sábado, 31 de março de 2007

Todos ao pinguim, a horas

A próxima sessão do clube será na terça-feira, hélas, mas não será passada integralmente no sítio do costume. Seguindo a sugestão do Spranger, vamos dar uma volta pela antiga Judiaria do Porto, ali ao pé.

Fiquei incumbido de avisar todos os pinguins para chegar o mais cedo possível, o mais próximo possível das dez da noite - 22h - , e de ameaçar-vos do pior que me lembrasse caso não cumprissem este desejo. Contudo, prefiro ser dissuasor do que se ditador, e não ameaçando com nada deixo-vos aqui apenas três exemplos do acontece a pinguins que se atrasam:
EXEMPLO UM, EXEMPLO DOIS e EXEMPLO 3.

Vejam lá!

o politicamente correcto

Já tínhamos chegado à conclusão de que a democracia não era o sistema perfeito (o programa “Grandes Portugueses” confirmou-o mais uma vez). Mas agora, pelo menos para os mais distraídos, ela brinda-nos com mais um obstáculo – o politicamente correcto. E ele está por todo o lado; na política, mas tambem nas amizades (incluindo as coloridas), no casamento, no bar de todos os dias, num sem fim de situações. Tudo na defesa da imagem e do parecer.

Que raio!!! Já ninguém é capaz de exprimir uma opinião sem rodeios e sem a preocupação besta de ter de agradar ao outro? Fica o aviso: as meias verdades aleijam muito, e as más interpretações são um óptimo rastilho. Habituámo-nos aos rodeios, às falinhas mansas e ao deixa andar. Fazemos meias amizades e arranjamos companhia que nos enche a cinquenta por cento. Procuramos os outros cinquenta num balcão de bar, num canto distraído de uma discoteca, no quiosque de todos os dias ou mesmo num portageiro da auto-estrada. E tudo isto para quê? Por um Outlook com 100 mails diários, por um telemóvel a abarrotar de números ou por um shot com a malta toda?

Vale a pena?...

sexta-feira, 30 de março de 2007

O País Mais Seguro do Mundo

Há uma velha história (verdadeira ou mito urbano) que um grupo terrorista internacional andou a estudar a hipótese de fazer um atentado no Aeroporto Sá Carneiro e, como não conseguiram perceber o esquema de segurança, desistiram. Pensaram que deveria ser extremamente avançado e que seria melhor não correr o risco.
No aeroporto de Lisboa já se deve ter passado o mesmo, mas certamente por razões contrárias. Seria tão fácil fazer lá um atentado que não merece a pena. Um bom ladrão não vai roubar um chupa a uma criança. Há limites para tudo e a reputação entre pares tem que ser mantida.

É verdade que eu estive em França em períodos de atentados e naturalmente, como todo e qualquer cidadão ali residente desenvolvi uma espécie de vigilância inconsciente em relação a sacos ou malas abandonados. Claro que aqui não se passa o mesmo e, ontem no aeroporto de Lisboa lá estava um saco preto (com ar suspeito) abandonado, bem visível (melhor, mais do que visível) por baixo do pequeno corrimão da rampa que dá acesso à saída de passageiros, com Multibanco ao lado (bastante frequentado por sinal), posto de informação turística e posto de Internet. Pensei que pudesse ser de algum dos utilizadores do Multibanco ou de algum dos outros serviços, mas nada. Iam-se embora e o saco lá ficava bem visível (embora ninguém desse por ele). Olhei à volta e certifiquei-me (com o meu olhar perspicaz) que não era de ninguém. Voltei a olhar à volta à procura de… um polícia. Não havia (que chatice, e agora?). Andei um pouco na direcção contrária à ameaça… não havia. Que fazer?... Dirigi-me então à saída de passageiros e avisei o segurança que partiu imediatamente para o interior para tomar medidas. Eu desci a rampa (pelo lado contrário à ameaça) e fui para a frente desta à espera da minha filha. Nisto vejo um polícia de trânsito a vir na minha direcção a falar ao telemóvel. Sei que fui mal educado por o interromper na sua chamada, mas felizmente ele pareceu não se importar muito com isso e eu informei-o do que se passava. Ele agradeceu-me desligou imediatamente o telemóvel e pegou no intercomunicador e lá se dirigiu para o local indicado.
Confesso que fiquei impressionado com a coragem dele pois foi para junto da suposta bomba e ficou lá à espera durante mais de 15 minutos por reforços especializados. Felizmente ainda há solidariedade entre colegas e outros dois polícias juntaram-se a ele para lhe fazer companhia enquanto o pelotão especial não chegava.
Entretanto a minha filha já tinha chegado e estou eu a falar com a hospedeira e a preparar-me para entrar com ela e a Luana para ir buscar a mala quando vejo um policia do Corpo de Intervenção a colocar finalmente a barreira de segurança. Quando sai já estava uma barreira de segurança de largos metros a toda a volta da área, com algumas portas do aeroporto fechadas e com polícia à porta. Aquela era a partir daquele momento uma zona de risco, visto já terem passado largamente os 15 minutos regulamentares.
Naturalmente e, apesar da vontade de ficar ali a ver, vim-me embora com a minha filha, até porque aquela era uma zona de risco de atentado.
A caminho da gare do Oriente fui a pensar naquilo tudo. Quantas vidas poderia ter salvo, as entrevistas exclusivas que ia dar a TVI, enfim, já me sentia um herói quando a minha filha me interrompeu com qualquer coisa (já não me lembro com o quê, pois estava demasiado compenetrado a sentir-me herói) e eu comecei a pensar nos mais de 15 minutos. Então finalmente fez-se luz. São os 15 minutos dos telefonemas! (Para o SIS, para a CIA, a Interpol, a Mossad, etc.) Claro que quando lá chegaram sabiam perfeitamente que não havia bomba e claro que os 3 polícias que lá estavam a guardar o saco também já o sabiam, mas havia que formalizar o processo e criar o perímetro de segurança, até porque o saco era preto e nunca se sabe se não estaria lá algum morcego morto para lançar um “encosto” (maldição) a alguém.
Fiquei feliz por saber que neste país estamos seguros até da bruxaria!

