bem porquê, como se constatou neste pequeno texto.
Acabo com um enorme chavão: Uma imagem vale mais que mil palavras!
P.S. Deixo só aqui um grande abraço de todos os Pinguins ao Hugo Danin e à Cátia pois temos sentido a vossa falta e esperamos que tudo esteja a correr bem. Os vossos lugares estão sempre marcados e aguardamos ansiosamente o vosso regresso. Que seja breve!
Muito me agradou, também, ver uma sessão repleta de pessoas!
6 comentários:
Quem for um consumidor de jornais percebe bem a importância do foto-jornalismo e não estranha a paixão que o Tó lhe dedica. Estar por trás da objectiva e numa perspectiva pessoal conseguir captar "o acontecimento" é um exercício que requer intelegência, experiência, técnica e não menos importante... sensibilidade.
Ora como bem sabemos o To tem quase todas estas qualidades (lá vai ele ficar intrigado, hehe).
É verdade que perdi mais uma excelente sessão, mas como observador atento, vejo com satisfação que a qualidade das mesmas aumentam de sessão para sessão.
Espero que partilhem do meu ponto de vista quando acho que uma boa sessão reflecte-se no resumo aqui publicado.
Hoje tivemos mais um excelente exemplo. O Jorge hoje assumiu um desafio enorme... resistir à tentação da imagem e recorrer à força da escrita. Por mim, ele ganhou a aposta!
Parabéns aos dois, e um abraço a todos os restantes.
Foi sem dúvida, mais uma grande sessão do Clube dos Pinguins, patrocinada desta vez pelo nosso amigo Tó. Pródigo em trazer à mesa temas polémicos, o Tó fez mais que isso na passada terça - reuniu especialistas à volta do assunto. Foi fácil perceber que a tensão é grande no mundo do jornalismo; por um lado os "canetas" que (e isto, a meu ver) se julgam donos e senhores do jornal e por outro, os fotojornalistas, aqui tão bem representados e apresentados.
É de salientar que o objectivo foi amplamente conseguido, absorvemos e partilhámos esta paixão pelo fotjornalismo e ainda ganhámos conhecimentos sobre a matéria.
Desta vez, e por causa do adiantar da hora, não houve "farpas". Caros Pinguins, apesar de desta vez termos desculpa, temos todos de fazer um esforço para que as sessões comecem a horas e que nada fique para trás.
Quanto ao Jorge, não fez mais que a obrigação e com a qualidade do costume. Muito bom resumo de uma muito boa sessão.
Por último, gostava apenas de mostrar aqui o meu agrado por ver uma sala tão cheia de Pinguins ávidos por paixões. Nunca procurámos quantidade mas é muito bom quando ela se alia à qualidade que já existia.
Abraços e Beijinhos
Acho que me cabe deixar aqui um pequeno comentário, primeiro de agradecimento pelas presenças na sessão, depois pelos comentários aqui deixados e sobretudo pela generosidade do Jorge ao escrever o post de uma não-sessão. Em segundo lugar pedir desculpas a todos os pinguins por ter falhado nos meus objectivos e decepcionar as vossas expectativas. A todos, mais uma vez, as minhas desculpas.
Não sei, Tó, em que +e que os teus objectivos falharam. A paixão passou e ainda por cima aliada à transmissão de informação. Saímos de lá mais ricos.
Eu pessoalmente tenho pena de não ter podido ouvir um monólogo teu. Teria sido ainda mais enriquecedor. Mas às vezes a tendência para o diálogo é demasiado tentadora para algumas pessoas, que chegam por vezes a perder a capacidade de escuta, o que é pena!
No entanto, o ruido às vezes também é importante e esclarecedor, e dentro da guerra entre "canetas" e fotojornalistas, talvez tenham todos razão, mas naquela noite de terça-feira, ganhou o Fotojornalista!
Para terminar, resta-me dar também os parabéns ao Jorge pelo post!
Um abraço
Uma correcção: ganhou o fotojornalista e o fotojornalismo!
Tambem eu não compreendo essa tua desilusão. A sessão foi boa e ao contrário do que dizes deu para aprendermos muita coisa novã. Adversidades todos temos e todos teremos. Esta já foi ultrapassada e deixa-nos certamente mais preparados para as próximas.
Enviar um comentário