Um leve tilintar de gelo num copo... de whisky, adivinha-se.
Aguardo pelo iniciar da musica, surge uma voz e a confirmação. Sim é whisky!
e Sim... é Jorge Palma.
Em jeito de "dizeur", Jorge Palma traz-nos uma letra/poema de Tom Jobin. Seguramente todos nós ja escutamos diversas versões desta música, mas esta...
bem, por esta versão, apaixonei-me.
A voz calma, mas forte e segura de Palma parece que de frente para nós conta como uma confissão, um desabafo, uma intimidade.
Pausa para mais um gole e uma passa para aliviar a traça... e surge em escala, os Tête Vocal.
Agora a música é outra, algo celestial vinda lá de cima, como que trazida por anjos a anunciar ao mundo esse amor que é só de um.
Copo pousado, mágoa afagada e já sem gravidade, muda o registo. Palma reentra não só apenas para dizer, mas para celebrar. Eu sei que vou-te amar...
e assim também eu já embalado, começo a dizer de mim para ti... ainda que não me escutes ... eu sei que vou-te amar!
A música já não é do Jobinho, já não é de nenhuma das versões conhecidas, e muito menos é do Palma. A música ja é minha.
é a despedida, Jorge Palma afasta-se. Ficam por breves instantes os anjos a voltar aos céus e o tilintar do gelo no copo a chamar-me à terra.
1 comentário:
Eu sei que vou-te amar, que vou sofrer e chorar...
Depois da despedida, por toda a minha vida...
À espera de viver ao lado teu...
Mesmo na ausência, em cada verso, na desventura da vida...
Eu sei que vou-te amar...
Chegou a primavera...
E esta musica é minha ó Vieira...
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