Há momentos em que nos sentimos particularmente felizes por fazer parte do Clube dos Pinguins.
E a última sessão foi um desses casos.
Vários eram os ingredientes. A começar pelo facto de ser uma estreia. Era a primeira vez que a Pilar iria apresentar uma sessão. Confesso que estive quase para não ir, pois tinha outros afazeres. Mas uma estreia é sempre uma estreia e há sempre um esforço para não faltar. Até porque começamos a imaginar sobre o que será. Tentamos adivinhar a paixão e o automobilismo não me saía da cabeça. Enganei-me, enganei-me redondamente.
A preparação do ecrã, do projector e do computador não me desviou a atenção da minha ideia pré-concebida. Só a pus em causa quando ela disse que ia gostar de andar à frente das mesas. Aí pensei: vai ser uma espécie de aula. E foi.
Para minha surpresa, íamos assistir a uma sessão sobre azeite. Nostalgicamente recordei a sessão do Pedro e da Fi há uns anos atrás sobre a mesma temática em que provámos azeite com louro, com alho, com coentros, etc. acompanhados por entradas italianas que tão generosamente confeccionaram.
Aqui tínhamos um power-point bem preparado. Pensei que estava a assistir ao complemento da sessão do Pedro e da Fi que foi muito pouco teórica, mais associada a esse fantástico pecado/prazer da gula.
Fiquei contente. Ia aprender sobre azeite.
Apesar de não ter conseguido reter toda a informação, aprendi bastante. Como costumo dizer, o conhecimento é potenciador de prazer e agora já não caio em qualquer promoção ou publicidade a mau azeite no supermercado. Estou armado com as definições de Azeite Extra Virgem, Azeite Virgem, Azeite refinado e Azeite lampante. Extracção a frio ou a quente, grau de acidez, características das garrafas, etc.
Devem agora, os caros leitores que não estiveram presentes, estar a pensar que a sessão deve ter sido muito interessante e que foi uma pena não terem ido. É verdade.
Mas ainda não acabou.
Havia ainda uma surpresa guardada. Um excelente pão, dois pratinhos vazios e duas garrafas. Uma de azeite e outra com azeite. Sim, porque a segunda era uma garrafa de 33cl da superbock que tinha sido improvisada para colocar uma amostra de azeite produzido em Dezembro de 2011 e que ainda não está engarrafado.
Apesar de gostar de azeite, confesso que foi com algum cepticismo que vi ser despejado em cada um dos pratos, um pouco de azeite de cada uma das garrafas. Percebi que íamos fazer aquilo que dizem que os alentejanos fazem que é molhar o pão no azeite e comer. Coisa que eu nunca tinha feito antes porque sempre achei que não iria gostar. Achando eu que o azeite sabia todo mais ou menos ao mesmo, a não ser que se lhe juntassem umas ervas, ou algo assim, como o Pedro e a Fi fazem. Que bom que é descobrir que estávamos errados!
Foi das melhores sensações gustativas que tive em toda a minha vida. O azeite não sabe todo ao mesmo e este é absolutamente extraordinário. Sabe a feno fresco, como o Paulo tão bem observou, é ligeiramente picante, é suave. Fiquei maravilhado, viciado.
Quem esteve sabe que não consegui controlar o meu entusiasmo, o meu emaravilhamento. Quis logo comprar o azeite, todos queriam comprar o azeite. Um leilão. Ideia abandonada pela Pilar. Que fazer? “Eu fui o primeiro a dizer que o queria”. Iria utilizar todos os argumentos possíveis, mas a Pilar acabou com o meu sofrimento e generosamente, por ser eu que iria escrever o post, DEU-ME o resto das garrafas de MAGNA OLEA. Azeite Extra Virgem, extraído a frio, com 0,1 graus de acidez máxima e com várias medalhas de ouro em concursos nacionais e internacionais de azeite.
Nunca fiquei tão contente por me ter tão prontamente voluntariado para escrever um post. Nunca tive nem contava ter qualquer espécie de recompensa, mas a Pilar fez-me duplamente feliz naquela sessão do Clube dos Pinguins da semana passada.
Ontem aceitei a sugestão do Hugo e da Olga e cozi a vapor pescada com batata e legumes. Reguei depois com a colheita de 2011 e não resisti a acabar a refeição a limpar o prato com pão.
Este azeite não se pode desperdiçar!
PS – O post só ficará concluído quando eu fizer a prova seguindo as regras oficiais dos provadores e anotando as minhas classificações pessoais, conforme me comprometi com a Pilar. Mas como hoje há Clube e para não haver atrasos nos posts, completo-o depois. Além disso, hoje haverá garrafas de Magna Olea à venda na cave do Pinguim. O Hugo, que é o apresentador da sessão de hoje, encomendou umas garrafas. Eu não vou faltar. E tu, vais?
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