quinta-feira, 29 de março de 2007

"Neon Bible"


A banda revelação de 2005 está de regresso com “Neon Bible”, o aguardado sucessor de “Funeral”. A responsabilidade é enorme mas só defrauda mesmo, quem estava à espera de mais um milagre dos meninos-prodígio. "Neon Bible" é apresentado por “No cars go” – música que integrava o EP homónimo que os Arcade editaram a expensas próprias em 2002. Deixo-vos com o registo ao vivo no Rock en Seine. É um regresso às origens mas fundamentalmente, um aviso:

«Nós, os Arcade Fire, somos aquilo que somos mas também o que já fomos».

Não deixem de ouvir…

Farpas versão 2.0

Diz Miguel Noras, secretário-geral da associação de municípios com centro histórico, sobre o fim da Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais: “Só um país multimilionário poderia dar-se ao luxo de prescindir de uma instituição com a experiência, inteligência e obra feita da DGEMN”
Não conheço o processo… Mas, com o fim desta entidade, será que vai nascer mais um instituto público para criar mais uns quantos tachinhos e multiplicar a despesa de uma actividade imprescindível a qualquer país civilizado?

O presidente da Fundação de Serralves, Gomes Pinho, confirmou que a Câmara Municipal do Porto vai contribuir para o reforço do fundo de compras de obras de arte do Museu de Arte contemporânea.
Humm… Ainda bem… Mas isto de dar dinheiro às elites não era contra os princípios do xôr presidente?

A Procuradoria Geral da República defendeu que os conselhos executivos devem participar as agressões a professores e funcionários dentro das escolas. Isto no seguimento da vontade de fazer destas agressões crime público com prioridade durante a investigação, pretende-se que os pais sejam multados pelas agressões dos filhos. Outra medida em cima da mesa é a de baixar a inimputabilidade dos alunos para 14 anos. Diz Carlos Chagas da FENEI: “No caso de alunos com uma atitude delinquente, os pais ou encarregados de educação deviam ser penalizados, como co-autores, mediante o pagamento de uma multa” diz ainda “Os pais têm de ser agentes activos, senão as crianças enfrentam um paradoxo: a sociedade ensina-lhes regras de comportamento, depois os pais esquecem-se delas, fazendo o inverso ou simplesmente ignorando-as”.
Parece-me bem… Mas tenho uma dúvida permanente quando as resoluções acentam no jogo da batata quente…

“Não posso dizer que seja um prazer”, foi assim que Maria de Lourdes Rodrigues, ministra da educação, apertou a mão do presidente da câmara de Famalicão durante uma visita oficial.
Parece que a frontalidade destes dois personagens da política chispou…

Porto e Lisboa vão integrar uma rede de 164 cidades onde, no dia 5 de Maio, vão acontecer marchas pela legalização da marijuana. Diz a notícia do Destak de hoje “os manifestantes, que vão ocultar a identidade, com uma máscara, por razões profissionais ou familiares, vão distribuir um manifesto sobre a questão”.
Bom… Já fui um acérrimo defensor da liberalização, hoje em dia apenas mais ou menos… Mas… Como é que se pode pedir a legalização das drogas leves escondendo a cara “por razões profissionais e familiares”?

A comissão para a igualdade entre Homens e Mulheres apresentou, à entidade Reguldora para a Comunicação Social, um protesto contra a exibição do programa “A bela e o mestre”, da TVI, que considera “atentório da dignidade das mulheres e uma violação do direito da igualdade”.
Err… Eu acho que se o programa atenta contra algo é a dignidade dos Homens…

Em todo o mundo há 150 milhões de crianças vítimas do trabalho infantil no sector agrícola, representam 70% do total de crianças exploradas. Em Portugal, um estudo de 2001 de Paula Monteiro, diz que há mais de 23 000 crianças com actividade económica no sector da agricultura e cerca de 5000 estão em situação de trabalho infantil.
30 anos depois algumas coisas continuam mal, o problema é estrutural e cultural, talvez fosse bom pensar nisto…

