quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Para acicatar, ou acalmar, o debate sobre o jornalismo

"The basis of our governments being the opinion of the people, the very first object should be to keep that right; and were it left to me to decide whether we should have a government without newspapers or newspapers without a government, I should not hesitate a moment to prefer the latter. But I should mean that every man should receive those papers and be capable of reading them."

Thomas Jefferson to Edward Carrington, 1787. ME 6:57.
A citação podia ter sido retirada da entrada da wikipédia sobre as origens do anarquismo, mas retirei-a da base de dados da Universidade da Virginia.

ADENDA:É a abertura de homens como este (a frase é de 1787) que me faz pensar, ao contrário do que é dito demasiadas vezes, que os Estados Unidos são um grande país e têm história sim, como o prova a frase.

20 comentários:

Unknown disse...

«But I should mean that every man should receive those papers and be capable of reading them."

A minha interpretação aqui é clara. Nem a comunicação social ajuda nem o analfabetismo faz parte do passado.
Por exemplo, o cidadão comum nada sabe das questões de direito e no caso Luisão os jornais no dia seguinte disseram que este fantástico jogador do Glorioso Sport Lisboa e Benfica tinha sido levado a tribunal e iria cumprir certa pena (no caso 40 horas de serviço comunitário).
Apenas o Correio da manhã explicou que Luisão tinha sido apresentado na Instrução, e que essa medida era uma sugestão do seu advogado, e que o juíz ainda não se tinha pronunciado em despacho. Tudo isto a mim sugere-me incompetência. Mas acima de tudo, é por causa disto que o povo é ignorante, porque é essencialmente mal informado, por umas alminhas que têm umas ideias leves sobre matérias que depois não dominam e dão marteladas graves porque não as estudam convenientemente. E a culpa é de quem lhes dá emprego!

Unknown disse...

Uma última nota: por causa desta má noticiação dos acontecimentos, no dia seguinte estava toda a gente a colocar a justiça portuguesa em causa, porque era uma vergonha que uns sejam filhos e outros enteados. E ninguém lhes explicou que um gajo que ganha 10 mil contos por mês não tem problemas em contratar um motorista e pagar multas, ou seja, a finalidade da pena deixa de fazer sentido, digo eu.

Marta Araújo disse...

A comunicação social tem, sem qualquer margem para dúvidas, muitas falhas. Eu sou da opinião de que os jornalistas devem ter formação académica específica na área em que trabalham. Ou seja, sou a favor da especialização. É para isso que existem pós-graduações, mestradados, doutoramentos, e coisas que tais. Se me pedem, e a título de exemplo, para escrever sobre economia não estou, assumidamente, preparada. Não tenho formação no assunto e, como tal, não consigo ter capacidade crítica e de análise perante a informação que me é fornecida.

O mal não reside no facto de não se dominar a área ou o assunto. Está no facto de se fazer de conta que se domina ou achar que não há mal nenhum em escrever sobre aquilo que não se sabe.

Os jornalistas são seres humanos e como tal têm defeitos mas a falta de humildade pode ser fatal. Assumir perante o editor que não se sabe não é motivo de vergonha (penso eu). É, isso sim, ter sentido acima de tudo, de responsabilidade, e ter sempre presente os conceitos de ética e deontologia jornalística. A nossa função é formar e informar e não criar ruído ou passar falsos dados. Quando não domino a área em que estou a trabalhar, e confesso que evito faze-lo porque não gosto nada de lidar com a falta de informação comigo mesma, peço ajuda a quem perceba ou peço para que o tema seja trabalhado por um colega que domine o assunto.

Mas sou também da opinião de que quem consome os media deve ter capacidade crítica e deve exigir qualidade. Para isso existem os provedores do leitor, as cartas aos directores e coisas que tais. Não devemos todos cruzar os braços e dizer, pura e simplesmente, que as coisas estão mal.

Unknown disse...

Um dia mostro a quantidade de mails que já enviei para jornais, empresas de tv por cabo, de internet, salas de espectáculos, etc. etc. Resultados????
Dou um doce a quem advinhar!

Marta Araújo disse...

