quinta-feira, 31 de março de 2011

Estás-te a divertir?...............

No dia 17 de Março fomos convocados pela Luísa para ir até ao Maus Hábitos ver a peça Anti-globals Me-Més dos Palmilha Dentada.

Eu nunca os tinha visto, mas já tinha ouvido falar muito bem, por isso as expectativas eram altas, mas eles corresponderam completamente.

Os espectáculos dos Palmilha têm uma grande dose de humor, muito improviso e algum nonsense à mistura.

Como estamos num bar, o ambiente é mais descontraído que numa sala de um teatro convencional e a interacção com o público é enorme, pois eles representam sem a quarta parede.

Eles pretendem a participação activa do público e os pinguins ficaram logo na primeira fila, mas às vezes o feitiço vira-se contra o feiticeiro, pois a descontracção da Fernanda com os seus "bitaites" até os desorientou um pouco.

Esta peça pretendia chamar a atenção para os efeitos da globalização e a perda da nossa identidade cultural e está dividida em três sketches:

O primeiro, com dois tipos a falar "palmilhês" (mistura entre uma língua de Leste e Italiano), que acaba em grande discussão pois não se entendem na forma de preparar um ataque (terrorista?) e recorrem a telefonemas constantes à mesma pessoa para desempatar.

O segundo, com o Sr. Sousa e o Ziguinho (uma criança vestida de coelho) que quer fugir de casa porque é contra a globalização e não quer comer couves de Bruxelas e salada Russa pois têm muitos codóis (CO2), e quer antes batatas portuguesas.

No último sketch o público acaba todo a dançar e cantar reggae, com a Fernanda mais uma vez a fazer das suas, mas agora já no palco....

Vamos lá pessoal:

♪ ♫

Estás-te a divertir?

Mais ou menos

Podia estar melhor?

Pois podia

Falta qualquer coisa na minha vida

Falta uma praça onde eu queira ir

Qual é a tua praça?

Qual é a minha?

Qual é a nossa praça?

Qual é a vossa?

Falta qualquer coisa na nossa vida

Falta uma praça onde nós queiramos ir

♪ ♫

quarta-feira, 30 de março de 2011

domingo, 27 de março de 2011

O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela.


O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela.

Podemo-nos perguntar “que raio de nome é este?”... Depois levantar a dúvida “estranho nome para um filme!!”. Contudo este nome não pertence a um filme, mas sim a uma obra de arte daquela que se chama SÉTIMA ARTE.

Digo isto sem qualquer rodeios, pois este filme ( de nome estranho ) mostra em todos os seus frames, segundos e minutos o motivo de o cinema ainda ser uma forma de arte com raiz teatrais.

Mas vamos começar pelo inicio...

Algures no inicio de Dezembro ( e peço desculpa pelo record do post mais espaçado da sessão, que foi escrito até hoje) o Rui trouxe-nos esta obra prima do cinema.... E pelos vistos foi um amor à primeira vista, já que ele viu este filme no cinema imensas vezes...

Durante a sessão todos os que deliciavam o seu olhar com esta obra de arte, estavam rendidos a todo o seu explendor, desde o argumento, passando pela narrativa e fixando-se na parte cénica , pois nenhum destes elementos foi descuidado.
Mas para saberem do que estou a falar (escrever) vou falar do filme em questão, pois é para isso que ca estamos, assim sendo o filme O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela é uma comédia negra coproduzida pelo Reino Unido, França e Holanda em 1989, escrita e realizada por Peter Greenaway. The Cook, the Thief, His Wife and Her Lover teve nos principais papéis Richard Bohringer, Michael Gambon, Helen Mirren, Alan Howard e Tim Roth.

A maior parte do filme desenrola-se num restaurante francês de Londres chamado "Le Hollandais", cujo dono, o gângster Albert Spica (Michael Gambon), se banqueteia todas as noites acompanhado da sua mulher Georgina (Helen Mirren) e de outros convidados.

Cansada do seu maçador e sádico marido, a mulher acaba por aí encontrar um amante (Alan Howard) com quem tem relações sexuais nos diferentes e menos confortáveis locais do restaurante com o beneplácito do cozinheiro (Richard Bohringer). Assim que o ladrão descobre que a mulher lhe é infiel nas suas barbas, enraivecido, ordena que os seus homens obriguem o amante a engolir um livro inteiro, página por página, até à morte. Este é o prelúdio para a cruel conclusão do filme sob o signo do canibalismo.

Trata-se de um filme acentuadamente artístico cuja originalidade assenta no seu assombroso visual e encenação meticulosa de ideias grotescas.

Um acto realmente divinal é a fotografia de Sacha Vierny, o estilizado guarda-roupa de Jean Paul Gaultier e a banda sonora sombria de Michael Nyman.

O jogo visual utiliza quase na íntegra cenários interiores das diferentes divisões do restaurante, aos quais atribui diferentes cores dominantes, ao mesmo tempo que os movimentos longos e de sequencia da câmara conferem uma plasticidade de autênticos quadros vivos.