Maria José Nogueira Pinto demitiu-se do CDS e da Câmara de Lisboa (a propósito o Manuel António Pina tem uma crónica interessante sobre o assunto).
Parece que o assalto ao poder de Paulo Portas já fez uma vítima. Já diz a voz do povo “à mulher de César não basta ser séria tem de parecer”, e a mim parece-me que é e parece-me que parece. Parece-me também que ainda se defendem alguns valores na política nacional…

Para terminar a minha ronda noticiosa, hoje o PNR voltou à carga, promovendo uma manif em Lisboa onde afixou um cartaz que dizia: “Basta de imigração. Nacionalismo é a solução.”
E pronto… Não me quero alongar demais neste discurso já tão comum em mim… Mas aquilo que muita gente pensa sobre a vitória do “Botas”, mas de que pouco se fala, é do radicalizar de algumas posições com chavões destes… Quando o mundo esqueceu o Holocausto Arménio permitiu o Judeu, será que já esquecemos o Nacional Socialismo? É que o Fascismo, a censura e o Tarrafal parece que já não fazem parte da nossa memória colectiva…

Façam boa viagem!



Anda esta gente toda preocupadinha com o facto de Salazar ter ganho um concursozeco, e estes senhores a fazerem campanhas contra a imigração, de uma forma extremamente xenófoba.

O Partido Nacional Renovador lançou esta semana uma campanha contra a imigração onde se pode ler nos outdoors algo como: «Façam Boa Viagem!» e um aviaozito ao lado. É claro que podemos desvalorizar a iniciativa, já que a mensagem é tão idiota que dificilmente alguém a vai seguir.
Sim, já sei, ah e tal a extrema direita e essa gente do mal, o povo segue essas coisas porque está em crise. Right! O Anacleto também foi para Espanha com os seus amiguinhos do Berloco cheios de tacos de baseball e mais não sei o quê e isso passou e ninguém falou na péssima influência que é um partido quando quer reivindicar alguma coisa usando-se da estupidez e da violência aproveitando-se de períodos de crise internacional. Não é por aí!

Estes anormais têm de ser afastados, sejam os de extrema direita ou de esquerda. Quando para uma eleição para a Associação de Estudantes na Faculdade de Letras (UL) as duas únicas listas são de militantes do PNR e da JCP acho que está tudo dito.
As extremas estão a crescer, mas é claro que a direita é mais evidente (para alguns, porque depois há outros que compreendem o fenómeno político na generalidade, são é poucos), o que não quer dizer que esteja a ganhar adeptos. Digamos que estava meia adormecida, à espera do momento certo e agora ataca mostrando-se forte e dando a ilusão de que está a crescer.

Existe um perigo de crescimento da extrema direita? Não o posso negar, é claro que esse crescimento constitui um perigo e pode ser um atentado à democracia, mas também o é da parte da extrema esquerda tão protegida em Portugal e que se tem vindo a manifestar ao longo dos tempos. A ameaça das extremas é isso mesmo, uma ameaça, que se pode tornar numa acção mais concreta e resultar em grandes movimentos. Mas ela não é mais forte na esquerda ou na direita, ela é igual nas duas.

É por este motivo que faço uma campanha agressiva contra as acções políticas das extremas e por um maior controlo das suas violações constitucionais. Neste caso sou eu que lhes digo:
«Façam Boa Viagem!»

quarta-feira, 28 de março de 2007

o senhor que se segue???

Com toda esta confusão em torno do, até prova em contrário, Eng. Sócrates será que António Costa já telefonou ao Pedrito a pedir conselhos sobre primeiros não eleitos???

Telefoto


Há quinze anos, as "máquinas de telefotos" dos jornais eram coisas monumentais. Ocupavam, seguramente, o espaço de duas mesas do clube. Era ali, via telefone, que chegavam as fotos de todo o mundo - uma sensação fantástica para quem queria decifrar o mundo. Esta foto sem qualidade, do início da sessão de ontem, quando ainda havia mais velas que pinguins, chegou via telefone, móvel, pequenino. Uma telefoto, portanto, mas que não pretende decifrar nada.
Bom dia.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Escola pública, negócios privados

As escolas secundárias portuguesas vão desenvolver internamente "áreas de negócio" para ajudar a financiar o programa de modernização dos estabelecimentos de ensino."Desde o aluguer de espaços para casamentos e baptizados, de ringues para torneios de solteiros e casados, ou de espaços para entidades de formação, tudo pode ser feito".

in "Diário digital"
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

de http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/2007/03/rentabilizar-educap.html

PS - Alguém me explica isto, por favor...

A Devida Comédia

Por Miguel Carvalho, in Visão

"A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.

A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.

A criancinha quer camisola adidas e ténis Nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.

A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.

A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua. Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.

Desperta. É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares. A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.

A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.

A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».

Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».

A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».

Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos."

PS - Ando a perguntar-me, há já algum tempo, para quando a nossa "revolução dos suburbios", e se será nos suburbios...

sábado, 24 de março de 2007

Farpas

Hoje brindo-vos com um conjunto de parvoíces…
Desculpem lá, mas é o resultado de 2 horas e meia de comboio com um jornal…

A selecção da Bélgica já está em Portugal, chegaram, como bons futebolistas, ao pontapé, parece que foi a melhor forma que encontraram para evitar que os jornalistas lusos lhes apontassem falta de Fair Play…

50 cent veio cantar ao Restelo. Incluído num festival de hip-hop, organizado por uma produtora de seu nome Casablanca (que por acaso possui um nº de contacto internacional) e publicitado com páginas de jornais de qualidade (desculpem) merdosa… O concerto foi fantástico, mas apenas para um milhar de espectadores… Porque será?