Não preciso que mostres. Acredito perfeitamente que o tenhas feito. Pena é que faças parte de uma minoria.
Mas por mais que não pareça, não penses que esses teus reparos não são tidos em conta. "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura", certo? Se as queixas forem suficientemente fortes a imagem do jornalista, aos olhos da direcção, fica quebrada e reticente...

Pode ser ingenuidade minha, mas acho que a comunicação social está, cada vez mais, divida em dois pólos: por um lado aqueles que são, e querem ser cada vez mais, sérios e credíveis e, por outro lado, os que são crescentemente sensacionalistas.Não devemos exigir laranjas de um limoeiro. É importante saber que informação consumir. São os números que ditam tudo, e certo é que a maioria das pessoas prefere os media sensacionalistas...é neste sentido que digo que quem some informação também tem responsabilidade.

Anónimo disse...

Essa é boa Jorge, há um juiz de um país que gasta milhões de campanhas de comunicação contra o drunk driving que decide que um senhor que é exemplo social e que conduzia com quase três vezes mais álcool no sangue do que o permitido deve apenas fazer 40 horas de serviço comunitário, por sugestão do advogado deste, e para ti o que está mal no quadro são os jornalistas, que por acaso antecipam a informação correcta? Penso que não será corporativismo se disser que o que está mal são os agentes da justiça.

Sabes quem levou 40 dias de serviço comunitário nessa mesma semana? A Naomi Campbell... porque teve um "vype" e atirou o telemóvel à assistente. Coisas parecidas, hein?

Ah, e a sequência da frase que colocas apenas reitera o que está dito antes, ou seja, aquilo que a Marta tenta explicar no seu comentário, que as pessoas não se podem desresponsabilizar na leitura dos jornais. As pessoas têm de ser capazes de ler os jornais e os distinguir como são capazes de escolher entre o 78 e o 39 para ir para o Campo Alegre (eu sei, os números mudaram) ou entre a RTP e a TVI. E isso não é trabalho para os jornais... é para o Governo.

O que me leva à penúltima grande questão, nesta matéria. Quando se me queixam de como está mal a comunicação social, curiosamente, os exemplos apontados são da área de Desporto ou da Televisão...

Finalmente, o erro do Jorge e de muita gente como ele é generalizar. E é um erro grave.

Se soubesses as histórias que eu ouvi quando há quinze anos entrei pela primeira vez num jornal, percebias que as coisas estão, apesar de tudo, muito melhores.

Discordo completamente da Marta, já agora. Quanto mais especializado for o jornalista, mais longe ele estará do leitor. Quanto mais ele for "um gajo inteligente que sabe uma série de coisas sobre nada de especial", mais próximo estará do leitor.

Pode um militar ser um bom repórter de guerra? Um dia, um repórter de guerra, que tenho ideia ser o Perez-Reverte, disse que "só se for para não morrer tão depressa".

(o comentário ficou maior que o post e ficou tanto por escrever :P)

Anónimo disse...

Tenho o velhote ali à espera a olhar para mim com cara de caso por estar aqui a escrver quando ele queria estar a caminho de Baiona, mas deixa-me colocar um link de um texto interessante do João Miguel Tavares.

Unknown disse...

Bem, eu fui bem claro quando disse que o erro no caso específico que dei foram erros de interpretação processual, que foram dados de forma a sensacionalizar a factualidade. E não tinha que ver só com a televisão, mesmo nos jornais isso aconteceu. E foi apenas um exemplo. Eu tenho ideia de que a decisão ainda não foi tomada. De qualquer forma concordaria com a decisão do juíz nesse sentido. A não ser que a segunda alternativa fosse a prisão do arguido. O que não me parece fazer sentido. Mas por acaso o que gostei mais ainda foi a do «antecipam». Quer dizer um jurista anda 5 anos a estudar para um curso que lhe dá uma certa especialidade e o jornalista já consegue antecipar a decisão. Isto não me parece minimamente sério!
Quanto à responsabilização das pessoas na leitura dos jornais, como o queres conseguir se elas nem pela sua própria vida e profissão muitas vezes se responsabilizam?
O jornalista muitas vezes faz-me lembrar aquele advogado com tesão de mijo que quer fazer justiça a toda a força. Mas depois passa-lhe porque começa a ver que é a vida dos outros que está em jogo e tem de ser consciente. Já o jornalista, se ninguém lhe disser nada continua com a sua tesão de mijo.