As personagens, embora sejam fortemente tipificadas e não muito realistas, são interpretadas pelos actores de forma magnífica, com destaque para a entrega de Michael Gambon e Helen Mirren.

Apesar do filme ter sido conotado na altura como um manifesto político, acaba por ter um alcance mais geral, satirizando situações mais comuns e universais.

Fortemente polémico pelo grafismo excessivo e pelos temas que abrange, é uma história para adultos de estômago forte, cuja sensibilidade não se detenha perante as formas mais ousadas de violência e humilhação.

Sem a menor duvida, todo o filme respira a obra de arte… Assim sendo e para finalizar só me resta fazer uma venia, fazer uma chapelada e agradecer ao Rui pela partilha desta paixão realmente magnifica.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A mais verdadeira paixão

Quinta-feira, 10 de Março do ano de 2011.
O Rui já tinha avisado: " esta Quinta é a minha filha quem apresenta a paixão".
Foi então que a princesinha da família Spranger entrou em cena. Com o brilho próprio da idade, cabelos longos, como cabe a qualquer princesa que se preze e um pai para lá de orgulhoso a seu lado, a orientadora da noite apresentou-nos um jogo, do tipo RPG - Lobisomem.
Começou tarde, tendo em consideração a idade (11!!) da apresentadora de serviço, mas valeu a pena. O jogo consiste em distribuir personagens (supostos habitantes de uma cidade, humanos e menos humanos) pelos convivas, atribuindo a cada um, uma carta que simboliza a respectiva personagem, que deve ser mantida secreta. Cada carta confere características e poderes diferentes e todos os intervenientes são orientados por uma espécie de manipulador de marionetas. Assim, foi ver cerca de 15 adultos manipulados pela jovem Luana, de modo a que os lobisomens decidissem a quem ceifar a vida, a que a bruxa escolhesse salvar ou matar alguém, a que todos se candidatassem e/ou votassem nos candidatos a presidente da cidade, etc,etc,etc...
Três rondas do jogo concluídas, em que os vencedores foram sempre os lobisomens (os humanos foram todos à vida), a princesa da noite pediu "mais uma vez" ao pai relutante perante o adiantado da hora, e os adultos fizeram birra, pelo que ninguém resistiu a mais um joguinho, que finalmente acabou com a raça dos lobisomens, para que todos pudessemos ir dormir descansados.
Resultado: mais uma noite fantástica de volta de um jogo, na cave dos pinguins.
Agora, o segredo: aqui entre nós, esta noite, quem apresentou a paixão, a sua verdadeira paixão, foi o Rui - chama-se Luana. Um beijo especial para ela!!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Fantasporto

Foi a vez da Olga revelar mais uma das suas paixões: o Fantasporto! E, ou não estivesse a decorrer este festival, o cenário acabou mesmo por mudar do Pinguim para o Rivoli, embora a tertúlia final se tivesse realizado à mesma no primeiro. O ecrã era um pouco maior, mas não se podia ir apreciando a projecção ao sabor de um cigarro e de um copo de vinho :/

Do Fantasporto já o clube teve um cheirinho, quando o Hugo trouxe na sua sessão de curtas o I'll See You in My Dreams, que neste festival foi premiado com o Méliès para Melhor Curta-metragem em 2004.

O Fantasporto, entre nós desde 1981 e actualmente o maior festival de cinema português, foi inspirado no espanhol Sitges que, a nível mundial, está em primeiro lugar na área do fantástico desde 1968.

Este ano (e esta é uma vantagem de escrever este post com algum atraso) já foram escolhidos os vencedores que, entre outros, foram Two Eyes Staring de Elbert Van Strien com o Prémio Melhor Filme e A Serbian Film de Srdjan Spasojevic com o Prémio Especial do Júri.

[spoilers a partir daqui] O filme que foi visto nesta sessão acabou por ser Der letzte Angestellt de Alexander Adolph e ainda bem que só foi apresentada a tradução do título para inglês The Last Employee que, nesta forma neutra, não revela se se trata de um empregado ou empregada, o que transformaria o título num spoiler. Apesar de não ter ganho nenhum prémio (pelo contrário, no Festival de Leeds foi galardoado com o Méliès de Prata) e ter uns modestos 5,8 no IMDb, tem algumas características muito interessantes.

A nível psicológico, por exemplo, a forma como plantou no subconsciente algumas sementes para depois se fazer valer da colheita teve um efeito notável (sim, a cena em que Frau Blochs bate repetidamente com a cabeça no tablier do carro no início do filme e posteriormente a cena que Dr. Manz começa a brincar com duas canetas, após se tornar no último empregado, com o despedimento de David Böttcher); a claustrofobia também é explorada com mestria, nas inúmeras vezes que as portas teimam em não abrir na pior altura.

Talvez o seu maior defeito seja seja corresponder demasiado ao estereótipo do género a que pertence, quase parecendo que o realizador seguiu ponto a ponto o manual da cadeira Filmes de Terror do seu curso de cinema.

Mas foi realmente um filme «à Fantas», repleto de humor negro e que deixou toda a gente presa à cadeira, excepção feita talvez à Fernanda :)