Diz Sérgio Sousa: “Os isqueiros agora são proibidos, pelo menos os que usamos actualmente. A União Europeia na sua sapiência estudou, analisou e decretou que os isqueiros são perigosos para as criancinhas. A partir de agora têm que ter um dispositivo de segurança para as criancinhas. Andei a investigar e existem outras coisas que deviam ter palhetas de segurança: facas, garfos, lápis, eurocratas e pais distraídos.”

Aparentemente, alguém descobriu que o xôr engenheiro afinal não é engenheiro… Ou apenas mais ou menos… Instalou-se a confusão, segundo Ricardo Dias Felner, jornalista do Público que consultou a papelada académica de Sócrates (com autorização do próprio), há discrepâncias de notas, documentos não assinados ou não timbrados.

Diz o Manuel António Pina: “(…)é natural que, em democracia, o passado de um político com as suas responsabilidades seja escrutinado pelos media, designadamente visando apurar, como escreve o Público, “se agiu sempre de forma limpa, leal e legal (…)”

Diz o José Leite Pereira: “Ao que parece, Salazar vai ganhar o tal concurso de o melhor português. Vale o que vale. Vale bem mais o belíssimo comentário dos Gato Fedorento: “não se faz; um homem que andou a vida toda a evitar eleições democráticas tem a sua primeira vitória depois de morto.” Se é verdade que ele vai ganhar, se é verdade que um qualquer sindicato de voto o elegerá, fique então essa consolação de o ditador, depois de morto, ter sido sujeito à opinião livre dos cidadãos, e voltando ao tema inicial: o prof. dr. foi um grande sacana, possivelmente o maior sacana português. Mas era prof. dr.. Bom proveito!”

PS – Os revisores da CP devem ser todos autistas… como raio é que associam as caras de toda a gente com o bilhete que compraram, se o mostraram ou não, com a paragem onde entraram e onde devem sair?

quinta-feira, 22 de março de 2007

Aviso à população!

Hoje, por motivos ligados a questões deveras bem mais importantes como a solidariedade e gratidão, o até agora General não se irá apresentar nas suas fabulosas e magnificas noites de puro entretenimento e extraordinárias variedades, como nos foi habituando desde o já distante Outubro.

Se porém as donzelas da Invicta Cidade o quiserem acompanhar, este elegante homem, artista de inúmeras qualidades, estará presente no espectáculo «Circunvalação à noite», no Teatro da Vilarinha, pelas 21h45 e que hoje contará com o conjunto musical Le Partisan!

Um bem haja e para a semana estaremos de volta!

O Gabinete de Imprensa das Noites do General!

quarta-feira, 21 de março de 2007

Homem de família

E que família esta...
O Águia começou a sua sessão com uma breve descrição das personagens existentes nesta fantástica série, vamos descobrindo que todas elas têm algo que os parece fazer sair de uma casa normal americana, mas através das sua reacções e personalidades apercebemo-nos do carácter satírico existente em todas elas.

É claro que não vou descrever todas as personagens, pois como o próprio Águia referiu “ Para as conhecer bem, é necessário vê-los”. Mas vou dizer quem é o meu personagem preferido, o Stewie Griffin, que tem um só objectivo: "Domínio Total do Mundo". Prometera a si mesmo, ainda dentro do ventre da mãe que quando saísse daquela prisão venceria a tirania matriarcal de Lois, pois ela é o único obstáculo para atingir o seu objectivo. Stewie fala com uma forte pronúncia inglesa e tendo dado o nome de Bastilha ao ventre de sua mãe, que mostra uma grande ligação à Europa. Stewie faz-se acompanhar desde sempre do seu urso e fiel amigo Rupert, que faz lembrar um pouco de Calvin & Hobbes.

Depois de uma breve apresentação, passou-se à acção, ou seja estivemos a ver alguns episódios, que sinceramente nunca eram suficientes. Havia sempre uma vontade de ficar a ver mais um pouco, e mais um pouco.

A série foi criada por Seth MacFarlane, em 1999, para a FOX, e caracteriza-se por flashbacks que surgem durante os momentos mais caricatos e mais inesperados, cheia de humor satírico e que muitas vezes toca no absurdo, mas sem perder a essência de uma família simples com "problemas".

Family Guy está cheio de influencias da Broadway e séries televisivas dos anos 70. Todas as personagens conseguem iniciar uma verdadeira ode aos musicais, sendo Brian, o cão falante, aquele que mostra ter mais jeito para a voz.

Muitos parabéns ao Águia por nos trazer esta família a cave do Pinguim, é claro que eles não consumiran nada, mas acho que o Paulo não se importa.

Ta na hora de amarrotar as folhas das notas e finalizar o post, ou daqui a nada parece um testamento.

Para finalizar só me resta dizer que em vez de estarem a ler isto, deviam estar a ver Family Guy :P

Para os meus queridos Pinguins um bom dia 21!