Eu não me atrevo a defender cegamente os da minha classe, e vocês?

GRaNel disse...

Um "jornal" é um bem de consum. Posto isto, e parece-me que até aqui não há dúvidas, só o compra, lê e valoriza quem quer. E é aqui que entra a inteligência de cada um. Nos quatro canais abertos, temos três telejornais às 20:00. Eu não vou culpar a TVI pelo seu sensacionalismo nem a SIC por endeusar a Impresa. Pura e simplesmente pego no comando (sim, porque a essa hora acabei de ver os meus Morangos com Açucar, lol) e mudo para a RTP. Parece-me lógico.

Quanto à questão do dominio da matéria, estou em crer que a experiência e a cobertura sucessiva de casos, dá ao jornalista o ónus de poder prever. Se a justiça estivesse menos preocupada com virgulas e artigos de 1895, olhasse para os dias de hoje e usasse o bom senso, talvez não estivéssemos assim. Porque Jorge, se queres que te diga, acho vergonhoso que um individuo que circula com 1,40 g de alcool no sangue apenas cumpra 40 dias de serviço civico (já agora, os treinos no glorioso contam?). Em boa verdade, o Luisão é um criminoso. Pelo menos é isso que diz a lei que tu tanto veneras. Para mim, reitero o que sempre tenho dito: - a lei é para os medíocres...

Marta Araújo disse...

Fil (olaaaaaaaaaaa, tá bom? então essas férias?),

Quando defendo a especialização do jornalista parto do princípio que os pressupostos da profissão estejam sempre presentes, ou seja, formar e informar de acordo com o público alvo do media para o qual se está a trabalhar. As pós-graduações, mestrados, doutoramentos e outros, na área do jornalismo servem para munir o profissional de mais conhecimento e de mais dados, certo? Não pretende formar economistas, políticos, advogados ou outra coisa qualquer.Isto para além de se dirigirem - penso eu de que - aos jornalistas que trabalham quase sempre na mesma área e não propriamente para os polivalentes (que mereçem como é óbvio o mesmo respeito dos "especialistas - mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa).

E não Jorge, como já deves ter reparado, eu não defendo cegamente a minha classe. Aliás nos post's onde expressei a minha (humilde) opinião sobre o assunto assumi que há erros e falta de precisão. Tal como acontece em todas as profissões, e como todos estamos mais do que fartos de saber, há bons e maus profissionais...

Anónimo disse...

Jorge, faz este exercício:

Conversa imaginária 1
"- Sôtôr, então é verdade que propôs trabalho comunitário para o Luisão?
- Sim, sim.
- E qual foi a reacção do tribunal?
- Houve receptividade, é uma das soluções que têm vindo a ser preconizadas para estes casos."

Conversa imaginária 2
"- Sódôtôr juiz, então é verdade que o Luisão vai levar apenas multa de trabalho comunitário?
- Ainda não foi decidido, mas é uma das hipóteses, talvez a mais provável, que temos em cima da mesa. Mas atenção que esta conversa não é para divulgar."

Conversa1 + Conversa2 = antecipação de uma decisão judicial. Como vês, não é muito difícil, nem sequer é incorrecto, e muito menos tem qualquer "hidden agenda".

Não quero insistir na decisão, acho que fui explicito no comentário anterior, deixo apenas a nota de que este caso não tem a ver com jornalismo televisivo, mas tem a ver com a área do Desporto, que tem igualmente as suas especificidades nem sempre compagináveis com a exigência noutras áreas do jornalismo (e vice-versa).

Em relação à "pica", ou à tesão, não te sei responder. Quanto ao corporativismo... acho que é evidente a minha opinião. Contudo, o que eu critico não é o mesmo que tu criticas, por isso é natural que defenda "a classe" em relação a algumas das tuas criticas e a ataque em relação a outros temas onde, eventualmente, até a defenderás. De novo, o problema é generalizar.

Anónimo disse...

Assim concordo, Martita, não tinha percebido.

Granel, concordo com tudo, especialmente com os Morangos.

