Primeiro há várias dúvidas de quem, como e porquê fez chegar estes cartoons ao conhecimento do mundo árabe... Depois há a inflamação de parte a parte quanto aos direitos e deveres de cada uma (entendam-se as partes como Europa e Islão).
Resumindo a história para não nos perdermos... Um pequeno jornal dinamarques publicou varios cartoons, sendo alguns alusivos a maomé e ao terrorismo em associação directa. Com a publicitação da história, vários orgãos de comunicação social em todo o mundo divulgam os cartoons. Inicia-se uma crise diplomática, com o fecho de embaixadas e consulados na Dinamarca, justificado pela "ofensa" em causa. Toda a Europa se defende com a bandeira da "liberdade de imprensa". Areacção em varios paises islamicos sobe de tom, aquilo que havia começado com bandeiras dinamarquesas a serem pisadas nos passeios transforma-se em violencia e em corte de relações diplomaticas (para já da parte do Irão).
Agora surgem as várias perguntas:
- Terão os muçulmanos o direito de questionar a nossa liberdade e aquilo que devemos ou não publicar?
- Terá o poder político algo a dizer nesta história que refere à comunicação social?
- Um cartoonista/jornal terá o direito de "ofender" um grupo religioso? Será a liberdade de imprensa carta branca para tudo? Onde estão os limites?
- O primeiro choque para o "ocidente" foi provocado pelas imagens de uma bandeira dinamarquesa sendo pisada num passeio. Qual a diferença entre pisar uma bandeira, simbolo de identidade nacional, e criar um cartoon satirizando maomé, simbolo de identidade religiosa?
- Não estaremos todos nós, nesta confusão, a tomar a parte pelo todo?
- Tomar a parte pelo todo, não é a tecnica usada por ideologias extremistas nazis, neo-nazis, racistas e afins?
Deixo-vos responder, mas por mim, tudo isto é um exagero monumental... Ou talvez um beliscão de susceptibilidades...
Os muçulmanos não têm o direito de pôr em causa os nossos direitos; nós não temos o direito de insultar qualquer outro povo nas suas raizes culturais, sejam religiosas ou outras; os muçulmanos que se manifestam de forma violenta são apenas alguns, os cartoonistas que representam maomé como terrorista/bombista são apenas alguns, os primeiros são fanáticos, os segundos ou o são também ou são "apenas" xenófobos...
3 comentários:
Creio que tens toda a razão, Tó!
É claro que tens toda a razão!
Temos de ver que o Irão está em plena idade média e nós já passamos essa fase há vários séculos, por isso deveríamos ter algum cuidado.
Eles estão sedentos de criar problemas e só estão à espera que alguém acenda o rastilho para poderem explodir à vontade. Todo o cuidado é pouco....
Tal qual uma bola de neve a rolar pela encosta, este "problema" dos cartoons aumenta de cada vez que se fala nele.
Confesso no entanto que nunca me senti tão dividido num tema como neste.
Se por um lado considero o direito à liberdade de expressão um dado adquirido e uma garantia fundamental da democracia, por outro não esqueço a máxima "A tua liberdade termina onde começa a dos outros".
Se os cartoons tivessem sido apenas desenhados com um objectivo de sátira, talvez fosse mais simpatico com esta causa. Mas o facto de a sua publicação ter sido acompanhada por um editorial em que era questionada a Irrepresentabilidade de Maome tornou o tema politico e provocatorio aos olhos dos seguidores desta Fé.
Quem semeia ventos, colhe tempestades. E numa zona globo tão maltratada pelo Ocidente não é de estranhar que logo tenha surgido oportunismo politico a empolar todo a situação.
Por mim, espero que a poeira assente e que no futuro cartoonistas de todo o mundo possam livremente satirizar sem que daí advenham dilações politicas (extremistas, claro está).
P.S. Admito que isto é muito extenso para um comentario, mas empolguei-me... sorry
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