Para arder no lume da intensa doçura
é preciso desviar a palavra do seu alvo redondo
e balbuciar vacilando em verdes veredas
o som vegetal da nua imperfeição
Se as consoantes rangem com uma matéria espessa
se as vogais oscilam como se fossem de água
é porque de algum modo é a terra que vibra
e quanto mais áspero é o movimento das sílabas
mais se toca o osso do discurso na sua indolente violência
Como quem acende um fogo com ramos entre pedras
e o sopra lentamente para que a chama se eleve
assim os materiais do poema têm a natural secura
da matéria inerte e gasta e que no entanto se inflama
para que possamos arder no lume da intensa doçura
e consagrar o que ainda resta do primitivo fogo
para que o mundo avançando retorne ao seu princípio

António Ramos Rosa

segunda-feira, 19 de março de 2007

Aprender

Em jeito de homenagem naquele que é o dia do Pai...porque à medida que a vida vai andando "aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas", porque há vários tipos de amor e ainda porque é bom pensar naquilo que aprendemos - ou que era suposto termos aprendido...

'Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida.

Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que nãotemos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados.

Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática.Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas.

Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado.

Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida!

As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.'

William Shakespeare

All Garve

Que bonito!

O Dr. Manuel Pinho, Ministro da Economia, foi-nos vendido há uns 2 anos e meio, antes da campanha de Sócrates, por uma entrevista na televisão, como um génio da economia que vinha do estrangeiro para fazer uma análise espectacular da política e economia portuguesa e também da europeia. Assim foi também com António Borges, um dos corsários do PSD. Eu nem devo saber contar o suficiente para saber quanto é que estes freaks gastam nas acessorias de imprensa.
Produtos dos seus gabinetes, são-nos vendidos como Ferraris mas depois saem Cadilac.

O Dr. Manuel Pinho veio do estrangeiro com a ideia de que em 4 anos transformava Portugal no país mais moderno do Universo e o Dr. António Borges também, diga-se, não chegou foi ao Governo.

O Dr. Manuel Pinho acha que, por mudar o nome turístico de uma região, ela vai crescer substancialmente neste sector de actividade.
Ora, eu posso não saber muito de muita coisa, o que é verdade, e de marketing então muito menos. Nunca tive jeito para o negócio. O que eu sei é que os turistas do Algarve que procuram, nos dias de hoje, as praias, as grandes quintas e os campos de Golfe são os mesmos turistas do All Garve. Curiosamente o Ministro também sabe isto porque foi ele que o disse! Isto no mínimo é sinistro! Então se ele sabe isto, que eu também sei e acho um disparate, para que é que foi gastar dinheirinho numa campanha de marketing? Só por causa do nome? Ó homem, eu também não gosto do nome de muitos sítios e não é por isso que tenho pretensão de lhes mudar o nome.

O Dr. Manuel Pinho deve ter uns sonhos esquisitos, porque da última vez que falei com um turista ele andava à procura de um restaurante português e não de um McDonald's. Talvez se ele entendesse que a merda dos preços é que afasta os turistas não estava a gastar tanto dinheiro numa campanha estéril. Se eu estiver errado faço um pedido de desculpas oficial aqui no blog, fica prometido.

Entretanto o calor está à porta e com ele os incêndios!
E hoje fiquei a saber que devo 12 mil e tal Euros ao estrangeiro. Gostava que me dissessem onde pagar que não gosto de dever nada a ninguém. A notícia é do DN.

domingo, 18 de março de 2007

O James Bond da Política (descubram as diferenças)


«Nobody does it better! Makes me feel sad for the rest!
Nobody does it half the way you do.
Baby you're the best!»

sábado, 17 de março de 2007

Dos Açores a Bassorá


À primeira vista, parece apenas o criminoso que, por acção ou omissão, começou uma guerra que matou certamente mais de 50 mil pessoas. À segunda vista (carregando com o cursor do rato em cima da imagem), percebemos que, afinal, são as caras de alguns dos soldados americanos mortos.

Dados de ontem à noite indicam que morreram 3.209 soldados americanos (mais do que os mortos no atentado do 11 de Setembro), 23.785 ficaram feridos, o mínimo - o mínimo - de iraquianos civis mortos é de 58.908 (dados aceites pelo chefe militar "aliado" no Iraque) e o número estimado por mais do que uma ONG é dez vezes superior.

Ainda alguém se lembra quais eram os motivos da invasão do Iraque, quatro anos depois? Sabemos quem são os cúmplices do crime?

quinta-feira, 15 de março de 2007

Alto Risco

A última sessão do Clube dos Pinguins foi de alto risco e eu diria mesmo imprópria para cardíacos, pessoas que têm dificuldade em dominar esse sentimento fantástico que é a adrenalina, ou mesmo para seres que não se dão nada bem com momentos de pressão. É que, e em abono da verdade, a malta andou, e o responsável é o Zé Tó, literalmente de armas em punho. É que já não chega a guerra que anda por esse mundo fora...os tiros chegaram à cave do Pinguim. É que não era uma ou duas armas...nada disso...ele levou um verdadeiro arsenal de guerra.