Aliás, no jornalismo, ao contrário de outras profissões, esse controlo é alargado: é o editor, é o chefe, é o director, é depois o consumidor, é depois o colega do outro jornal, são os blogues, são os anunciantes, são os consultores, é o Sindicato, é a ERC (o novo estatuto com uma nova entidade) e se calhar esqueci-me de alguém ou de algo... O que me faz regressar ao objecto do post que ninguém comentou de facto. A importância da liberdade de imprensa para haver um bom governo? E o anti-americanismo primário...

hörster disse...

Bem, eu penso que TODOS estamos de acordo sobre a liberdade de imprensa e que se trata de algo óbvio e inquestionável.
Mais complicado será como atingir essa liberdade quando nos movemos numa sociedade e onde todos dependemos directa ou indirectamente uns dos outros. Assim, a imprensa depende (directa ou indirectamente) do governo e este da imprensa. Será a liberdade tão desejada, possível? Ou faz parte daquele mundo utópico onde todos somos cumpridores e não existe a necessidade de fiscalização? E nesse mundo utópico, há lugar para a liberdade?

hörster disse...

A liberdade não existe. Poderíamos começar por pensar que se vivêssemos sozinhos, sem sociedade, estaríamos dependentes apenas de nós próprios e, assim, livres. Mas esquecemo-nos que estamos presos à nossa condição humana e que precisamos de respirar, de nos alimentar, de interagir.
Para preservar a nossa liberdade em sociedade criam-se as leis (parece um contra senso) para que todos possamos coexistir, de forma justa e, assim equilibrada. E assim, para atingir o equilíbrio, faça-se justiça. E ficamos todos presos por leis. E surge o conflito entre leis e liberdade. (sinto-me tantas vezes ridícula por estar parada no semáforo vermelho à noite numa estrada deserta...).
Em nome da reconquista da liberdade há que contornar as leis! E quem o melhor faz? Quem tem dinheiro! Muito dinheiro! Pelo menos em Portugal... e não é só Portugal, acreditem...
Viva o Luisão!

Anónimo disse...

A sociedade e o pensamento faz-se precisamente dessa rede de dependências. E essas dependências implicam poderes não definidos nas leis, como o da imprensa, que possa ser um outro porta-voz do "povo", que possa ser um contra-poder e equilibrar um bocadinho esta coisa. E outros, como as manifs, os abaixo-assinados, etc.

A imprensa não precisa de depender do Governo, mas é certo que num país onde toda a gente depende do Estado (dos bancos às indústrias... até a Ikea) é difícil pensar que não precisa. Aliás, em termos publicitários, o Estado é um péssimo pagador. A imprensa não devia depender para nada, sobretudo na informação que publica, mas instalou-se a preguiça e o que dá. Um conjunto de anotadores e de mimetizadores de fontes de informação, sejam quais forem. Porquê? Porque assim a responsabilidade da notícia é da fonte, citada ou não.

No exemplo que o Jorge dá - eu não defendo os jornalistas, critico é coisas diferentes -, o verdadeiro serviço público era perceber como é possível chegar à situação Luizão e denunciá-la. Se bem me lembro, tirando os blogs e o António Marinho (vénia), ninguém denunciou a situação.

E serão os jornalistas verdadeiramente livres?? Outra pergunta, que pode ser resposta à primeira: quantos jornalistas têm blogues? E quantos terão com pseudónimo?

hörster disse...

E quem denuncia a queda de uma ponte da qual ninguém é responsável?
E o que se espera do processo Casa Pia?
O grande problema é a Justiça só servir alguns. Aliás, a Justiça não deveria servir era ninguém. Alguém aqui acredita na Justiça? A corrupção não seria problema se, uma vez descoberta, os intervenientes fossem responsabilizados e punidos convenientemente...
E para se chegar ao poder de certeza que os telhados de vidro vão proliferando pelo percurso e os favores e as cumplicidades duvidosas também, e quem está à frente de um jornal, p. ex., não será excepção...

Anónimo disse...