E antes que o Zé Tó tenha um AVC ao ler o post...convém substituir a palavra arma por marcador e esclarecer que o vocábulo guerra, nesta contexto, significa grandes momentos de diversão e de convívio, nos quais os tiros não colocam um ponto final na vida de ninguém (no máximo, e para quem não tenha cuidado e não use protecção, pode causar umas nódoas negras), mas muito pelo contrário, dão, isso sim, cor - no verdadeiro sentido da palavra - à vida.

Paintball foi a palavra de ordem. O Zé Tó teve a (muito) feliz ideia de nos falar desse passatempo e de nos mostrar como funciona, que tipo de armas (marcadores) e balas existem, os cenários possíveis onde o jogo se pode desenvolver e, claro está, contou histórias que viveu ao praticá-lo. Como se trata de uma paixão que, e por aquilo que me pareceu, é partilhada pela maioria dos presentes na sessão, o apresentador teve de gerir alguns tempos de antenas forçados (lol) porque todos tínhamos perguntas para fazer, histórias para contar e acima de tudo muita vontade de disparar (lol).

Em jeito de rodápé/curiosidade, e para quem não marcou presença na sessão (e desde já vos digo que não sabem o que perderam....temos pena :P), deixo só uma curiosidade: a essência do paintball nasceu na américa, em 1920 (foi o Zé Tó que disse...portanto se esta informação não estiver certa a culpa é dele) e era utilizado para marcar as árvores e as vacas que se destinavam a abater. Em 1970 e inspirados numa viagem até África e no comportamento dos seus povos, os nossos amigos americanos tiveram a feliz ideia de fazer nascer este jogo.

Aqui está uma excelente sugestão para juntar um bom grupo de amigos e aproveitar o fantástico tempo que se tem feito sentir! A título pessoal só posso dizer ao Zé Tó que gostei mesmo muito da sessão e que valeu a pena deixar os mouros para marcar presença em plena guerra!

Uma paixão partilhada por palavras



When I find myself in times of trouble
Mother Mary comes to me
Speaking words of wisdom, let it be.
And in my hour of darkness
She is standing right in front of me
Speaking words of wisdom, let it be.
Let it be, let it be.
Whisper words of wisdom, let it be.

And when the broken hearted people
Living in the world agree,
There will be an answer, let it be.
For though they may be parted there is
Still a chance that they will see
There will be an answer, let it be.
Let it be, let it be. Yeah
There will be an answer, let it be.

And when the night is cloudy,
There is still a light that shines on me,
Shine on until tomorrow, let it be.
I wake up to the sound of music
Mother Mary comes to me
Speaking words of wisdom, let it be.
Let it be, let it be.
There will be an answer, let it be.
Let it be, let it be,
Whisper words of wisdom, let it be.

Lennon/McCartney

segunda-feira, 12 de março de 2007

Sessão

Convocatória

Pede-se a presença dos membros do clube na próxima terça-feira no sítio do costume, onde será apresentada a guerra do Homem enquanto hobby.
Qualquer início de motim ou tentativa de rebelião será devidamente tratada pelo oficial presente.

domingo, 11 de março de 2007

11 de Março



Não há muito a dizer, apenas recordar que passaram três anos do atentado. A foto é de uma uma escultura dedicada à memória das vítimas do terrorismo, que está em Ávila, o gajo à esquerda não conheço, era apenas para dar perspectiva.

Espuma dos dias

1- A Assembleia da República aprovou a nova lei sobre a IVG. Alívio em parte das bancadas, alguma irritação numa minoria. Lá em cima, emocionada, uma senhora bate palmas... e é identificada pela polícia. Faz lembrar o que contou o Mosquitto, ou ainda pior. E voltando a debates anteriores: não sei se algum jornal noticiou isto.

2- A Tunísia encontra-se com Portugal numa cimeira bilateral. Eu percebo estas tretas da realpolitik, eu percebo, mas não preciso de concordar. E não concordo que andemos a investir num país de regime ditatorial, que corta mãos, que prende bloggers e jornalistas, que faz o culto de personalidade ao seu maravilhoso líder. Mas sobretudo irrita-me que me tentem enganar.
Escreve-se no Diário Digital (a notícia é da Lusa), citando "uma fonte do Governo português", que "de todos os países do Magreb, a Tunísia tem "o sistema financeiro e económico mais evoluído, tendo estabilidade política e um grande grau de interligação com a União Europeia"!
Bullshit, a Tunísia não tem melhores relações com a União Europeia do que Marrocos, não tanta estabilidade política quanto a Líbia e não se terá um sistema financeiro e económico mais evoluído do que a Argélia... Sinceramente quem pode saber? Ao fim e ao cabo, ainda há dois anos o Governo português assinou contratos milionários de cooperação com a Argélia, portanto aquilo não deve ser assim tão pior que a Tunísia.
Sejam honestos: Advogado preso por delito de opinião, a Tunísia no relatório da Amnistia Internacional de 2003, presos políticos em greve de fome, o relatório dos Repórteres Sem Fronteiras... Como será que os jornais vão noticiar isto? Pela economia ou pelos direitos humanos?

3- Um cozinheiro alemão ter-se-á suicidado no Algarve por problemas com a burocracia que lhe estava a impedir a abertura de um restaurante. Há qualquer coisa que não bate certo, mas mesmo assim é uma investigação para levar até ao fim, e não ser noticiada apenas por esta meia-dúzia de jornais, a maioria dos quais locais.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Circunvalação à Noite


quinta-feira, 8 de março de 2007

Vénus em chamas!

Volto com aquela que é para mim a mais bela de sempre. Miss Garbo alia uma beleza ímpar a uma segurança, sobriedade e a um fatalismo feroz que me faz espreitá-la em cada esquina, seguindo os seus passos, a sua sombra, num desejo e numa promessa de qualquer coisa eterna.
Eu, Jorge Carvalho, 25 anos, cidadão deste mundo de amor cruel e implacável, irmão de Werther e filho de Orpheu, venho por este meio declarar-me escravo do platonismo que entrou em mim.

Esta é a minha humilde forma de comemorar o dia 8 de Março, O Dia Internacional da Mulher!

quarta-feira, 7 de março de 2007

E esta, hein?

Esta terça fomos presenteados com mais uma das descontraídas sessões a que o Filinto nos vai habituando.
Desta vez o tema foi… Bem, foi um tema descontraído e divertido, sobre um tipo de programa televisivo que, bem, pode existir não apenas na televisão… Fala-se de humor, com humor e para bem dispor.
A cair dentro do género de programa, apresentação ou representação, a escolha do Filinto caiu sobre uma série televisiva que, ao que parece, foi mal tratada pela TVI (passe a publicidade) pois ora passava à meia-noite ora às quatro da manhã, sem aviso prévio e sem respeito pelo fã, corria o ano de 1997? penso que deve rondar por aí… Hoje em dia está disponível em DVD com todos os episódios à distância de um premir de botão do comando.
Pois bem, com alguns comentários a acompanhar, o Filinto premiu o botão do comando e lá foram os pinguins concurso adentro. Concurso esse que surgiu quando a mãe do amigo do personagem principal apanhou o filho sozinho em casa, pelos vistos a ver uma qualquer revista que por lá repousava e… fomos todos parar a uma cama de hospital com uma cortina insinuosa, a vizinha nua do prédio em frente e aulas de aeróbica.
Querem saber mais?

50 anos


E a vocês, que memórias vos trás?

terça-feira, 6 de março de 2007

Advertência (actualizado)

Por contraditório que possa parecer, problemas técnicos com a sessão que estava a preparar vão permitir-me, mudando ligeiramente o enfoque da paixão, apresentar uma sessão que não seja apenas "english spoken". Pelo menos terá legendas.

E agora perguntam vocês: "Sobre o que vai ser a sessão? Sobre o que vai ser a sessão?", e eu respondo "Pues nada, não posso dizer nada sobre isso".


Por me ser impossível apresentar de outra forma, sensivelmente metade da sessão de amanhã será em inglês e é impossível traduzir. É um inglês tão simples e universal que até o Mourinho ficava parvo por o compreender tão bem.

Arte ou lixo?

Como na última sessão se questionou bastante a legitimidade da Pop Art como uma nova escola e corrente artística, pareceu-me pertinente trazer esta questão para o nosso blog… o passo para sensibilizar os cépticos é ainda maior.

Eles estão por todo o lado. Desde os tradicionais graffitis aos mais recentes stencils passando pela moda dos tags (assinaturas com letra estilizada).

Nascidos nos anos 80 (os anos 70 com o movimento punk têm já alguns exemplos) fundamentalmente, nos Estados Unidos, pelas mãos de artistas Pop como Basquiat ou Keith Haring, os graffitis têm a critica social impregnada, bem como a revolta para com todas as injustiças e barreiras criadas à franja mais marginalizada da sociedade.

Somos, grosso modo, avessos à sua proliferação. Muito pela anarquia que representam (seja no local escolhido, nas cores ou na constante sobreposição), mas também pela falta de coerência estética, pela profanação de locais sagrados, pela destruição da “coisa pública, etc. Mas devemos ter presente que esta é uma arte clandestina e por isso, revestida de revolta e inconformidade que tem uma necessidade cega de chocar e transgredir.

Outro facto que devemos ter em mente, é que a Arte está em constante evolução e por isso, este fenómeno pode ser um novo caminho a ser traçado. Museus como o de Brooklin já trouxeram os graffitis para dentro de portas (apesar de os puristas criticarem este tipo de exposições por considerarem os graffitis uma Arte de rua).