Eu acredito na justiça mas isso não quer dizer que ela não esteja má. Aliás, quando lia o comentário lembrei-me do director da PJ que passava informações a um dos jornalistas mais sem escrúpulos da praça; do presidente do supremo que concorda com os grevistas que querem três meses de férias; do supremo-magistrado-da-nação e do seu benfeitor eleito(Presidente da República e ministro da Justiça) que indultaram um foragido; do bastonário a tentar explicar como é possível haver crime sem pena (no caso do Aborto); dos populares a assinarem um abaixo-assinado para que a lei não seja cumprida (no caso do sargento)... Mas isso não me pode levar a desacreditar, apenas a tentar que as coisas mudem. E no caso da minha classe, sou dos que defendem a criação da Ordem dos Jornalistas, embora depois do que este governo tem feito para nos controlar (com o apoio dos que não lêem jornais ou dos que deveriam aprender a ler jornais), penso que será já demasiado tarde.

Unknown disse...

Eu acredito na Justiça. Porquê? É fácil, porque não me acho! O mundo é feito destas coisas, merdices! Live with it or kill yourselves!

O indulto foi dado por erro, como já foi esclarecido. Mas se todos estiverem de acordo, acabamos com a hierarquia administrativa e o Presidente deverá demorar cerca de 10 anos a analisar todos os processos dos reclusos. Ou então acaba-se com o indulto.

Existe crime sem pena, o caso das contra-ordenações. O abaixo-assinado para o pedido de habeas corpus foi feito por razões emocionais. Razões essas que levaram o direito da família ao longo dos tempos a colocar a criança como centro da adopção. O Prof. Guilherme de Oliveira explica isto muito bem no manual de direito da família, para quem estiver interessado. Em questões de direito e processo penal, que para quem não sabe são coisas diferentes, já que o primeiro é o direito substantivo e o processo é o braço técnico, poderão consultar os manuais do Dr. Taipa de Carvalho e para o processo as Lições do Professor Figueiredo Dias, ou o manual do Prof. Germano Marques da Silva, que na questão dos princípios do processo penal é mais esclarecedor.

Para mais informações em relação a questões de direito já sabem o meu e-mail. Avisem é com antecedência que é para eu me preparar já que não sou grande aluno nem percebo muito do assunto.

Já agora, quem é o Dr. António Marinho? Ele faz-me lembrar aqueles aprendizes de gangstars nos filmes amaricanos que deixam o lider por discordar e a seguir montam uma firma própria que depois acaba por dar para o torto e vai de novo lamber as botas ao patrão. Por que é que eu devo acreditar nele e não no Procurador Geral, ou no Ministro da Justiça?? Por que carga de àgua é que temos de passar a vida a dar voz aos frustrados do contra-poder que se pudessem estar lá o discurso era curiosamente outro????

Se a sociedade fosse mais exigente e não fosse inerte se calhar estas questões nem eram de resposta necessária. Se calhar os jornalistas, os juristas e os coristas já tinham mais juizinho e seriedade e faziam os trabalhos de casa como a professora mandou!
Se não quiserem ficar sem carta contratem um advogado, que é para isso que eles servem!

Anónimo disse...

Se calhar é a compreensão diferente da sociedade que nos envolve, Jorge, que leva a que tu "expliques" o Presidente da República e o ministro e não compreendas o reles jornalista, que "entendas" que um senhor foragido seja indultado e que eu critique os "favores" dos famosos - ainda te lancei a Naomi Campbell como isco mas tu nem assim cedeste ;-).

Essa mesma visão diferente faz-te compreender a posição dos abaixo-assinantes do sargento (por quem és, não os critico, cada um é livre de fazer o que bem entender) e depois quer que a sociedade seja mais exigente; eu, como cidadão pretensamente exigente, mas seriamente desprendido, passei os olhos pelo que escreveu o tribunal (havia um link algures) e decidi não subscrever. Mas tenho muuuuuito medo dessas decisões emocionais quando se fala de justiça.

Não sei se é a visão diferente da sociedade que me faz acreditar no António Marinho como um gajo independente e tu pensares nele como se fosse um gangster. Em relação a isso do poder, eu lembro-me que ele teve um cargo na Ordem, não foi? E que bateu com a porta porque havia outros que queriam lamber as botas, ou não?

Unknown disse...

Atenção que eu não defendi o sargento, muito menos o habeas corpus. Só disse que é preciso compreender ambas as partes. Agora estou com muito sono, depois falo no resto... eheheh