Parece-me um bom exercício esta discussão. Dêem largas à crítica ou exultem esta nova Arte. Comentem…

segunda-feira, 5 de março de 2007

Sobre o Novo Blog

Ao longo dos últimos tempos fui falando com vários elementos do Clube sobre a necessidade de se dar um novo visual ao Blog e de lhe juntar novas funcionalidades.
Simultaneamente, ia procurando novos modelos que fossem capazes de traduzir uma imagem dinâmica do próprio clube.
Infelizmente, verifiquei que não havia um único "template" capaz de transmitir a ideia pretendida.
Como tal, escolhi um modelo-padrão, e fui alterando ao sabor do que melhor me parecia. Definido o novo modelo, importei as definições do anterior, e adicionei-lhe apenas como inovação a caixa de pesquisa por marcador. Nunca discorri no entanto que isso pudesse gerar incompatibilidade com o Mozilla Firefox.
Agora, e depois de removido a caixa de pesquisa, verificado a correcta visualização do blog em ambos os browsers (IE e Firefox) na resolução 1024 x 768(por ser actualmente a pré-definida no Windows XP), dou por finda a migração para o novo Blog.
Despeço-me com votos de uma utilização cada vez mais participativa e deixo-vos também a imagem que deu origem ao logo do novo Blog, (até porque na sua adaptação, adulterei o original a ponto de cortar a sua autoria).

ELOGIO AO AMOR

Há textos assim... são aqueles parecidos com os saca-rolhas. Oferecem-nos as palavras exactas para arrancar do coração os sentimentos e torná-los livres, para lá do corpo, da boca, numa viagem à boleia do vento...





"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.



Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-socio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.



Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?



O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alivio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "da lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.



O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.



Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.



A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E vale-la também."



Miguel Esteves Cardoso

sábado, 3 de março de 2007

Mudam-se os tempos, mudam-se os blogues!

Com o novo alojamento no Google, e como já tinha sido comunicado, o blog do Clube dos Pinguins tem a partir de hoje uma nova cara.
Da responsabilidade do nosso «cirurgião» de serviço Rui Vieira (a quem o Clube agradece desde já todo o trabalho e dedicação), o blog apresenta-se, assim, a todos os membros com um novo look que esperamos que seja do agrado de todos.

Sabemos que é preciso um pouco de habituação a esta nova imagem, que vai custar um bocadinho, mas acreditamos, acima de tudo, que esta mudança trará outra dinâmica ao blog, outra frescura de que este tanto precisava.
Mesmo a lista de colaboradores sofreu algumas alterações. Estas alterações não passaram por uma escolha arbitrária da nossa parte mas sim da intervenção directa dos colaboradores que tiveram a hipótese de actualizar o seu username, como se mostrou necessário.

Assim, ficamos à espera de novas sugestões da parte de todos os colaboradores. Podem falar directamente com o Rui Vieira ou vão deixando os vossos comentários aqui mesmo no Blog de forma a que o Rui possa ir respondendo a todas as críticas e modificando o que for necessário.

Um abraço para todos e, não se esqueçam, continuem a partilhar!

quinta-feira, 1 de março de 2007

O REGRESSO DO POWER POINT

Este não é provavelmente o melhor título para o resumo de uma sessão. O título deveria ser outro: “Pop Arte” , “Granel” ou até “Sessão nº…”. Porém, quero começar o post a assinalar este regresso. Obviamente não pelo power point em si, mas por todo o trabalho previamente feito para apresentar a sessão. A isto eu chamo Generosidade e Brio.
O Granel não se limitou a dizer “eu gosto muito de Pop Arte”. Mostrou-nos como ela surgiu e começámos a sessão quase 40 anos antes do movimento se afirmar.
Confesso que me surpreendeu ver o Granel a falar de arte e, sobretudo a falar de arte assumindo uma posição muito pessoal em relação a ela. Mais do que a estética em si, o Granel falou-nos também da sua percepção cognitiva desta. Eu costumo dizer que o conhecimento é importante porque aumenta o nosso prazer e, claramente aqui, o conhecimento aumentou o prazer do Granel face à Pop Arte.
A sessão até poderia ser tranquila face a tanta preparação, mas claro que houve quem caísse na tentação (eu pecador me confesso) de puxar pelos galões e mostrar o quanto sabia sobre Pop Arte, arte e estética e opinar saudavelmente e até efusivamente a sua concordância ou não em relação a esta.
Mais uma vez o Granel esteve à altura, respondendo de forma pragmática e inteligente. “Esta é a minha sessão e a minha visão da Pop Arte”.
Pois não tem a arte um ponto de vista pessoal? Não será um quadro uma impressão digital do artista? Não impõe a arte uma interpretação verdadeiramente livre do espectador?
Entre muitas outras coisas, a Arte é isto: liberdade do criador e liberdade do espectador. Não fosse a arte o único meio de comunicação realmente universal.
Portanto, meus amigos “deixem-me acabar a sessão e depois discutimos”.
E assim foi. A sessão seguiu tranquila até ao final e a discussão arrastou-se depois até ao bar.
Querem uma sessão com mais dinâmica do que esta?



PS- Um resumo quer-se curto, se tiverem interesse e quiserem investigar aqui vão alguns nomes apresentados na sessão: Dadaísmo - Duchamps e Schwitters ; Pop Arte inglesa Independent Group - Richard Hamilton, Eduardo Paolozzi, Peter Blake e Richard Smith; movimento de Cambridge - David Hockney, R.B. Kitaj e Patrick Caulfield; Pop Arte Americana - Andy Warhol, Jasper Johns, Robert Rauschenberg, Jim Dine, Lichtenstein, James Rosenquist, Tom Wesselmann, Robert Indiana e Claes Oldenburg. Para terminar Lawrence Alloway o crítico que deu nome à Pop Arte.